Como os bioinsumos ajudam nas mudanças climáticas?

As mudanças climáticas, como o próprio nome já diz, indicam transformações que vêm ocorrendo no clima em todo o globo terrestre. Seus efeitos já podem ser sentidos em diversas regiões do planeta e, por conta disso, existem diversas reivindicações por parte da sociedade para que a sustentabilidade da produção agropecuária seja alcançada. Essa questão é extremamente necessária para suprir a crescente demanda da população, ao mesmo tempo em que preserva o ambiente em que vivemos.

Insumos agrícolas e mudanças climáticas

O uso exacerbado e irresponsável de recursos afeta negativamente não apenas o ecossistema, mas também reduz sua rentabilidade econômica. Por outro lado, a integração de insumos tradicionais com os biológicos, além de aumentar a participação de produtos renováveis, também melhora a eficiência na absorção de nutrientes pelas plantas e traz impactos positivos ao meio-ambiente

Já a aplicação excessiva de fertilizantes sintéticos, pode causar danos em função da sua perda por lixiviação e maior liberação de gases estufa ligada a seu processo produtivo e também ao seu transporte, considerando que importamos cerca de 85% desses insumos de outros países.

Diante das consequências das mudanças climáticas, o uso de bioinsumos é uma importante alternativa para a mitigação dos gases de efeito estufa. Tal possibilidade abre novos caminhos para melhorar a sustentabilidade agrícola em um cenário climático em mudança a partir de seu papel multifuncional e sem efeitos nocivos aos habitats naturais.

Um plano para enfrentar as mudanças climáticas

Dentro desse conceito, o “Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária 2020-2030” consiste em uma agenda estratégica do governo brasileiro que dá continuidade a ações para enfrentamento da mudança do clima no setor agropecuário. O objetivo da política se baseia em aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas de produção tendo como virtude uma visão integrada das propriedades, a fim de minimizar as emissões de gases de efeito estufa e promover a adaptação climática.

Uma das estratégias do intitulado Plano ABC+ que aumenta a capacidade adaptativa frente às mudanças climáticas, os bioinsumos se configuram como importante fator perspectivo. Sua meta de adoção é para 13 milhões de hectares com um potencial total de mitigação de emissões de 23,40 milhões de toneladas de CO2 equivalente em função da substituição de fertilizantes químicos pela adoção dos processos microbiológicos.

Nesse sentido, suas contribuições são: aumento do crescimento radicular, possibilitando melhor absorção de água disponível pelas plantas; melhora dos atributos físicos e químicos do solo; diminuição do uso de fertilizantes químicos à base de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), seja pelo aporte de nutrientes pelos microrganismos, como pelo incremento na eficiência da absorção de nutrientes pelas plantas; e indução do sistema de defesa da planta. 

A nova agricultura incorpora todas essas metas otimistas a fim de nutrir o presente e ao mesmo tempo atender às necessidades das gerações futuras e conscientes. A sociedade está cada vez mais preocupada com o impacto do seu consumo para o meio-ambiente, para as pessoas e para o planeta. Venha você fazer parte dessa transformação conosco, por meio de novas formas de produzir que garantem sustentabilidade para o agronegócio brasileiro.

 

O texto Como os bioinsumos ajudam nas mudanças climáticas? foi escrito por:

Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.  

Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. 

Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.

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