Everything you need to know about the 2021/2022 cotton crop

No final de junho, as estimativas para colheita da safra de algodão 2021/2022 foram atualizadas pela Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão). Tomando como base o ciclo anterior, a indicação é de um crescimento de 10,8%. De fato, abaixo da previsão inicial da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que, aliás, também atualizou seus dados. As estimativas da Companhia apontavam 7,4% de área colhida até dia 25/06, indicando maior avanço no processo em relação ao mesmo período da safra de algodão de 2020/2021. A queda na previsão de crescimento, no entanto, não interfere nos números da produção na atual safra, que se mantêm positivos. A faceta negativa das previsões têm origem bem óbvia: o clima. Sem dúvida, as incertezas climáticas estão desafiando a cultura do algodão, assim como tantas outras. Os efeitos das oscilações entre secas extremas e chuvas excessivas podem ser vistos em áreas de cultivo por todo o Brasil. Portanto é fácil entender a atribuição que vem sendo feita ao aumento da área de cultivo de algodão – que gira em torno de 16,8% – para justificar o incremento na safra 2021/2022 – estimada, até o momento, em 2.609 mil toneladas. Para dar vazão à produção, os cultivadores contam com a demanda positiva que o mercado vem apresentando para o algodão brasileiro, bem como com os ótimos preços que vêm sendo praticados. Tanto que, em maio de 2022, em comparação a maio de 2021, as exportações da pluma atingiram uma alta de 30%. Assim, mesmo com a queda na projeção decorrente dos problemas climáticos, a safra de algodão 2021/2022 deve ser bem rentável. De olho na próxima safra de algodão Apesar de uma composição de fatores ter levado a um cenário positivo na atual safra de algodão, os cultivadores estão bem cientes de que precisam se preparar para o próximo ciclo. Com efeito, o que os dados nos mostram é uma visão geral. Entretanto, ao particularizar as experiências vividas na cotonicultura no último ano, os prejuízos causados pelas intempéries climáticas ficam evidentes. Segundo a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), por exemplo, o clima é o responsável por uma redução na ordem de 12% na previsão inicial para a safra de algodão 2021/2022 na Bahia. Note que estamos falando do estado que ocupa a segunda posição no ranking de produção nacional da cultura. Se em solo baiano os desafios foram trazidos pela seca, uma dificuldade já conhecida na região, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul a produção foi afetada por geadas inéditas. A lição que tiramos disso é que, além de intensificar os cuidados com o meio ambiente, precisamos nos cercar de precauções a fim de reduzir os impactos que as alterações no regime climático podem trazer para a próxima safra de algodão. Nesse sentido, os insumos biológicos são parte de um mix de soluções que não só protegem o cultivo algodoeiro como viabilizam uma prática mais amigável da agricultura. Os bioinsumos na cultura do algodão Embora a maior parte dos bioinsumos produzidos no Brasil seja aplicada nas culturas de soja, cana e café, eles vêm sendo cada vez mais utilizados no controle de pragas que prejudicam o plantio de algodão. Os bons resultados já podem ser vistos em diversas regiões. Um exemplo é Minas Gerais, onde a safra de algodão de 2021/2022 ocupa uma área de 25 mil hectares. O estado é uma referência em controle biológico no cultivo da fibra. Manejando bioinsumos de forma estratégica, os cultivadores mineiros desenvolveram um sistema de produção bastante sustentável. Com isso, eles alcançaram uma redução no uso de agroquímicos, além de outros benefícios. O destaque fica por conta da produtividade, da saúde do solo e do algodão que cresce nele, uma pluma de qualidade superior, excelente para a indústria têxtil. Lançando um olhar mais amplo, que vai além da lavoura, é possível observar impactos positivos no ecossistema como um todo, inclusive com o aumento no número de polinizadores – principalmente abelhas – bem como na população de inimigos naturais de pragas prejudiciais à safra de algodão. É exatamente este o raciocínio por trás dos bioinsumos. Eles são desenvolvidos a partir do estudo das relações entre diferentes organismos presentes no solo a fim de aproveitar da melhor forma as interações na biota. Na Agrivalle, nos referimos a isso como vida gerando vida. Este conceito sustenta toda a pesquisa que desenvolvemos na criação de insumos para controle biológico.
Andav Congress 2022

A expectativa por mais uma edição do Congresso Andav já toma conta do mercado. Para a edição 2022, que marca o retorno do evento às edições presenciais, o ponto de encontro será o Transamerica Expo Center, em São Paulo. Entre 17 e 19 de agosto, o espaço será tomado pelo agronegócio e todas as suas facetas, tanto em forma de conteúdo como de produtos. Repetindo a tradição, o Congresso Andav 2022 vai além das palestras, trazendo a exposição onde empresas nacionais e internacionais marcarão presença. Por enquanto, mais de 90 marcas de referência confirmaram participação, despertando o entusiasmo do público pelas novidades que vão apresentar para o setor. Conhecimento compartilhado O Congresso Andav 2022 terá como tema central a agroeconomia brasileira, um ponto fundamental para quem atua no agronegócio – como não poderia deixar de ser. A programação tem como um de seus destaques a Pesquisa Nacional da Distribuição 2022, cujos resultados serão apresentados no evento. Realizado pela própria Andav, este estudo tão importante para a agroindústria reúne dados e estatísticas da distribuição de insumos agropecuários, além de questões que desafiam o setor e pontos onde aprimoramentos são necessários. Os organizadores do evento esperam receber – entre expositores, visitantes, palestrantes e congressistas – uma média de 5 mil profissionais. Diante de tal expectativa podemos contar com um olhar bem amplo para as questões em debate – tais como ESG, o panorama agroambiental, tecnologias de distribuição etc. Tal número só endossa o reconhecimento do Congresso Andav como o mais importante evento do setor de distribuição de insumos agropecuários, especialmente para quem busca networking e reciclagem profissional. Agrivalle no Congresso Andav Em 2022, a Agrivalle estará presente no Congresso Andav de diferentes formas, inclusive patrocinando sua realização. Além disso, no segundo dia do evento, estaremos à frente de um painel importante para o futuro da agricultura: Bioeconomia e Crédito Verde. Mediando a discussão, que acontecerá no segundo dia do Congresso (quinta-feira, 17/08), às 9:30 teremos Marcos Fava, especialista em planejamento estratégico do agronegócio e importante parceiro Agrivalle. Além dele, outro membro da equipe da Agrivalle presente neste painel será Edsmar Carvalho, membro do nosso Conselho. A terceira participante, a advogada especializada em Direito Ambiental Samanta Pineda, ajuda a compor um time capaz de abordar o tema a partir de diversas frentes. Agricultura sustentável Sem dúvida, Bioeconomia e Crédito Verde é uma matéria essencial para chegarmos a uma visão ampla da agroeconomia brasileira, tema em evidência no Congresso Andav em 2022. Embora este seja um assunto bastante discutido no setor, ainda há muitas dúvidas, o que, recorrentemente, acaba sendo empecilho para algumas iniciativas. Somos propulsores de uma nova agricultura, que utiliza a vida, as ferramentas da natureza, descobrindo novas possibilidades para criar soluções customizadas, regenerativas, e em escala, inspiradas nas reais necessidades dos produtores, da cadeia e do planeta. Acreditamos que o nosso papel na cadeia é maior do que os nossos produtos, porque reconhecemos a importância do nosso impacto, do solo à vida das pessoas, e por isso vamos além. É isso que pretendemos levar em nossa participação no Congresso Andav, tanto no painel Bioeconomia e Crédito Verde como em nosso stand. Aguardamos sua visita! O Congresso Andav 2022 é realizado pela Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) e organizado pela Zest Eventos. 17 a 19 de agosto de 2022 Horário de exposição: dia 17 das 9h às 20h | dia 18 das 8h30 às 20h | dia 19 das 8h30 às 15h Fórum: dia 17 das 9h30 às 19h | dia 18 das 9h às 18h | dia 19 das 9h00 às 12h30 Programação: https://eventosandav.com.br/programacao/ Inscrições: inscricao@eventosandav.com.br | (11) 93405-1713 Local: Transamerica Expo Center Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo – SP, Painel Bioeconomia e Crédito Verde 17 de agosto (quinta-feira) 9hs 30min
Creating regenerative systems is an essential condition for a more sustainable agriculture

Agrivalle apresenta propósito ao mercado e reforça sua contribuição para potencializar novas práticas agrícolas sustentáveis Inspirar a conexão e promover a transição para sistemas regenerativos são movimentos que fazem parte da história da Agrivalle e estão presentes no propósito da empresa lançado em primeiro de agosto, poucos dias após a empresa completar 19 anos de mercado. Everton Molina Campos, diretor de marketing da Agrivalle, reforça o propósito da empresa e de sua preocupação com a produção sustentável de alimentos, executando práticas que não extinguem os recursos naturais e fomentando técnicas agrícolas sustentáveis e regenerativas. “Queremos ser propulsores de uma nova agricultura, que utiliza a vida, as ferramentas da natureza, para descobrir novas possibilidades e criar soluções customizadas, regenerativas e, em escala, inspiradas nas reais necessidades dos produtores, da cadeia e do planeta.” Impulsionada por esse olhar contemporâneo em criar conexões com diferentes ecossistemas e promover a transição para uma agricultura regenerativa e sustentável, a Agrivalle quer ir além de oferecer apenas soluções regenerativas para o agricultor, ela quer convidar todos os setores do agronegócio para juntos fazerem uma nova revolução agrícola: a da produção sustentável. “Acreditamos que o nosso papel nesse movimento é maior que os nossos produtos, porque reconhecemos a importância do nosso impacto, do solo à vida das pessoas e, por isso, vamos além! Queremos trazer todo o agronegócio a viver o nosso propósito”, pontua Everton. Sistemas regenerativos como resposta a mudanças de hábitos Para José Bessa, CEO da Agrivalle, a produção de alimentos por meio de sistemas regenerativos é o caminho que garantirá o futuro do nosso planeta e das próximas gerações. Gerações essas que já estão mudando seu hábito de consumo e, estão cada vez mais preocupadas com uma alimentação de maior qualidade e, principalmente, com o impacto que ela tem para o meio ambiente: “As novas gerações, que são mais responsáveis e principalmente responsivas, estão impulsionando um novo mindset de consumo consciente em todo mundo. Estima-se que até 2025, essa nova geração representará 70% da força de trabalho em todo mundo”. A indústria de alimentos e varejo está atenta a essa mudança no comportamento das novas gerações e já começou a agir. Essas empresas acreditam que a produção baseada em sistemas regenerativos é a principal estratégia a ser implementada e estão dispostas a investir grandes quantias em colaboração com o setor produtivo para a criação de novas ofertas, baseadas em produção sustentável, avaliando também o impacto dessas empresas na sociedade. Devolvendo à natureza aquilo que consumimos “A missão da Agrivalle está fundamentada em qual mundo queremos deixar para as próximas gerações. A forma como garantiremos um futuro produtivo e autossustentável deve ser o primeiro pensamento para o consumo responsável e para a inovação. A partir daí precisaremos ir além e discutir como faremos isso”, reforça Bessa Para ele, e toda sua equipe de mais de 300 colaboradores, essa ideia é possível e precisa ser praticada: “Na agricultura regenerativa, a maior preocupação está em devolver para a natureza aquilo que consumimos dela. A garantia de que estamos fazendo algo para que os nossos descendentes tenham uma vida mais saudável”. Ainda de acordo com ele, é a oportunidade de quebrar os paradigmas dos conceitos tradicionais de forma a preservar o baixo custo de produção, o equilíbrio ambiental, o manejo integrado, a segurança e, ainda assim, proteger a escala de produtividade. A Agrivalle já começou sua jornada rumo à agricultura do futuro e convida toda a sociedade a vir junto. Sobre a Agrivalle Há 19 anos no mercado, a Agrivalle, indústria de bioinsumos agrícolas, é referência em sistemas regenerativos e propõe soluções inovadoras, transformadoras e sustentáveis baseadas em um amplo portfólio multicultura e multifuncional. Localizada em Indaiatuba (SP), possui 80 mil m² de área total e capacidade produtiva superior a 35 milhões de quilo/litros por mês. Um dos maiores investimentos da Agrivalle é na área de pesquisa e desenvolvimento. A empresa conta com um dos maiores bancos genéticos de microrganismos do país, com mais de 800 cepas próprias e potencial biotecnológico ilimitado, tudo isso a serviço dos sistemas regenerativos. São mais de 300 funcionários que trabalham com o objetivo de impulsionar a produtividade no campo, promover uma agricultura mais lucrativa para o agricultor e de forma sustentável. O portfólio contempla defensivos biológicos e bioestimulantes. A Agrivalle acredita na vida como fonte geradora de vida e quer colaborar com o aperfeiçoamento da qualidade dos solos, da planta, do ecossistema e sua regeneração. Julho | 2022 Informações para a imprensa: ComTexto Comunicação Integrada Ingrid Ribeiro – ingrid@ctexto.com.br Tel.: (16) 99785-7001 Maricy Celebroni – maricy@ctexto.com.br Tel.: (16) 99766-2825
Agrivalle 08: July 2022

Iniciamos mais uma coluna Agrivalle Markets trazendo os destaques de julho de 2022 para você, amigo produtor, em parceria com a Agrivalle, nossos destaques sobre o desempenho do agronegócio brasileiro e mundial. Em relação às perspectivas para a economia brasileira, o Banco Central divulgou no dia 15 de julho de 2022 o novo Boletim Focus (Bacen) onde estima: IPCA deve ter variação de 7,54% em 2022 e 5,20% em 2023; já o PIB deve apresentar crescimento de 1,75% este ano e 0,50% ao final do próximo (boa melhora para 2022!); o câmbio foi estimado em R$ 5,13 e R$ 5,10, para 2022 e 2022, respectivamente; e a taxa Selic deve fechar 2022 em 13,75%, e 2023 em 10,50%. Em geral, melhora nas perspectivas para crescimento econômico e leve alta nas previsões para o câmbio. Seguimos acompanhando! Variação de preços em junho O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,67% em junho, ou 0,20 p.p. acima do que a taxa registrada em maio (0,47%). Com isto, o indicador acumula alta de 5,49% em 2022 e de 11,89% nos últimos 12 meses. Todos produtos e serviços analisados (9 categorias, no total) tiveram variação positiva em junho. A maior variação foi do grupo “vestuário”, com alta de 1,67%. Já a categoria de “alimentação e bebidas” apresentou o maior impacto, registrando índice de 0,8%, resultado da alta no preço dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%). Entre os alimentos para consumo em domicílio, o leite longa vida e o feijão registraram alta, ficando em 10,72% e 9,74%, respectivamente. Já a cebola, a batata-inglesa e o tomate registraram queda. Já o Índice de Preços de Alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) ficou em 154,2 pontos em junho, 2,3% menor do que a taxa que havia sido registrada em maio (157,9). Esta é a terceira queda consecutiva, embora ainda continue nos níveis mais elevados já registrados. Apesar da redução, o indicador ficou 23,1% acima do registro de junho de 2021, comportamento impulsionado principalmente pelo contexto geopolítico global com a invasão da Ucrânia. A oferta global de cereais aumentou (de 2,784 para 2,792 bilhões de t) e com isto o índice caiu 4,1% em relação a maio, embora continue 27,6% maior que junho/2021. Estimativa de julho 2022 para o campo No campo, segundo estimativa de julho de 2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos do ciclo 2021/22 deve totalizar recorde de 272,5 milhões de t, volume 6,7% superior ao obtido na safra passada e 0,4% maior que a previsão do mês anterior (+ 1,2 milhão de t); já é o segundo mês de alta na projeção. A oferta de soja foi revista novamente, e está indicada agora em 124,0 milhões de t, o que representa queda de 10,2% frente a 2020/21; resultado das fortes secas que afetaram as lavouras no cultivo de verão, fato que destacamos aqui em outras edições. Já o milho apresentou acréscimo nesta estimativa de julho de 2022 (+0,4%), com oferta total prevista agora em 115,7 milhões de t, 32,8% maior. Desse montante, o cereal de primeira safra deve entregar 24,8 milhões de t (+ 0,3%), a safrinha 88,4 milhões de t (+ 45,6%) e a terceira safra 2,4 milhões de t (+ 48,0%). Por fim, no algodão, a estimativa é de uma produção de 2,78 milhões de t de pluma, 18,2% superior ao ciclo passado (são 428 mil t adicionais). A perspectiva também segue bastante positiva para os cultivos de inverno: serão 10,8 milhões de t totais, um salto de 16% em relação a 2020/21. O grande destaque neste grupo é o trigo, cuja produção saiu de 7,7 milhões de t na safra passada para 9,03 nesta (+ 17,6%). Destacam-se ainda a aveia, que deverá ofertar 1,27 milhão de t (+ 10,8%) e a cevada, com 430,8 mil t produzidas (+ 1,4%). Em relação às operações, até o dia 09 de julho de 2022, a colheita do milho safrinha (2ª safra) avança em bom ritmo e se encontra em 39,8% (20,9% em 10/07/2021), com destaque para os avanços no Mato Grosso (70,4%), Tocantins (40,0%) e Maranhão (35,0%). No algodão, o ritmo das operações também é bom, mas segue inferior ao desempenho do ano passado; em 09 de julho de 2022, 16,3% das áreas totais haviam sido colhidas, contra 17,8% há um ano. Por fim, o plantio de trigo segue em atraso, estando com 88,1% das áreas semeadas, diante de 94,8% na mesma data do ciclo passado. Relatório de julho de 2022 do USDA O relatório de julho de 2022 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), trazendo as perspectivas para o mercado global de grãos em 2022/23, indicou uma produção estimada de milho em 1.185 milhões de t, a mesma estimativa do mês passado (junho) e que é 2,6% inferior à produção de 2021/22. Entre os principais países produtores, os Estados Unidos deverão produzir 368,4 milhões de t, 4,0% a menos que o ciclo passado; e o Brasil irá entregar 126,0 milhões de t (+8,6%), o mesmo valor desde a projeção inicial, há 3 meses. Em julho de 2022, a mudança mais relevante para o mercado do cereal veio em relação aos estoques globais, que estão agora estimados em 312,9 milhões de t, 2,9 milhões de t a mais do que a estimativa de junho; e praticamente o mesmo volume de 2021/22. A elevação nos estoques finais de milho é resultado das boas perspectivas globais para a oferta do cereal no próximo ciclo, além das possibilidades de retorno dos embarques Ucranianos de grãos, mesmo diante do contexto de guerra. Por outro lado, na soja, o USDA reduziu a estimativa de produção global: era 395 milhões de t em junho e agora foi estimada em 391,4 milhões de t, ou seja, 4,6 milhões de t a menos em um mês. Ainda assim, este volume deve ser 11% maior do que o de 2021/22. Este comportamento é resultado da redução nas estimativas de produção nos Estados Unidos,
What are bioinputs and what are they for: nutrition and soil fertility

Pode-se dizer que o termo “bioinsumos” ainda permanece em construção, devido ao entendimento de suas definições envolver um amplo conjunto de processos, origens e funcionalidades, entre elas nutrição e fertilidade do solo. No Brasil, um conceito foi adotado oficialmente a partir do lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos pelo Decreto 10.375 de 26/05/2020, estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nesse contexto, os bioinsumos foram conceituados como “qualquer produto, processo ou tecnologia de origem vegetal, animal ou microbiana, destinado ao uso na produção, no armazenamento e no beneficiamento de produtos agropecuários, nos sistemas de produção aquáticos ou de florestas plantadas, que interfiram positivamente no crescimento, no desenvolvimento e no mecanismo de resposta de animais, de plantas, de microrganismos e de substâncias derivadas e que interajam com os produtos e os processos físico-químicos e biológicos”. Com efeito, o amplo significado atribuído, visa abranger o diverso e complexo universo dos insumos de origem biológica, dando possibilidade para que o desenvolvimento de novas oportunidades e inovações tecnológicas possa ser enquadrado no conceito a medida de sua evolução. Nessa caminhada, os bioinsumos buscam conciliar interesses tanto produtivos quanto de consumo, oferecendo alternativas para trilhar benefícios econômicos, ambientais e sociais. Muito além da nutrição Existem, de fato, diversos tipos de bioinsumos com múltiplos usos e finalidades para os sistemas de produção. Alguns desses servem para incrementar a fertilidade do solo, a nutrição de plantas e contribuir com uma maior tolerância das plantas a fatores de estresse do ambiente. O uso desses condicionadores de solo atua de forma a converter nutrientes indisponíveis em alimento para as plantas por meio de processos biológicos, como por exemplo, microrganismos fixadores de nitrogênio ou solubilizadores de fosfato. Além disso, eles desempenham função essencial na manutenção da riqueza do solo por aumentarem o desenvolvimento radicular das plantas, o que contribui diretamente para uma melhor absorção de água e dos nutrientes, proporcionando melhores resultados. Isso ocorre porque esses produtos são capazes de estimular o metabolismo celular do cultivo sendo influenciadores ativos de crescimento. O uso de bioinsumos de nutrição incrementa a multiplicação de microorganismos benéficos, proporcionando saúde e vida ao solo, impulsionando, assim, a manutenção da estabilidade e a capacidade do solo em sustentar o crescimento e a produtividade das plantas. Com todas essas vantagens ao sistema produtivo, os bioinsumos também podem configurar uma maior resistência da cultura à estresses climáticos, fazendo com que, por exemplo, a capacidade de suportar um período de déficit hídrico seja mais alta e com rápida recuperação. Como resultado deste processo, menores perdas (financeiras e de produção). Os bioinsumos para nutrição e fertilidade do solo vêm demonstrando um imenso potencial quando alinhados à fertilização mineral, explorando ao máximo os nutrientes por meio de uma escolha mais ecológica com benefícios a todo o ecossistema. Vimos que esses produtos apresentam melhorias em diversos aspectos, desde ganhos no crescimento das plantas e resistência ao estresse até incremento da fertilidade e saúde do solo. Com todos estes ganhos, não é à toa que os insumos biológicos estão cada vez mais em ascensão no nosso país! O texto O que são bioinsumos e para que servem: nutrição e fertilidade do solo foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
What are bioinputs and what are they for: biological control

Para entender como o controle biológico funciona, vamos voltar ao que falamos antes. Como discutido no artigo anterior, os bioinsumos podem ser caracterizados por métodos, técnicas ou produtos biológicos com origem em materiais vegetais, animais ou microbianos, e possuem funcionalidade para serem utilizados em todo o sistema agropecuário, inclusive, em alguns aspectos da produção aquícola ou de florestas plantadas. Dentro dessa infinidade de ações, hoje iremos discorrer sobre os produtos fitossanitários para controle biológico de pragas e doenças que acometem os cultivos. Esses defensivos naturais são destinados a manter a sanidade das plantas a partir do controle de pragas e insetos transmissores de doenças. Nesta categoria, os bioinsumos podem ser divididos em: substâncias produzidas por organismos (1); e agentes biológicos de controle (2). As substâncias produzidas por organismos (1) podem ser classificadas em semioquímicos (a) ou bioquímicos (b). Começando pelos Semioquímicos (a), esses compostos interferem na comunicação entre os organismos, modificando respostas seja de comportamento ou fisiológicas. São os chamados aleloquímicos – se forem de espécies distintas – e os feromônios – se forem da mesma espécie. Já os bioquímicos (b) são substâncias promotoras de processos químicos ou biológicos que são capazes de estimular e induzir resistência em plantas, como por exemplo: hormônios, reguladores de crescimento, enzimas e extratos de algas. Ambas as categorias podem ser utilizadas em sistemas de controle baseados em armadilhas. Os agentes biológicos de controle (2) podem ser microbiológicos (c) – indivíduos de origem natural e majoritariamente microscópicos, como os fungos, bactérias, vírus, protozoários e nematoides – ou macrobiológicos (d) que são os inimigos naturais que podem ser vistos a olho nu, como insetos e ácaros. Além disso, existe também a técnica de liberação de insetos estéreis, com mecanismo de ação baseado em impedir o surgimento de novos indivíduos de pragas, por meio da realização de uma reprodução ineficiente. O indivíduo estéril ao cruzar com o fértil não permite a formação de novos indivíduos. Substâncias Produzidas por Organismos (1) Agentes Biológicos de Controle (2) Semioquímicos (a) Bioquímicos (b) Agentes Microbiológicos de Controle (c) Agentes Macrobiológicos de Controle (d) Compostos químicos que provocam respostas comportamentais ou fisiológicas ao organismo alvo: feromônios e aleloquímicos. Substâncias químicas naturais promotoras de processos químicos ou biológicos: hormônios, reguladores de crescimento, enzimas, extrato de algas. Microrganismos de origem natural: fungos, bactérias, vírus, protozoários e nematoides. Inimigos naturais: insetos, ácaros e a liberação de machos esterilizados (técnica de inseto estéril). Quadro 1. Categorias dos Defensivos Naturais — Fonte: IBAMA, 2020 e ESALQ, 2022. A ação de técnicas de controle biológico As técnicas de controle biológico coletam, identificam, avaliam e utilizam organismos benéficos como estratégia no Manejo Integrado de Pragas (MIP), o qual exige a utilização de produtos biológicos como complemento para sua correta funcionalidade. A incorporação desses insumos pode reduzir o impacto ambiental, garantindo maior segurança tanto aos trabalhadores rurais quanto aos consumidores, sem contar o fato de que abrange um dos grandes desafios da agricultura atualmente, por tornar mais difícil a seleção de resistência das pragas-alvo, devido a esses organismos possuírem diversas rotas de ação. Agregar vida ao ecossistema reforça sua capacidade de regeneração e estruturação, impulsionando os sistemas produtivos a alcançarem maior equilíbrio para a construção de uma melhor qualidade de vida em nosso planeta. O que você está esperando para incorporá-los em sua propriedade adotando práticas de controle biológico? O texto O que são bioinsumos e para que servem: controle biológico foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
How to protect your soybean crop in the next harvest

Agrivalle Markets 09: August de 2022

Bem-vindo mais uma vez amigo produtor e profissional do agro! Este é o nosso resumo mensal dos principais fatos que marcaram o setor em agosto de 2022, elaborado em parceria com a Agrivalle para fornecer informações e análises a fim de contribuir com a sua tomada de decisão. Na economia mundial e brasileira, o mês de julho foi marcado por movimento de “deflação” na economia brasileira, dando alguns indicativos de melhoria da performance. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em -0,68%, frente aos 0,67% de junho, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Das 9 categorias distintas que compõe o indicador, duas delas tiveram variações negativas: transportes (-4,51%) graças à redução nos preços dos combustíveis (-14,15%); e habitação (-1,05%) em virtude da queda no preço da energia elétrica residencial (-5,78%). Nos alimentos e bebidas ainda houve incremento de 1,30%, motivado pelo preço do leite longa vida (+25,46%) e consequente aumento em seus derivados (queijo, manteiga, entre outros). Vamos acompanhar a performance dos próximos meses na expectativa que a curva mantenha tendência de baixa. No cenário econômico nacional, de acordo com o boletim Focus do Banco Central divulgado em 22 de agosto de 2022, o mercado projeta uma melhoria na inflação do país, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechando 2022 em 6,82% e 2023 em 5,33%, e taxa Selic estável em 13,75% e 11%, respectivamente. Também há uma expectativa mais favorável para o crescimento econômico, sendo que o PIB deve crescer 2,02 % este ano e 0,39% no seguinte; enquanto que o câmbio deve se sustentar nos R$ 5,20 ao final de cada período. Bons indicativos de recuperação econômica! Índice de preços dos alimentos No agro mundial e brasileiro, o índice de preços dos alimentos calculado pela Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) voltou a cair no mês de julho, pelo quarto mês consecutivo, aliviando o estresse acumulado no último semestre. O indicador atingiu 140,9 pontos no mês, o que representa uma queda de 8,6% frente a junho (ou 13,3 pontos), mas em comparação ao mesmo mês de 2021 seu valor ainda é 13,1% maior (ou 16,4 pontos). Os maiores impactos vieram dos cereais, com queda de 11,5% no indicador, motivada pela redução nos preços do trigo graças ao acordo para desbloqueio dos portos no Mar Negro; e dos óleos vegetais que cairam de 19,2% em seu índice devido às reduções nos preços com maior expectativa de oferta de matéria-prima. Grãos – estimativas para o Brasil em agosto de 2022 Nas estimativas de agosto de 2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos no ciclo 2021/22 foi revista para 271,5 milhões de t, pouco inferior à estimativa de julho/22, mas ainda 6,2% maior do que no ciclo passado. Na soja, conforme já era esperado graças ao período de entressafra, os números foram mantidos no mesmo patamar no mês passado: 124,0 milhões de t, 10,2% menor do que 2020/21. O milho, por sua vez, teve a oferta total revista para 114,7 milhões de t, 1 milhão de t a menos em 1 mês, mas ainda 31,7% maior do que 2020/21. A 2ª safra, ainda em andamento, deve produzir 87,4 milhões de t (+43,9%). No algodão, serão 2,74 milhões de t da pluma, um pouco abaixo do estimado em julho, mas ainda 16,0% superior ao do ciclo passado. Um último destaque para as culturas de inverno, que deverão ofertar 11,0 milhões de t (+ 18,0%); destaque para o trigo com 9,1 milhões de t (~83% de toda a produção da categoria). Em relação ao progresso das operações no campo, a Conab indica que até 15 de agosto de 2022, 86,4% das áreas de milho safrinha (2ª safra) já haviam sido colhidas no país, contra 68,5% no mesmo período do ano passado; Mato Grosso, Maranhão e Tocantins já encerraram as atividades, enquanto que o estado de Goiás caminha para a conclusão, com 92% de progresso. No algodão, as operações ganharam tração neste último mês e a colheita saltou para 80,3%, contra 66,7% na mesma data de 2020/21; um grande avanço! Demais culturas (como as de inverno e trigo) aguardam para início da colheita. Grãos – estimativas para agosto de 2022 em âmbito global Em âmbito global, o relatório mensal da produção de grãos em 2022/23, divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reviu a produção de milho este mês para 1.179 milhões de t, 6,3 milhões de t a menos do que a projeção anterior; e 3,2% menor do que 2020/21. Nos últimos meses temos observado uma queda nos números do milho, especialmente por conta da piora nas condições das lavouras nos EUA e a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia. Entre os principais players, a grande alteração foi feita nos Estados Unidos, que agora devem produzir 364,7 milhões de t, 5% a menos do que na safra 2021/22. Os números para o Brasil foram mantidos em 126,0 milhões de t, uma vez que a safra por aqui ainda não foi iniciada. Como consequência da menor oferta, os estoques caíram de 313,0 (julho) para 306,7 milhões de t (agora em agosto de 2022), e devem fechar a safra 1,5% menores do que no último ciclo. Uma notícia ruim para o setor, mas ainda confiamos em uma boa oferta. Na soja, por sua vez, o USDA indicou uma melhora na oferta do grão, elevando a projeção para 391,4 milhões de t, 11,4% a mais do que em 2021/22. O principal fator que motivou a melhora para a oleaginosa foi o clima favorável nos EUA, o que tem contribuído para melhor oferta. Deve ficar em 123,3 milhões de t (+ 2,2%); era de 122,0 em julho. Para o Brasil, ao passo em que a safra não se inicia, os números foram mantidos em 149 milhões de t (+18,3%). Resultado da oferta maior, os estoques saltaram para 101,4 milhões de t, 13,0% maiores do que 2021/22. Até o dia 14 de agosto
How do bioinputs help climate change?

As mudanças climáticas, como o próprio nome já diz, indicam transformações que vêm ocorrendo no clima em todo o globo terrestre. Seus efeitos já podem ser sentidos em diversas regiões do planeta e, por conta disso, existem diversas reivindicações por parte da sociedade para que a sustentabilidade da produção agropecuária seja alcançada. Essa questão é extremamente necessária para suprir a crescente demanda da população, ao mesmo tempo em que preserva o ambiente em que vivemos. Insumos agrícolas e mudanças climáticas O uso exacerbado e irresponsável de recursos afeta negativamente não apenas o ecossistema, mas também reduz sua rentabilidade econômica. Por outro lado, a integração de insumos tradicionais com os biológicos, além de aumentar a participação de produtos renováveis, também melhora a eficiência na absorção de nutrientes pelas plantas e traz impactos positivos ao meio-ambiente. Já a aplicação excessiva de fertilizantes sintéticos, pode causar danos em função da sua perda por lixiviação e maior liberação de gases estufa ligada a seu processo produtivo e também ao seu transporte, considerando que importamos cerca de 85% desses insumos de outros países. Diante das consequências das mudanças climáticas, o uso de bioinsumos é uma importante alternativa para a mitigação dos gases de efeito estufa. Tal possibilidade abre novos caminhos para melhorar a sustentabilidade agrícola em um cenário climático em mudança a partir de seu papel multifuncional e sem efeitos nocivos aos habitats naturais. Um plano para enfrentar as mudanças climáticas Dentro desse conceito, o “Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária 2020-2030” consiste em uma agenda estratégica do governo brasileiro que dá continuidade a ações para enfrentamento da mudança do clima no setor agropecuário. O objetivo da política se baseia em aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas de produção tendo como virtude uma visão integrada das propriedades, a fim de minimizar as emissões de gases de efeito estufa e promover a adaptação climática. Uma das estratégias do intitulado Plano ABC+ que aumenta a capacidade adaptativa frente às mudanças climáticas, os bioinsumos se configuram como importante fator perspectivo. Sua meta de adoção é para 13 milhões de hectares com um potencial total de mitigação de emissões de 23,40 milhões de toneladas de CO2 equivalente em função da substituição de fertilizantes químicos pela adoção dos processos microbiológicos. Nesse sentido, suas contribuições são: aumento do crescimento radicular, possibilitando melhor absorção de água disponível pelas plantas; melhora dos atributos físicos e químicos do solo; diminuição do uso de fertilizantes químicos à base de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), seja pelo aporte de nutrientes pelos microrganismos, como pelo incremento na eficiência da absorção de nutrientes pelas plantas; e indução do sistema de defesa da planta. A nova agricultura incorpora todas essas metas otimistas a fim de nutrir o presente e ao mesmo tempo atender às necessidades das gerações futuras e conscientes. A sociedade está cada vez mais preocupada com o impacto do seu consumo para o meio-ambiente, para as pessoas e para o planeta. Venha você fazer parte dessa transformação conosco, por meio de novas formas de produzir que garantem sustentabilidade para o agronegócio brasileiro. O texto Como os bioinsumos ajudam nas mudanças climáticas? foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
How to strengthen the soil’s ability to regenerate?

A capacidade de regeneração do solo é um trunfo muito bem aproveitado na agricultura moderna. Em meio a tecnologias de alto nível, ela traduz a importância de compreender as dinâmicas ambientais e seu papel na produtividade no campo. De fato, nos últimos anos, avançamos significativamente na promoção não só do equilíbrio entre práticas agrícolas e meio ambiente, mas também na união dos dois, explorando diversas situações em que a ação da natureza complementa (ou potencializa) a intervenção humana, e vice versa. As raízes da capacidade de regeneração do solo Você sabia que em apenas um grama de solo podemos encontrar até 1 bilhão de células microbianas com cerca de 10 mil espécies diferentes? A importância dessa microbiota no solo é tanta que esses microrganismos constituem um dos fatores que atuam na formação e na regeneração do solo, em conjunto com clima, relevo, material de origem e tempo. Essa infinidade de organismos vivos possui funções de extrema importância para sustentar o desenvolvimento vegetal, como por exemplo a degradação de compostos orgânicos, ciclagem de nutrientes, fixação biológica de nitrogênio, auxílio às plantas na absorção de nutrientes e controle biológico de pragas e doenças por meio da produção de compostos que inibem patógenos. Além disso, esses componentes microbianos possuem importante papel na estabilização dos agregados do solo, sendo as bactérias e os fungos os principais agentes dessa atividade. Essa fração viva do solo proporciona condições fundamentais para sua funcionalidade, sendo essencial para a manutenção do equilíbrio do planeta com um impacto direto na conservação da biodiversidade e na qualidade de vida da sociedade. Dobradinha macro e microambiente A diversidade desses microrganismos no solo está intimamente relacionada com diversos fatores, sejam eles abióticos como: o clima, temperatura, água, pH, fontes nutricionais, ou bióticos: genética e interação microbiana. É a partir da interação entre esses aspectos que a atividade e a dinâmica populacional de microrganismos no solo é influenciada e que os serviços ecossistêmicos que essa base ambiental nos proporciona são desenvolvidos. Naturalmente, tudo isso ajuda a ditar a capacidade de regeneração do solo. Diante das atribuições tão essenciais que o solo e os microrganismos que nele vivem empenham na continuidade da vida, a consciência sobre a importância da sua conservação e restauração se torna primordial nos dias de hoje. Os problemas ambientais ligados à degradação do solo como a erosão, assoreamento de rios, desertificação, intemperismo e poluição precisam ser colocados em evidência. Suporte para regeneração do solo O desenvolvimento de práticas e condutas que valorizem os princípios da sustentabilidade e a regeneração dos habitats devem ser reconstruídos. Diante dessa visão, a incorporação de bioinsumos aparece como pilar para reforçar a capacidade da atividade microbiana do solo, uma vez que esses microrganismos benéficos podem sustentar o sistema de produção de forma integrada e controlar com eficiência os problemas que são ocasionados pelos sistemas intensivos. Através do conceito de vida gerando vida, podemos desenvolver um manejo sustentável, produtivo e ir além da preservação, oferecendo ao patrimônio mais importante do ecossistema – o solo – a capacidade de restauração do que já foi consumido em processos anteriores. Os sistemas regenerativos representam essa mudança de paradigma na forma em que enxergamos a produção agrícola atualmente, em linha com o que as gerações futuras almejam para uma melhor qualidade de vida. Vamos juntos fazer parte dessa transformação? O texto Como reforçar a capacidade de regeneração do solo? foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.