Cultivo de algodão sustentável – pelo futuro da indústria têxtil

Quando o assunto é cotonicultura, o Brasil se destaca, inclusive, no mercado internacional. Para continuar assim, cada vez mais produtores reconhecem a importância de investir no cultivo de algodão sustentável . O cuidado com o meio ambiente se tornou um critério importante na avaliação de fornecedores. Nas mais variadas cadeias de suprimentos, as práticas ESG se impõem de ponta a ponta. Na indústria têxtil, especialmente na moda, a pressão dos consumidores transformou sustentabilidade em regra, repercutindo na origem da matéria prima. O Brasil está entre os protagonistas da cotonicultura mundial, e nossa capacidade de produção tem se mostrado promissora. A safra de 2021/2022 ainda não está fechada, mas registrou 2,6 milhões de t em setembro, sendo que o total do último ciclo foi de 2,36 milhões de t. Sem dúvida, o mercado tem capacidade para absorver o excedente, mas, para tanto, o cultivo de algodão sustentável deve ser uma condição. Rede de apoio ao cultivo de algodão sustentável Antenados com as demandas do mercado, os cotonicultores brasileiros contam com iniciativas que apoiam e orientam a respeito da importância de produzir uma pluma ecologicamente amigável. A ABRAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) assina o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que, em 2005, deu o primeiro passo formal para a organização e fortalecimento de ações socioambientais entre os cotonicultores com a criação do Instituto Algodão Social (IAS), no Mato Grosso. Os reflexos do ABR vieram no desenvolvimento de inovações fundamentais para o cultivo de algodão sustentável no campo e para a disseminação de consciência ecológica. Parte disso é o Coton Brazil, uma iniciativa que “projeta o algodão brasileiro que ampara o meio ambiente e promove o desenvolvimento social e econômico”. É daí que vem o movimento Sou de Algodão, que, desde 2016, estimula a produção de moda sustentável. Estas três iniciativas cercam a cadeia que se inicia nas lavouras algodoeiras e se encerra no guarda-roupas do consumidor final. Ou seja, tudo começa com produtores conscientes das vantagens de uma agricultura que atua em harmonia com o meio ambiente. No cultivo de algodão sustentável, o que decide o jogo é a capacidade de orquestrar as relações entre os elementos que compõem o cenário, tanto que, sustentando esse movimento, o ABR e o Coton Brazil promovem três pilares de sustentabilidade – ambiental, social e econômico – que primam pelo equilíbrio nas interações. Cultivo sustentável por um produto sustentável Quando se trata das interações que ocorrem no solo, a Agrivalle investe em pesquisas que visam otimizar a ação de microrganismos no combate a pragas e doenças, inclusive no cultivo de algodão sustentável. É assim que os bioinsumos operam. Eles são criados a partir do estudo da cultura em questão e da biota do solo onde ela é cultivada. Dessa forma, otimizam recursos e promovem um tipo de interferência menos invasiva, já que ela se dá mais na promoção de ações entre os elementos que compõem o solo que na introdução de substâncias estranhas àquela biota. Assim, nossos insumos biológicos já estão contribuindo com os avanços da cotonicultura brasileira no cultivo de algodão sustentável com bioestimulantes – Algon e do Raizer –, biofungicidas – Shocker e Twixx-A – e bionematicida – Profix. O valor da sustentabilidade O controle biológico é apenas uma ação num conjunto de práticas que resulta no cultivo de algodão sustentável. Mesmo assim, sua contribuição é inquestionável. Além de contribuir com a produtividade e com a saúde do solo, a prática ajuda a equilibrar o ecossistema na região da lavoura. Diversos agricultores observaram o aumento de polinizadores depois que começaram a utilizar bioinsumos. Também há registros de aumento na população de inimigos naturais das pragas que costumam ameaçar algodoeiros. Esse tipo de mudança, muitas vezes sutil, é característico quando práticas sustentáveis são adotadas. Pequenos benefícios se unem, transformando o cenário da área de cultivo e do negócio. Segundo Marcelo Duarte, Diretor de Relações Internacionais da Abrapa, “Na safra 2019/20, o Brasil foi responsável por apenas 11% da produção mundial, mas respondeu por 37% da oferta mundial de algodão sustentável”. Já na safra 2020/21, 84% da produção nacional foi certificada pelo programa ABR. Tudo isso se reflete no crescimento da demanda para os cotonicultores brasileiros. O cultivo de algodão sustentável é um exemplo de como a questão ambiental é capaz de gerar valor financeiro para o agronegócio. Figuramos entre os exportadores de commodities, e o carimbo da sustentabilidade pode ser o diferencial de que precisamos para ganhar a preferência no mercado internacional.
Bioinsumos no cultivo de algodão – aliados da alta produtividade brasileira

Capaz de promover o desenvolvimento da cultura e a interação entre ambiente e organismos vivos, a aplicação de bioinsumos no cultivo de algodão ajuda a garantir o sucesso do setor de cotonicultura no Brasil Quinto maior produtor de algodão no mundo, o Brasil tem potencial para se tornar líder do mercado global nos próximos anos. Para a safra 2022/23, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) estima que o país colherá 2,92 milhões de toneladas de pluma, 14,5 % acima dos 2,55 milhões colhidos em 2021/22. Diante de números tão positivos, existe a necessidade de redobrar os cuidados com as pragas que ameaçam as lavouras. A boa notícia é que o mercado de biológicos também está em ascensão e tem se destacado como um forte aliado no combate a fungos, insetos e, em especial, aos nematóides, como explica Luiz Cláudio Micelli, agrônomo e gerente de produtos para cereais da Agrivalle. Os nematóides são capazes de afetar uma variedade de plantas considerável e, para controlá-los, é preciso uma série de intervenções associadas, como a rotação de culturas e o uso de biodefensivos. “O Profix, defensivo biológico desenvolvido pela Agrivalle, desempenha um papel importante por dispor de um mix de três microrganismos capazes de atuar nas diferentes fases de desenvolvimento das pragas e, ainda, melhorar a biota do solo”, explica. Os benefícios de apostar nos bioinsumos no cultivo de algodão, contudo, vai além da defesa contra nematóides. Por que usar bioinsumos no cultivo de algodão? O uso de bioinsumos no cultivo de algodão contribui fortemente com o controle de problemas que prejudicam o plantio, por isso vem ganhando adeptos. Os bons resultados já podem ser vistos nas plantações de Minas Gerais, estado considerado referência em controle biológico no cultivo da fibra. Manejando insumos biológicos de forma estratégica, os agricultores mineiros desenvolveram um sistema de produção bastante sustentável. Com isso, reduziram o uso de agroquímicos e desfrutaram de outras vantagens, como o aumento da produtividade, da saúde do solo, resultando em uma pluma de qualidade superior. O especialista acrescenta que os benefícios do uso bioinsumos no cultivo de algodão vão além da lavoura e impactam o ecossistema como um todo. “Nota-se o aumento no número de polinizadores, em especial das abelhas, bem como da população de inimigos naturais de pragas prejudiciais à safra de algodão”, pontua. É exatamente este o raciocínio por trás dos insumos biológicos: por serem desenvolvidos a partir da combinação de microrganismos e da interação entre as inúmeras formas de vida, essas relações se desencadeiam entre si e se tornam ferramentas ativas no manejo. É o caso do Algon e do Raizer, bioestimulantes com extrato de algas e aminoácidos com propriedades que auxiliam no desenvolvimento vegetativo da cultura, permitindo que a planta suporte adversidades climáticas. O portfólio da Agrivalle inclui ainda o Shocker, primeiro fungicida microbiológico registrado com três microrganismos na formulação. É assim também com Twixx-A, uma opção diferenciada pela combinação de duas cepas de Bacillus amyloliquefacien. “Outra inovação está no biológico à base de Beauveria, o Auin CE, que tem como diferencial a sua formulação líquida em um concentrado emulsionável, promovendo melhor adesão ao controle de insetos sugadores”, explica. Em síntese, a aplicação de bioinsumos no cultivo de algodão contribui com a boa posição do Brasil entre os produtores da fibra, afinal, utilizados de maneira estratégica repercutem tanto na produtividade como na qualidade da fibra. Sobre a Agrivalle Há 19 anos no mercado, a Agrivalle, indústria de bioinsumos agrícolas, é referência em sistemas regenerativos e propõe soluções inovadoras, transformadoras e sustentáveis baseadas em um amplo portfólio multicultura e multifuncional. Localizada em Indaiatuba (SP), tem 80 mil m² de área total e capacidade produtiva superior a 35 milhões de quilo/litros por mês. Um dos maiores investimentos da Agrivalle é na área de pesquisa e desenvolvimento. A empresa conta com um dos maiores bancos genéticos de microrganismos do país, com mais de 800 cepas próprias e potencial biotecnológico ilimitado. Os mais de 300 funcionários trabalham com o objetivo de impulsionar a produtividade no campo, promover uma agricultura mais lucrativa para o agricultor e de forma sustentável. O portfólio contempla defensivos biológicos e bioestimulantes. A Agrivalle acredita na vida como fonte geradora de vida e quer colaborar com o aperfeiçoamento da qualidade dos solos, da planta, do ecossistema e sua regeneração. Informações para a imprensa: ComTexto Comunicação Integrada Ingrid Ribeiro – ingrid@ctexto.com.br Tel.: (16) 99785-7001 Maricy Celebroni – maricy@ctexto.com.br Tel.: (16) 99766-2825
Risco de nematóides no algodão – você está realizando o manejo correto da sua lavoura de algodão?

A cultura algodoeira é o ponto de partida de uma das cadeias produtivas mais importantes da economia mundial, a da moda. Embora esta indústria movimente milhões e conte com uma força de trabalho gigantesca, tem entre suas principais ameaças um ser microscópico que vive embaixo da terra. Bem no início do ciclo de produção de roupas, lençóis e afins, a presença de nematóides no algodão é um pesadelo! A cotonicultura tem lugar de destaque no cenário socioeconômico mundial, e o Brasil está entre os responsáveis pelos números do setor. Estamos entre os principais produtores mundiais de algodão, uma liderança dividida com Paquistão, Estados Unidos, Índia e China. A produção de algodão no Brasil Hoje, temos mais de um milhão de hectares do país ocupados por algodoeiros, sendo a maior concentração nos estados de Goiás, Bahia e Mato Grosso. Vale lembrar que houve um crescimento significativo entre 2014 – quando o algodão brasileiro era cultivado em 564 mil ha – e 2019 – quando chegamos a 1,072 ha. Os bons ventos continuam soprando nessa lavoura, que espera resultados positivos na safra 2021/2022, apesar de dificuldades relacionadas ao clima. Os produtores, aliás, estão redobrando os cuidados para evitar que as incertezas geradas pelas mudanças climáticas afetem a qualidade da pluma. Além das consequências diretas de secas, chuvas e geadas fora do calendário, eles precisam lidar com seu reflexo no solo – ou melhor, precisam se adiantar a isso, garantindo que a biota esteja saudável, preparada para proteger as raízes e lidar com pragas e doenças. A ameaça dos nematóides no algodão Vários males podem afetar o algodoeiro, entretanto identificar nematóides no algodão é uma das notícias mais desanimadoras nessa cultura. Isso porque eles afetam a área de cultivo de tal forma que deixam a planta mais suscetível a outros problemas. De fato, entre os mais de 250 agentes patogênicos prejudiciais ao algodoeiro, nenhum abala a produtividade de maneira tão significativa quanto os nematóides. Para controlá-los, há, basicamente, dois conjuntos de medidas. O primeiro é preventivo e se resume a evitar que eles entrem na área de cultivo. Para tanto, a receita é fazer rotação com plantas que não sejam suas hospedeiras, acontece que esta não é uma tarefa tão simples quanto parece. Por mais que a rotação de culturas seja uma das formas mais eficazes no controle de nematóides no algodão, esse tipo de patógeno é tão presente na natureza que pode afetar uma gama de plantas bem grande. Geralmente, quando o produtor encontra uma espécie com as características necessárias, ela não é rentável para o negócio. Além disso, muitas variedades de alto valor agronômico são geneticamente desprovidas de defesas contra o patógeno. É aí que entram os nematicidas e o segundo método para controlar os nematóides no algodão. Nematóides no algodão – um histórico de controle Por muito tempo, os nematicidas eram conhecidos por trazerem prejuízos ao meio-ambiente e à saúde das pessoas. Mais que isso, eram classificados como sendo de alta periculosidade, tanto que muitos foram banidos do mercado. Para substituí-los, a indústria agropecuária desenvolveu opções menos tóxicas, inclusive produtos biológicos. O êxito dos bionematicidas é bastante significativo no combate a nematóides no algodão, inclusive nas espécies mais comuns nessa cultura, como Pratylenchus brachyurus e Meloidogyne incognita. É o caso do Profix, desenvolvido pela Agrivalle. Contando com um mix de três microrganismos, ele acaba atuando de diferentes formas. Com isso, cobre um amplo espectro, conseguindo atuar em diversas fases dos nematóides. Assim, ele atua na biota de forma contínua, como em um tratamento. O Profix é um produto inovador, foi o primeiro nematicida a trazer 3 microrganismo em sua formulação –, as bactérias Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis e o fungo Paecilomyces lilacinus (Purpureocilium lilacinum). Este trio atua em associação, oferecendo, portanto, tripla proteção à área de cultivo. Uma andorinha só não faz verão Apesar de todos os avanços no desenvolvimento de nematicidas e na redução da toxicidade do produto, a eficácia no trato de nematóides no algodão ainda depende de outras práticas associadas. Portanto, garanta que os seguintes passos sejam seguidos em seu algodoeiro: Identifique o problema – quando confirmar que há nematóides no algodão, você precisa saber com qual espécie está lidando, afinal isso interfere nas medidas de combate. Como estamos falando de seres microscópicos, você vai precisar contratar um laboratório para esta avaliação. Adote rotação de culturas – alterne as espécies plantadas na área onde cultiva algodão, evitando aquelas que servem como hospedeiras do mesmo tipo de nematóides, pois isso aumentaria o risco de incidência do parasita. Mantenha equipamentos e máquinas limpos – nematóides podem ser levados de um lugar para outro, tendo os equipamentos utilizados no manejo como meio de transporte. Tanto numa pá como numa máquina, uma porção de terra contendo o parasita pode ser levada para uma parte do solo até então saudável. Monitoramento contínuo – fique atento ao solo e às raízes, retirando amostras periodicamente e enviando-as para análises em laboratório. Essa medida deve ser tomada mesmo depois da identificação positiva do patógeno, pois acompanhar o problema, assim como sua evolução e combate, permitirá que você faça intervenções sempre que necessário e se assegure de que as medidas de controle estão funcionando.
Tudo o que você precisa saber sobre a safra de algodão 2021/2022

No final de junho, as estimativas para colheita da safra de algodão 2021/2022 foram atualizadas pela Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão). Tomando como base o ciclo anterior, a indicação é de um crescimento de 10,8%. De fato, abaixo da previsão inicial da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que, aliás, também atualizou seus dados. As estimativas da Companhia apontavam 7,4% de área colhida até dia 25/06, indicando maior avanço no processo em relação ao mesmo período da safra de algodão de 2020/2021. A queda na previsão de crescimento, no entanto, não interfere nos números da produção na atual safra, que se mantêm positivos. A faceta negativa das previsões têm origem bem óbvia: o clima. Sem dúvida, as incertezas climáticas estão desafiando a cultura do algodão, assim como tantas outras. Os efeitos das oscilações entre secas extremas e chuvas excessivas podem ser vistos em áreas de cultivo por todo o Brasil. Portanto é fácil entender a atribuição que vem sendo feita ao aumento da área de cultivo de algodão – que gira em torno de 16,8% – para justificar o incremento na safra 2021/2022 – estimada, até o momento, em 2.609 mil toneladas. Para dar vazão à produção, os cultivadores contam com a demanda positiva que o mercado vem apresentando para o algodão brasileiro, bem como com os ótimos preços que vêm sendo praticados. Tanto que, em maio de 2022, em comparação a maio de 2021, as exportações da pluma atingiram uma alta de 30%. Assim, mesmo com a queda na projeção decorrente dos problemas climáticos, a safra de algodão 2021/2022 deve ser bem rentável. De olho na próxima safra de algodão Apesar de uma composição de fatores ter levado a um cenário positivo na atual safra de algodão, os cultivadores estão bem cientes de que precisam se preparar para o próximo ciclo. Com efeito, o que os dados nos mostram é uma visão geral. Entretanto, ao particularizar as experiências vividas na cotonicultura no último ano, os prejuízos causados pelas intempéries climáticas ficam evidentes. Segundo a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), por exemplo, o clima é o responsável por uma redução na ordem de 12% na previsão inicial para a safra de algodão 2021/2022 na Bahia. Note que estamos falando do estado que ocupa a segunda posição no ranking de produção nacional da cultura. Se em solo baiano os desafios foram trazidos pela seca, uma dificuldade já conhecida na região, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul a produção foi afetada por geadas inéditas. A lição que tiramos disso é que, além de intensificar os cuidados com o meio ambiente, precisamos nos cercar de precauções a fim de reduzir os impactos que as alterações no regime climático podem trazer para a próxima safra de algodão. Nesse sentido, os insumos biológicos são parte de um mix de soluções que não só protegem o cultivo algodoeiro como viabilizam uma prática mais amigável da agricultura. Os bioinsumos na cultura do algodão Embora a maior parte dos bioinsumos produzidos no Brasil seja aplicada nas culturas de soja, cana e café, eles vêm sendo cada vez mais utilizados no controle de pragas que prejudicam o plantio de algodão. Os bons resultados já podem ser vistos em diversas regiões. Um exemplo é Minas Gerais, onde a safra de algodão de 2021/2022 ocupa uma área de 25 mil hectares. O estado é uma referência em controle biológico no cultivo da fibra. Manejando bioinsumos de forma estratégica, os cultivadores mineiros desenvolveram um sistema de produção bastante sustentável. Com isso, eles alcançaram uma redução no uso de agroquímicos, além de outros benefícios. O destaque fica por conta da produtividade, da saúde do solo e do algodão que cresce nele, uma pluma de qualidade superior, excelente para a indústria têxtil. Lançando um olhar mais amplo, que vai além da lavoura, é possível observar impactos positivos no ecossistema como um todo, inclusive com o aumento no número de polinizadores – principalmente abelhas – bem como na população de inimigos naturais de pragas prejudiciais à safra de algodão. É exatamente este o raciocínio por trás dos bioinsumos. Eles são desenvolvidos a partir do estudo das relações entre diferentes organismos presentes no solo a fim de aproveitar da melhor forma as interações na biota. Na Agrivalle, nos referimos a isso como vida gerando vida. Este conceito sustenta toda a pesquisa que desenvolvemos na criação de insumos para controle biológico.
Agrivalle 04: abril de 2022 (ref. março de 2022)

E vamos ao nosso resumo dos fatos e números do agro em março e o que acompanhar em abril no setor. Na economia mundial e brasileira, o Boletim Focus do Banco Central (Bacen) de 14 de março indica que a Selic deve atingir 12,75% no final de 2022 e 8,75% em 2023, enquanto que o IPCA chegará a 6,64% e 3,70%, respectivamente. O país deve apresentar uma singela melhoria em seu PIB (Produto Interno Bruto), com crescimento de 0,49% neste ano e 1,43% no próximo. Por sua vez, o câmbio deve ficar em R$ 5,30 ao fim de 2022 e R$ 5,21 no término de 2023. Outras instituições financeiras são menos otimistas com o cenário de inflação. A XP acredita que o IPCA deva fechar este ano em 6,2%, resultante do choque de custos advindo dos conflitos no Leste Europeu. Com reflexos também em 2023, a taxa básica de juros está projetada em 3,8%, superior àquela esperada pelo Bacen. No cenário global, a Comissão Europeia anunciou projeto que visa a independência energética do bloco nos próximos anos, consequência dos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia e dos possíveis impactos que restrições no fornecimento de gás natural podem trazer à Europa. O plano prevê substituição do gás natural pelo biometano, com a meta de dobrar para 35 bilhões de metros cúbicos a produção da fonte bioenergética até 2030. Em março, na economia global, a grande variável é o tempo de duração da invasão russa na Ucrânia, pois os preços altos da energia podem roubar até 1% da expectativa de crescimento do PIB, ficando agora em cerca de 4%. Índice de preços de alimentos em março de 2022 No agro mundial e brasileiro, em fevereiro, o índice de preços de alimentos da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou 140,7 pontos, crescimento de 3,9% em relação a janeiro e de 24,1% em relação ao mesmo mês de 2021. O valor é também o maior já registrado, superando a máxima de fevereiro de 2011. Óleos vegetais e produtos lácteos seguem sendo os que lideram a alta. Milho, soja e algodão – safra brasileira em março de 2022 No 6° levantamento da safra brasileira de grãos em 2021/22, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou a oferta total de 268,2 (fevereiro) para 265,7 milhões de t (março), queda de 0,9% em um mês, e mais um reflexo dos impactos do clima no campo. Em mais um mês, a soja foi a principal impulsionadora desta queda, com produção agora estimada em 122,8 milhões de t; 2,2% menor que o apontado em fevereiro e 11,1% a menos do que a produção de 2020/21. Na cultura do milho, a oferta foi mantida nos mesmos níveis, em 112,3 milhões de t; volume que é 29,0% superior ao do ciclo passado, a depender de como será nosso desempenho produtivo na safrinha. A primeira safra de milho deve entregar 24,3 milhões de t, e a segunda, algo em torno de 86,2 milhões de t. Por fim, no algodão em pluma, a estimativa está agora em 2,824 milhões de t, salto de 4,2% em um mês e 19,7% maior que a produção do ciclo passado. Aparentemente, o clima está favorecendo as lavouras, que se encontram em pleno desenvolvimento. Plantio milho soja algodão em março de 2022 No campo, o plantio do milho 2ª safra alcançou 87,4% das áreas totais previstas para o ciclo 2021/22 até o último dia 12 de março; contra 71,5% na mesma data de 2021. No Mato Grosso, principal estado produtor, o plantio está em reta final, com 98,1% das áreas já semeadas. Já a colheita do milho 1ª safra segue um pouco mais lenta, com progresso de 33,7% até 12 de março; há um ano era de 32,8%. Na soja, a colheita havia alcançado 63,1% de progresso, contra 48,6% na mesma data do ciclo passado. Por fim, o plantio do algodão foi concluído em todas as regiões produtoras e a colheita deve ser iniciada nos próximos dias. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Estimativas do USDA para a produção de grãos No cenário global, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aponta novas estimativas para a produção de grãos em relatório divulgado no início de março. No milho, o órgão reviu a oferta global para 1.206,1 milhão de t; alta de 0,6% em relação ao relatório de fevereiro e de 7,3% em relação a produção de 2020/21. Entre os principais países produtores, a oferta foi mantida nos EUA, China e Brasil em 383,9, 272,5 e 114,0 milhões de t, respectivamente. Na comparação com a safra passada, estes três países devem entregar 7,1%, 4,5% e 31,0% a mais do cereal. Na Argentina, a produção foi reduzida de 54,0 para 53,0 milhões de t, 1,8% menor. Apesar do maior volume de produção global, o USDA estima estoques menores este mês – em 1,3 milhão de t – apontados agora em 300,9 milhões de t. Ainda assim, o volume armazenado do grão deve ser 3,2% superior ao registrado em 2020/21. Estimativas do USDA para a produção de soja Na soja, o USDA segue jogando para baixo as estimativas. Neste mês Em março, o departamento apontou a oferta em 353,8 milhões de t; em fevereiro estava em 363,9 milhões de t, ou seja, 2,8% menor este mês. Com isso, a produção da leguminosa será 3,4% menor que 2020/21. A redução é reflexo da baixa na oferta do Brasil, principal produtor, que tem produção estimada, agora (março), em 127,0 milhões de t, contra 134,0 de fevereiro e 138,0 de 2020/21. Dessa forma, nosso país deve entregar 8,0% a menos nesta safra. Nos demais países, segue o cenário: EUA teve valores mantidos em 120,7 milhões de t; Argentina teve a produção reduzida de 45,0 para 43,5 milhões de t; e China segue com 16,4 milhões de t. Como consequência das baixas, os estoques da leguminosa devem ficar em torno de 89,9 milhões de t, 11,9 milhões de t a menos em relação a 2020/21,
O Que Acompanhar no Agro em Dezembro?
Vamos às reflexões dos fatos e números do agro em novembro e a lista do que acompanhar em dezembro. Na economia brasileira seguimos com deterioração do cenário econômico, considerando os principais indicadores. O relatório Focus do Banco Central do Brasil (Bacen) de 16 de novembro trouxe expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021 em 9,77%, e de 2022 em 4,79%. Já para o PIB (Produto Interno Bruto), espera-se um crescimento de 4,88% neste ano e de 0,93% em 2022. Para taxa Selic, o mercado espera 9,25% e 11,0%, respectivamente, e no câmbio, R$ 5,50 no final de 2021 e no final do próximo ano. Inflação de volta, juros altos, câmbio excessivamente desvalorizado e crescimento econômico bem mais fraco. Segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio), o comércio global de mercadorias está desacelerando neste final de ano. Os cálculos do barômetro (mecanismo que mostra em tempo real a trajetória do comércio mundial) apontam valores de 99,5, contra 110,4 em agosto; lembrando que quando o valor está acima de 100, temos um crescimento acima da tendência esperada. Na conjuntura atual, o índice de componentes eletrônicos está em 99,6; o de transporte em contêineres em 100,3; o de matérias-primas em 100,00; e o de frete aéreo em 106,1 (único que permaneceu de forma relevante acima da tendência). Mas as perspectivas para a economia mundial no ano que vem se mantêm ao redor de 4,7%, o que é um bom número. Foi um mês de piora nos indicadores. No agro mundial e brasileiro, nas estimativas de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para safra global 2021/22, a produção de milho nos EUA foi revista de 381,5 (relatório anterior) para 382,6 milhões de t (+0,3%). A produção na União Europeia também foi acrescida, saindo de 66,3 milhões de t para 67,9 milhões de t (+2,4%). A Argentina de 53,0 para 54,5 milhões de t (+2,8%). Brasil e China tiverem seus números mantidos em 118 e 273 milhões de t, respectivamente. Com isso, a produção global do cereal deve ficar em 1.204,62 milhões de t; 7,6% maior que 2020/21. As estimativas para os estoques globais do milho estão em 304,4 milhões de t, um crescimento de 4,3% em relação ao ciclo passado. Na soja, o relatório de novembro indicou uma produção pouco menor nos EUA: de 121,05 milhões de t do relatório passado, para 120,4 milhões de t na nova previsão (-0,5%). A produção na Argentina também foi reduzida para 49,5 milhões de t (-2,9%); era de 51,0 milhões de t em outubro. No Brasil, a produção foi mantida em 144 milhões de t, alta de 4,3% em relação à 2020/21. Como resultado, a oferta global da oleaginosa deve ser de 384,01 milhões de t em 2021/22, crescimento de 4,8% em relação ao ciclo passado. Já os estoques finais devem ficar em 103,8 milhões de t, também acima da safra passada, em 3,7%. Ou seja, milho e soja vem vindo com bons crescimentos em relação à safra anterior. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção de grãos da safra 2021/22 irá atingir 289,8 milhões de t, um incrível crescimento de 14,8% frente à temporada passada. Se tudo correr bem, teremos 37 milhões de t de grãos a mais. O salto na área produtiva também é impressionante, de 69 milhões de hectares na safra 2020/21 para quase 71,85 milhões nesta (+4,1%). Na cultura da soja, a produção deve totalizar recorde de 142 milhões de t (+3,4%), em uma área cultivada de 40,3 milhões de hectares (+3,5%). Já no milho, a primeira safra está estimada em 28,6 milhões de t (+15,7%), alcançando área cultivada de 4,35 milhões de hectares (+2,5%). No acumulado das três safras do cereal, projeta-se um crescimento de 15,7% no volume colhido, chegando a 116,7 milhões de t. Finalmente no algodão, espera-se uma produção de pluma 12,6% superior, somando 2,65 milhões de t, em consequência do aumento da área de plantio em 9,3%, que ficou em 1,5 milhão de hectares. Expectativas são altas para a consolidação de uma supersafra! Também segundo a Conab, até o final da primeira semana de novembro, 67,3% das áreas de soja no Brasil já haviam sido semeadas; contra 55,1% no mesmo período do ciclo 2020/21. O Mato Grosso, principal produtor da oleaginosa, é o estado com maiores avanços até aqui, com 96,0% do plantio já concluído. No milho verão, o progresso era de 54,4%, pouco acima dos 53,1% registrados na mesma data de 2020/21. O Paraná lidera os avanços, com 98,0% das áreas já plantadas com o cereal. Em outubro, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 8,84 bilhões, valor recorde para o mês (mais uma vez!), crescimento 10,0% em relação ao mesmo mês de 2020. Segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a elevação nas receitas foi resultado de alta de 25,8% nos preços dos produtos, já que que os volumes caíram 12,5% no comparativo mensal. No top 5 dos produtos que mais arrecadaram, temos: na liderança, o complexo soja com US$ 2,47 bilhões (+75,7%), dos quais a soja em grão representou 70% (US$ 1,51 bilhão); na segunda posição estão as carnes, que exportaram US$ 1,51 bilhão (+3,6%), sendo que a carne de frango foi a fonte com maior participação, de 46,2% (a bovina, por sua vez, registrou queda de 31,6%, impacto das restrições nas importações da China); em terceiro, ficaram os produtos florestais, com US$ 1,20 bilhão (+17,3%); na quarta colocação aparece o complexo sucroalcooleiro, com vendas em US$ 910,9 milhões (-30,0%), setor que apresentou redução significativa nos embarques, especialmente pela queda de 28,6% nas vendas do açúcar; e fechando o top 5, em quinto, temos o café, que exportou US$ 606,7 milhões (+18,9%). As importações, por sua vez, somaram US$ 1,4 bilhão em outubro, crescimento de 16,7% em comparação com o mesmo mês de 2020. Como resultado, o agro brasileiro entregou um saldo positivo de US$ 7,44 bilhões (+8,8%). No acumulado de 2021 (janeiro – outubro), as exportações do agro brasileiro