A produtividade agrícola tem um coringa

A produtividade agrícola é uma preocupação comum ao agronegócio em todo o mundo. Naturalmente, é assim no Brasil também, só que vivemos um contexto bastante particular e (podemos dizer) vantajoso. Isso porque um grande aliado da capacidade produtiva no campo está em alta por aqui em todos os sentidos. A indústria de bioinsumos está em plena efervescência, com pesquisas e desenvolvimento a todo vapor. Em paralelo, vem firmando seu papel entre os protagonistas do ecossistema agrícola, com um número crescente de produtores adotando o controle biológico, além do reconhecimento de entidades do setor e incentivos do Estado. É claro que nada disso veio à toa. Todo esse movimento decorre dos resultados acima da média na produtividade agrícola alcançada em cultivos tratados com bioinsumos. Estamos falando de um coringa, que traz equilíbrio para o ciclo como um todo, ou seja, que contribui com o solo, com as plantas e os produtos que nascem delas, com as pessoas que trabalham no campo e consomem tais produtos e – por fim ou em consequência – com o meio ambiente. Uma fonte para a agricultura sustentável Sobre a versatilidade dos insumos biológicos, podemos dizer que ela é, no mínimo, ampla. Conseguimos identificar esta polivalência tanto na correção da questão imediata que motivou a aplicação como em reflexos inesperados mas importantes o bastante para fazer a diferença. “Às vezes, ao trabalhar com biológicos para sanar um problema, identifica-se um reflexo positivo em outro. Um produto para biocontrole de um patógeno, como os nematóides ou as pragas aéreas, pode atuar como fungicida de solo”, explica o agrônomo e diretor de marketing da Agrivalle, Luiz Cláudio Micelli. São ganhos indiretos, no entanto, fundamentais para a produtividade agrícola. Vale considerar que podem, inclusive, ultrapassar o limite da planta cuja patologia está sendo tratada. Depois de usar um bioinsumo para combater uma disfunção específica, por exemplo, o produtor pode notar um aumento na população de polinizadores naturais. O segredo está na origem desses insumos, afinal, estamos falando de produtos compostos, sobretudo, por matéria orgânica (microrganismos, resíduos de vegetais ou animais etc.), o que permite que atuem de forma mais harmônica com o ecossistema da área de cultivo. É dessa maneira que, enquanto tratam um problema, os bioinsumos trazem benefícios substanciais para a microbiota, tratando o solo a longo prazo, com reflexos na fertilidade, no consumo de água e – é claro – na produtividade agrícola. Multifuncionalidade na agricultura No que tange a sua ação direta, os insumos biológicos, atuam nos mais variados problemas identificados numa plantação. Da mesma forma, atendem a diversas culturas, independente do porte da lavoura. De fato, temos à nossa disposição incontáveis opções ecologicamente amigáveis e benéficas para a produtividade agrícola. Eles agem tanto no tratamento de patologias e pragas como na promoção do desenvolvimentos de plantas, no fortalecimento das raízes e na fertilização no solo. Em poucas palavras, são bionematicidas, biofungicidas, bioestimulantes, bioinseticidas, entre outros que, naturalmente, cumprem funções de controle biológico, nutrição, fortalecimento e desenvolvimento. Como se não bastasse, some-se a isso, a fixação biológica de nitrogênio (FBN), função indispensável à sobrevivência de qualquer forma de vida na Terra. Os inoculantes são a alternativa biológica capaz de assegurar que uma plantação conte com nitrogênio suficiente para garantir suas necessidades primordiais para sobrevivência e, consequentemente, para a produtividade agrícola. Antes deles, agricultores de todo o mundo dependiam de fertilizantes químicos nitrogenados. Só que o custo das aplicações deste insumo é bem mais alto que qualquer bom resultado de safra, já que é daí que vem grande parte das emissões de gás carbônico que a indústria agrícola emite – bastam 100 kg de fertilizante químico nitrogenado para que 1 tonelada de gases geradores do efeito estufa se instalem na atmosfera. Produtividade agrícola sustentável Se restou alguma dúvida sobre o que nos leva a dizer que os bioinsumos são coringas da produtividade agrícola, ainda temos uma peça nesse quebra-cabeças. Além de promover o manejo da lavoura em harmonia com o meio ambiente e de garantir condições de desenvolvimento saudável na plantação, eles criam condições favoráveis para a autossuficiência da agricultura nacional. Grande parte dos agroquímicos utilizados no Brasil são importados de diversos países, em especial do leste europeu. Acontece que, o ônus de depender do mercado externo para um subsídio tão importante para a produtividade agrícola, que já era alto, se intensificou com a pandemia e a guerra entre Ucrânia e Rússia. Os efeitos da crise de abastecimento decorrente das restrições de deslocamentos e lockdowns em todo o mundo, afetou consideravelmente a distribuição dos insumos químicos importados, bem como seus preços. No final de 2021, ou seja, antes do conflito entre Rússia e Ucrânia, um relatório do Rabobank trouxe dados surpreendentes. Só para ilustrar, segundo o estudo, entre janeiro e outubro de 2021, a ureia teve um aumento de 150%, e o cloreto de potássio ficou 206% mais caro. Outras cartas do baralho Sempre que os bioinsumos entram na equação, a lavoura se beneficia, seja distribuindo os efeitos de seu uso para as plantas, as pessoas ou o planeta. Em síntese, eles trazem para o agronegócio benefícios diretos – uma área de cultivo saudável e produtiva –, implícitos – uma relação de equilíbrio com o meio ambiente – e indiretos – mais independência para o agricultor brasileiro. Tantas vantagens para a produtividade agrícola motivaram iniciativas que estimulam a adoção dos insumos biológicos. É o caso do Programa Nacional de Bioinsumos e de uma série de linhas de financiamento. Como parte da rede que se criou em torno dos biológicos, a Agrivalle trouxe para o mercado produtos que alcançam excelentes resultados em lavouras de todo o Brasil, como bioestimulantes – Algon e do Raizer –, biofungicidas – Shocker e Twixx-A – e bionematicida – Profix.
Linhas de financiamento de bioinsumos – 4 opções para aquisição ou produção

Quer saber quais são as linhas de financiamento de bioinsumos? Pois saiba que há vários instrumentos de crédito e fomento disponíveis para impulsionar este setor, tanto no que tange à aquisição de produtos para biocontrole como para sua fabricação. Desde 2020, incentivos financeiros a ações de desenvolvimento sustentável no que diz respeito aos bioinsumos vêm sendo oferecidos por meio de programas governamentais com a criação do Programa Nacional dos Bioinsumos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A partir daí, diversas iniciativas continuam sendo fortalecidas e estão se tornando cada vez mais verdes com a liberação do Plano Safra ano após ano. Alternativas de linhas de financiamento de bioinsumos O Programa ABC que conta com o Pronaf ABC+ Bioeconomia, oferece financiamento a agricultores e produtores rurais familiares para investimento na utilização de tecnologias de energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamento hídrico, pequenos aproveitamentos hidroenergéticos, silvicultura e adoção de práticas conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade do solo, visando sua recuperação e melhoramento da capacidade produtiva. É nesse contexto que ele disponibiliza linhas de crédito para projetos de construção ou ampliação de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes na propriedade rural, para uso próprio. O Programa Inovagro financia a incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais – visando ao aumento da produtividade e melhoria de gestão – também oferece fomento via crédito rural nas modalidades de custeio para aquisição de bioinsumos ou investimento para montagem de biofábricas. Já para as cooperativas, as linhas de crédito estão inseridas no Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo), com incentivos à aquisição de equipamentos para a produção de bioinsumos. Esses recursos são maiores e possibilitam a ampliação da participação de produtos dessa natureza a mais agricultores. Ainda, é possível contar com a linha do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) denominada BNDES Agro, também operada pelos agentes financeiros que operam no crédito rural. Em 2021, o BNDES passou a permitir também que o setor de bioinsumos seja financiado por mais duas linhas de crédito que serão permanentes. A primeira delas é a BNDES Finem, que foca operações superiores a R$ 20 milhões. A segunda, é a BNDES Crédito Rural, que é voltada para produtores de pequeno porte, abrangendo inclusive pessoas físicas. Dessa forma, o BNDES passa a oferecer crédito de maneira estável para os bioinsumos, tornando permanente o incentivo em vez de deixá-lo limitado à execução do orçamento definido anualmente. Dessa forma, pode estimular a adoção de práticas cada vez mais sustentáveis no agronegócio brasileiro, o que vai contribuir para mitigar os impactos ambientais e ainda fortalecer nossa competitividade internacional. Além do efeito positivo para o meio ambiente, os bioinsumos podem contribuir para a diminuição da dependência do setor externo no fornecimento de fertilizantes, tendo em vista que o Brasil é um dos maiores importadores mundiais de produtos químicos, especialmente fertilizantes e defensivos agrícolas. Com novos programas e incentivos fica cada vez mais possível incorporá-los na propriedade, não é mesmo produtor? Ninguém melhor que a Agrivalle para lhe oferecer o que há de mais inovador em tecnologia para a sua lavoura. Se eu fosse vocês, aproveitaria as oportunidades oferecidas pelas linhas de financiamento de bioinsumos e não deixaria de potencializar meus resultados e obter mais sucesso durante a jornada de produção! O texto Linhas de financiamento de bioinsumos – aquisição e produção foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Os grandes números do mercado de bioinsumos em 2021

O mercado de bioinsumos vem tomando espaço cada vez maior na economia brasileira e global nos últimos anos e apresenta uma ótima perspectiva de crescimento. Os insumos biológicos apresentam inúmeras vantagens, seja para o produtor, para o solo ou para o consumidor. E esses atributos se refletem em alguns números expressivos. Em 2021, a movimentação com biológicos no Brasil girou em torno de R$ 3,0 bilhões, dos quais, forma: R$ 1,2 bilhão (40%) com bionematicidas; R$ 750 milhões com bioinseticidas (25%); R$ 660 milhões (22%) com inoculantes; e R$ 390 milhões (13%) com biofungidas. A estimativa, feita pela Markestrat com dados da ABCBio, indica ainda que o mercado (soma das quatro categorias) deve alcançar R$ 6,2 bilhões até 2025, com crescimento anual em torno de 20%. Outro dado interessante, da Spark Inteligencia, mostra que a receita gerada pelo mercado de biológicos alcançou R$ 1,7 bilhão na safra 2020/2021, um aumento de 37% na comparação com o ciclo anterior. De acordo com a instituição CropLife Brasil, a receita deve triplicar até 2030. No âmbito global, os bioinsumos tiveram um valor de mercado estimado em US$ 10,6 bilhões no ano de 2021, segundo dados da Research and Markets. A projeção estimada é de que esses números atinjam US$18,5 bilhões no ano de 2026, com um crescimento anual (CAGR) de 11,9% – contra um crescimento anual de 3,7% por parte dos insumos químicos. Se confirmada a projeção, o setor teria um crescimento de 74% em apenas quatros anos, na comparação com os valores atuais. Segurança jurídica para o mercado de bioinsumos Atualmente, discussões na Câmara dos Deputados estão sendo realizadas pela Frente Parlamentar Mista da Bioeconomia para melhorar a segurança jurídica de empresas e produtos do setor no Brasil. Segundo os parlamentares, a movimentação global com os bioinsumos pode alcançar US$ 11 bilhões a partir de 2025. O Brasil é o maior mercado dos insumos biológicos no mundo, com taxa anual de crescimento de 32% e movimentações em torno de R$ 3,5 bilhões. A tendência é de que o Brasil desponte ainda mais como referência global, pois segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a produção nacional de bioinsumos tem um crescimento anual de 30%, número maior se comparado com o resto do mundo, que apresenta um crescimento de 18%. Bioinsumos reduzindo custos No que se refere a economia, a substituição dos produtos químicos “tradicionais” por insumos biológicos pode representar uma forma de diminuir custos para o produtor. O Mapa também indica que o uso de bioinsumos no controle biológico de pragas e inoculantes pode gerar uma economia de R$ 165 milhões por ano ao setor agrícola, apenas com o setor de produtos biológicos de controle. Esse fato pode ser explicado pela forte presença de produtores brasileiros no mercado de bioinsumo – 97% dos insumos biológicos comercializados no Brasil são de fabricação nacional, gerando um gasto menor com transporte se comparado com insumos químicos importados. Em suma, boas perspectivas têm acompanhado o setor, mas existe uma agenda de muito trabalho nos próximos anos para que possamos alcançar estes resultados. Vamos ao trabalho, contribuindo com esta missão. O texto Os grandes números do mercado de bioinsumos foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Agrivalle Markets 12: Novembro de 2022

Novembro de 2022 marca um ano de parceria (12 edições) trazendo o resumo dos principais fatos do agronegócio e os pontos de acompanhamento para vocês, produtores e profissionais do setor. E vamos a mais uma coluna. Iniciamos destacando que, após um ciclo de três meses de deflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,59% em outubro; dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A categoria com maior alta foi a de “Vestuário” (+ 1,22%), mais a maior influência geral no índice veio pelo grupo “Alimentação e bebidas” (+ 0,72%). O crescimento para os alimentos vem, especialmente, por conta da alimentação em domicílio (+ 0,8%), com destaque para alta nos preços da batata-inglesa (+ 23,36%) e do tomate (+ 17,63%). Na outra ponta, registraram queda o leite longa vida (- 6,3%), que já havia caído no mês passado, e o óleo de soja (- 2,85%), registrando a quinta redução seguida. Já as perspectivas para a economia brasileira foram apresentadas em novo boletim Focus/Bacen, do Banco Central do Brasil, de 14 de novembro de 2022. No relatório, o IPCA foi projetado para 5,82% ao término de 2022 (alta) e 4,94% ao final de 2023 (manutenção). Já o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,77% este ano (alta) e 0,7% no próximo (manutenção). Em relação ao câmbio, as estimativas foram mantidas em R$ 5,20 para 2022 e também 2023. Por fim, a taxa Selic deve fechar 2022 em 13,75% e 2023 em 11,25%, os mesmos valores indicados no relatório anterior. O Índice de Preços de Alimentos da FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) fechou outubro em 135,9 pontos, pouco abaixo do valor registrado há um mês (136,3 pontos). Com o resultado, o indicador alcançou 23,8 pontos de diferença (para baixo) quando comparado com o pico de 2022, que foi em março. Apesar da melhora nos últimos meses, os preços ainda estão 2,7 pontos superiores aos registrados em outubro do ano passado. Entre as categorias analisadas para o boletim de novembro de 2022, os preços de cereais apresentaram altas para praticamente todos os produtos: trigo com 3,2%; grãos grosseiros em 3,5%; o milho subiu 4,3%; e o sorgo fechou 3,0% mais alto. Já nas carnes, o índice caiu 1,4%, fechando o mês em 118,4 pontos; o destaque, nesse caso, é a baixa nos preços da proteína suína, graças às fracas compras globais (importações) e demanda estável em grandes consumidores no mês. Nova estimativa para a safra 2022/23 de grãos No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a 2ª estimativa para a safra 2022/23 de grãos e, adivinhem: novo reajuste para cima! A produção total foi estimada em 313,0 milhões de t, um crescimento de 15,5% na comparação com o ciclo passado. Já a área deve ficar em torno de 76,8 milhões de há, 3,2% superior. Entre as principais culturas, o grande destaque segue sendo a soja, que deve entregar 153,5 milhões de t (+ 22,3%) em uma área de 43,2 milhões de ha (+ 4,2%). No milho, a área total deve ser de 22,3 milhões de ha (+ 3,4%) e oferta foi reestimada para 126,4 milhões de t (+ 12,0), sendo que 28,1 milhões de t serão produzidos em 1ª safra (22,2%) e 98,3 milhões de t em 2ª ou 3ª safras (77,8%). No algodão, produção de pluma deverá somar 3,0 milhões de t (+ 16,9%) em uma área de 1m6 milhão de há (+ 2,6%). Por fim, vale novamente o destaque para as culturas de inverno que, juntas, deverão entregar 11,3 milhões de t, crescimento de 21,1%; destaque para o trigo com 9,5 milhões de t (+ 23,7%). As perspectivas são muito boas. Vamos torcer para que o ritmo de plantio siga em nível satisfatório, como foi no último ano; para o que o regime de chuvas ajude os produtores; e para que as lavouras tenham um bom desenvolvimento. É hora de acompanhar tudo isso de perto! Progresso das operações no campo E falando em progresso das operações no campo, a Conab também divulgou atualizações sobre os avanços até 12 de novembro de 2022. No milho 1ª safra, 53,9% das lavouras já foram semeadas, contra 63,0% há um ano. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, os 3 principais produtores, registram 82,0%, 52,0% e 93,0% de progresso, respectivamente. Na soja, o plantio alcançou 66,0%, contra 77,5% em 12 de novembro de 2021, um leve atraso no comparativo anual. Nos três principais produtores da oleaginosa, o cenário é o seguinte: Mato Grosso alcança 97,4% das áreas plantadas; o Rio Grande do Sul está ainda com 18,0% (era 29,0% há um ano); e o Paraná registra 79,0% de progresso. Outra cultura que está com atraso nas operações é o trigo. A colheita do cereal para 2022 está em 58,9%, contra 82,9% há um ano; este é o menor ritmo em 5 safras. Nos três estados da região sul, que concentram 90% da produção nacional de trigo, 43% das áreas já foram colhidas (média dos estados), sendo que, há um ano, o índice já estava em 78%. Nos demais estados, a colheita já foi finalizada. Ao término das operações, a Conab estima que a produção de trigo em 2022 deve somar 9,5 milhões de t, 24% maior do que a safra 2021. Apesar da alta, o USDA estima que o Brasil deve consumir 11,8 milhões de t do cereal até o final do ano, ou seja, um déficit de 2,3 milhões de t. Em relação às condições das lavouras, a Conab indica que boa parte dos grãos se encontra em condições ideais de pluviosidade, com algumas exceções: regiões sudoeste de São Paulo, triângulo mineiro e sul de Goiás, onde há registros de falta de chuvas. No milho 1ª safra, 73,4% das lavouras já se encontra em desenvolvimento vegetativo; 19,6% ainda em emergência; e 7,0% em floração. Na soja 80,6% dos campos estão em desenvolvimento vegetativo; 17,7% em emergência; e 1,6% em floração. Perspectivas para agro internacional em novembro de
Registro de bioinsumos – marco regulatório dos bioinsumos e adequações às legislações

Embora o registro de bioinsumos no Brasil seja rápido e eficaz, ainda faz falta uma legislação específica. O termo “bioinsumos” envolve um amplo conjunto de processos, origens e funcionalidades, por isso o entendimento sobre suas definições ainda permanece em construção. No Brasil, um conceito só foi adotado oficialmente a partir do lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos no ano de 2020, estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Devido a essa ampla gama de produtos e funções, os bioinsumos podem ser encaixados em diferentes regulamentações de acordo com a sua utilização. Dessa forma, o MAPA, o IBAMA e a ANVISA otimizaram procedimentos para o registro de novos produtos biológicos, e hoje, esse registro não demora mais do que um ano para sair. O que existe é a necessidade de uma legislação específica por conta de várias incongruências na regulamentação dos insumos tradicionais que regem os bioinsumos. Ainda regulamentam o setor as leis generalistas de produtos diversos, como: insumos, fertilizantes, agroquímicos, sementes, produtos de uso veterinário, entre outros. Tais normas podem ser classificadas em três categorias: as que se relacionam aos biofertilizantes, aos produtos de controle biológico e aos produtos para uso animal. Registro de bioinsumos – movimento ascendente Felizmente, o registro de bioinsumos vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos, e ocorre no Brasil de forma rápida e eficiente em comparação com outros países. Dados do Ministério da Agricultura apontam que de 1991 a 2021, 433 produtos biológicos foram registrados no País, 96 somente em 2020. Sabe-se, por exemplo, que a aprovação de um inoculante pelos órgãos regulatórios gira em torno de 4 a 5 meses. Já para um biodefensivo o tempo é de 7 meses a 1 ano. A velocidade de aprovação dos bioinsumos no Brasil pode ser comparada a dos Estados Unidos e do Canadá. Para termos de comparação, há países na Europa nos quais a regulamentação de biológicos leva cerca de 5 anos. Na expectativa por legislações específicas Com a criação do Programa Nacional de Bioinsumos, espera-se que legislações voltadas exclusivamente aos biológicos sejam criadas, já que este tem como um de seus objetivos estabelecer um marco legal específico para tais produtos. No início de 2021, foi apresentado na câmara dos deputados o primeiro projeto de lei para a instituição de uma legislação direcionada especificamente aos bioinsumos, o PL 658. Já no final do ano passado, foi apresentado o projeto de lei de número 3.668 que dispõe sobre a produção, o registro, a comercialização, o uso, destino dos resíduos e embalagens, o registro, inspeção e fiscalização, a pesquisa e experimentação, e os incentivos à produção de bioinsumos para agricultura, com o objetivo de uso exclusivo nas propriedades rurais. Proposto pelo senado, esse PL também vem sendo discutido e pode se tornar a lei dos bioinsumos. A aprovação de projetos como esses promete uma melhor regulamentação do setor e a garantia da qualidade. Vale ressaltar que a promoção da biossegurança e um controle adequado no que diz respeito às questões fitossanitárias, é essencial para que o setor ganhe confiança no mercado nacional e internacional. Esses produtos, que já vêm crescendo fortemente nos últimos anos, devem ganhar ainda mais força com o aumento da eficiência regulatória. Vamos torcer para o desenvolvimento desse setor! O texto Registro de bioinsumos – marco regulatório dos bioinsumos e adequações às legislações foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Organizações do agronegócio

Diversas organizações do agronegócio atuam para a promoção de ações coletivas tradicionalmente são de extrema importância para o setor de forma geral. Estas se constituem principalmente em associações, entidades de classe e cooperativas que têm como objetivo fortalecer suas companhias parceiras. Nesse contexto, há algumas instituições que merecem destaque no que se refere ao setor de bioinsumos. Croplife Brasil – em prol da sustentabilidade A Croplife Brasil (CLB) é uma entidade formada por especialistas, empresas e instituições voltadas ao desenvolvimento de tecnologias associadas à produção agrícola sustentável. A instituição é dividida em quatro principais áreas: a de germoplasma (mudas e sementes), defensivos, biotecnologia e produtos biológicos. Fundada em 2019, ela foi formada por quatro associações independentes que existiam anteriormente voltadas a cada uma dessas áreas, sendo elas a Associação das Empresas de Biotecnologia na Agricultura e Agroindústria (AgroBio), a Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) e a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio). A CLB tem como objetivo promover o crescimento do agronegócio no Brasil e a integração dos diversos segmentos da sociedade incentivando a utilização correta das tecnologias no campo e o crescimento da oferta de alimentos. Atualmente a CropLife Brasil tem aproximadamente 60 empresas associadas, dentre as quais estão as maiores do setor como a Agrivalle, uma das grandes produtoras de insumos biológicos do país. ANDAV – distribuição que integra o país Outra entidade importante entre as organizações do agronegócio é a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV). Tendo como missão representar e fortalecer os associados para a profissionalização e união do setor, desde 1990 vem atuando em diversas frentes, participando de debates e da instituição de políticas públicas e normativas para o fortalecimento dos distribuidores e da cadeia de produção. Além disso, a ANDAV atua na capacitação de seus associados por meio do oferecimento de cursos, manuais, treinamentos, informativos e artigos técnicos. E, ainda, trabalha por uma forte promoção da sustentabilidade, oferecendo benefícios aos que adquirem seus produtos e serviços. AENDA – registro que traduz segurança Merece destaque também, a Associação Brasileira de Defensivos Pós-Patente, a AENDA. Desde 1986, a entidade atua no registro de defensivos. Ela serve como uma importante fonte de informação aos seus associados os ajudando no debate a respeito de soluções técnicas para seus produtos, fazendo com que estes sejam feitos prezando-se pela segurança da população. A AENDA tem um de seus pilares focado em produtos biológicos e fitoquímicos, apoiando diversas empresas desta indústria. É por meio dela que os seus associados conseguem apoio em suas reivindicações junto aos órgãos governamentais. Além disso, ela se configura como um importante ponto focal de discussão a respeito de novas tecnologias e suas devidas regulamentações. Mais organizações do agronegócio Existem outras importantes organizações do agronegócio, muitas trabalhando para o desenvolvimento dos produtos biológicos, como a Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), o Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) e as associações regionais relacionadas ao setor. Porém, para não ficar muito extenso vamos deixar para comentar sobre elas em uma outra oportunidade, por isso aconselhamos você, produtor, a não perder nenhum conteúdo por aqui! Estamos sempre trazendo as informações mais relevantes para esse setor que não para de crescer! O texto Organizações do agronegócio foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Agrivalle Markets 11: Outubro de 2022

Outubro de 2022 marca o lançamento do nosso 11° resumo mensal com os fatos de destaque no agronegócio brasileiro e mundial no último mês começa trazendo a boa notícia da recuperação da economia brasileira! Em setembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi de -0,3%, o 3° mês seguido de deflação, o que pouco temos visto em outros países do mundo. Em 2022, o IPCA acumulado está 4,09% maior; e nos últimos doze meses, 7,17% superior, apesar de estar abaixo dos doze meses anteriores (era de 8,73%). Entre as nove categorias pesquisadas, o grupo de Transportes foi o que apresentou maior queda, de 1,98%; seguido da Comunicação (- 2,08%) e de Alimentação e Bebidas (- 0,51%). Nos alimentos, as principais quedas foram: leite longa vida (- 13,7%) e óleo de soja (- 6,27%). Do lado das altas, tivemos os Vestuários (+ 1,77%) e Despesas Pessoais (+ 0,95%) como os dois grupos de maior variação positiva. Em setembro, o índice de preços dos alimentos da FAO (Agencia das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) registrou a 6ª queda mensal consecutiva, com o indicador alcançando 136,3 pontos, 1,0% menor do que o registrado em agosto (137,9). Apesar da queda, os preços ainda seguem 5,5% maiores do que setembro do ano passado. O principal motivador da redução foi o óleo vegetal, que registrou retração de 6,6%. Já o açúcar, laticínio e carnes caíram 1 ponto percentual cada. Na outra ponta, os preços de cereais cresceram 1,5% no mês, motivados pela alta de 2,2% no trigo, graças às novas tensões ocorridas entre Rússia e Ucrânia, além da forte seca na Argentina e Estados Unidos. Estimativas da Conab para a safra 2022/23 No Brasil, a 1ª estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2022/23 de grãos, que iniciou há algumas semanas, a produção foi estimada em 312,4 milhões de t, 15,3% superior a produção de 2021/22 ou 41,4 milhões de t adicionais em apenas um ano! Entre os principais cultivos, a soja se destaca com o maior volume: serão 152,4 milhões de t, 21,3% superior. No milho, a oferta deve ser de 126,9 milhões de t (+ 12,5%), sendo que o cultivo em 1ª safra vai entregar 28,7 milhões de t (+ 14,6%), na safrinha serão 96,3 milhões de t (+ 12,4%) e na 3ª safra outros 1,9 milhão de t (- 8,5%). No algodão, a expectativa é de uma oferta de pluma em 2,92 milhões de t, crescimento de 14,7%. Já as culturas de inverno devem somar 11,2 milhões de t (+ 19,3%), puxadas especialmente pelo trigo que deve entregar 9,4 milhões de t (+ 21,9%); os altos preços do cereal e as incertezas no mercado global têm sido vistos de forma oportuna pelos agricultores brasileiros. Fica aqui, desde já, nossa torcida para que todos estes números se confirmem! Como de costume, todos os meses traremos aqui as próximas 11 estimativas, esperando validar o bom desempenho em setembro de 2023! Estimativas do USDA em outubro de 2022 Em nível global, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou suas novas estimativas para os grãos em 2022/23 indicando, em outubro de 2022, que o milho deve produzir 1,168 bilhão de t, redução de 0,3% em relação à estimativa de setembro; ou 4 milhões de t a menos. Os dois principais players que tiverem seus dados revisados foram: a União Europeia em função da forte seca nos países do continente, que viu a estimativa de produção cair de 58,8 milhões de t (setembro de 2022) para 56,2 (outubro de 2022); e os Estados Unidos, que tiveram a oferta reduzida de 354,2 para 352,9 milhões de t. Com este novo resultado, a produção global de milho deve ser 4,0% menor nesta safra do que a passada; são quase 50 milhões de t a menos. No Brasil, a estimativa de produção se mantém em 126 milhões de t. Estoques finais foram também revistos e estão agora indicados em 301,2 milhões de t, 2% inferior a 21/22. No caminho contrário, o USDA reviu para cima a estimativa da produção global de soja: de 389,8 (setembro de 2022) para 391 milhões de t (outubro de 2022), o que deve significar uma colheita 10% maior; ou 35,3 milhões de t adicionais da oleaginosa. No Brasil, principal produtor, a produção deve ser ainda maior do que o esperado e agora está prevista em 152 milhões de t (era 149 em setembro), aumento de 25 milhões de t em apenas uma safra (+ 19,7%). Nos Estados Unidos, a produção foi revista para baixo e está agora indicada em 117,4 milhões de t, 3,4% inferior ao do ciclo passado. Já os estoques finais da soja devem fechar 2022/23 com 100,5 milhões de t, alta de 8,8%. Comissão Europeia prevê queda na colheita de milho E no final de setembro, a Comissão Europeia reduziu a sua previsão para a colheita de milho nos países do bloco. Resultado da seca que afeta diversas regiões, a nova previsão indica uma produção de 55,5 milhões de t (a estimativa anterior era de 59,3 milhões de t), o menor valor em 15 anos! De acordo com a comissão, os dados se referem a reduções na Bulgária, Alemanha, Croácia, Hungria, Romênia e Eslováquia. Como consequência, as previsões para importações de milho pelo bloco foram elevadas para 21 milhões de t (antes 20); e as exportações foram reduzidas de 4 para 3,5 milhões de t. Soja De volta ao Brasil, no mercado nacional de soja, o processamento da oleaginosa deve ficar em torno de 49 milhões de toneladas em 2022, segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). No ano passado, a moagem do grão somou 47,8 milhões de toneladas; ou seja, o crescimento neste ano deve ser de 2,5%. Em relação a produção, a entidade atualizou seus números indicando que foram produzidas 127 milhões de toneladas este ano (- 8,6%), enquanto que as importações passaram para 500 mil toneladas (- 42,1%). Já as exportações estão com a projeção mantida
Cultivo de algodão sustentável – pelo futuro da indústria têxtil

Quando o assunto é cotonicultura, o Brasil se destaca, inclusive, no mercado internacional. Para continuar assim, cada vez mais produtores reconhecem a importância de investir no cultivo de algodão sustentável . O cuidado com o meio ambiente se tornou um critério importante na avaliação de fornecedores. Nas mais variadas cadeias de suprimentos, as práticas ESG se impõem de ponta a ponta. Na indústria têxtil, especialmente na moda, a pressão dos consumidores transformou sustentabilidade em regra, repercutindo na origem da matéria prima. O Brasil está entre os protagonistas da cotonicultura mundial, e nossa capacidade de produção tem se mostrado promissora. A safra de 2021/2022 ainda não está fechada, mas registrou 2,6 milhões de t em setembro, sendo que o total do último ciclo foi de 2,36 milhões de t. Sem dúvida, o mercado tem capacidade para absorver o excedente, mas, para tanto, o cultivo de algodão sustentável deve ser uma condição. Rede de apoio ao cultivo de algodão sustentável Antenados com as demandas do mercado, os cotonicultores brasileiros contam com iniciativas que apoiam e orientam a respeito da importância de produzir uma pluma ecologicamente amigável. A ABRAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) assina o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que, em 2005, deu o primeiro passo formal para a organização e fortalecimento de ações socioambientais entre os cotonicultores com a criação do Instituto Algodão Social (IAS), no Mato Grosso. Os reflexos do ABR vieram no desenvolvimento de inovações fundamentais para o cultivo de algodão sustentável no campo e para a disseminação de consciência ecológica. Parte disso é o Coton Brazil, uma iniciativa que “projeta o algodão brasileiro que ampara o meio ambiente e promove o desenvolvimento social e econômico”. É daí que vem o movimento Sou de Algodão, que, desde 2016, estimula a produção de moda sustentável. Estas três iniciativas cercam a cadeia que se inicia nas lavouras algodoeiras e se encerra no guarda-roupas do consumidor final. Ou seja, tudo começa com produtores conscientes das vantagens de uma agricultura que atua em harmonia com o meio ambiente. No cultivo de algodão sustentável, o que decide o jogo é a capacidade de orquestrar as relações entre os elementos que compõem o cenário, tanto que, sustentando esse movimento, o ABR e o Coton Brazil promovem três pilares de sustentabilidade – ambiental, social e econômico – que primam pelo equilíbrio nas interações. Cultivo sustentável por um produto sustentável Quando se trata das interações que ocorrem no solo, a Agrivalle investe em pesquisas que visam otimizar a ação de microrganismos no combate a pragas e doenças, inclusive no cultivo de algodão sustentável. É assim que os bioinsumos operam. Eles são criados a partir do estudo da cultura em questão e da biota do solo onde ela é cultivada. Dessa forma, otimizam recursos e promovem um tipo de interferência menos invasiva, já que ela se dá mais na promoção de ações entre os elementos que compõem o solo que na introdução de substâncias estranhas àquela biota. Assim, nossos insumos biológicos já estão contribuindo com os avanços da cotonicultura brasileira no cultivo de algodão sustentável com bioestimulantes – Algon e do Raizer –, biofungicidas – Shocker e Twixx-A – e bionematicida – Profix. O valor da sustentabilidade O controle biológico é apenas uma ação num conjunto de práticas que resulta no cultivo de algodão sustentável. Mesmo assim, sua contribuição é inquestionável. Além de contribuir com a produtividade e com a saúde do solo, a prática ajuda a equilibrar o ecossistema na região da lavoura. Diversos agricultores observaram o aumento de polinizadores depois que começaram a utilizar bioinsumos. Também há registros de aumento na população de inimigos naturais das pragas que costumam ameaçar algodoeiros. Esse tipo de mudança, muitas vezes sutil, é característico quando práticas sustentáveis são adotadas. Pequenos benefícios se unem, transformando o cenário da área de cultivo e do negócio. Segundo Marcelo Duarte, Diretor de Relações Internacionais da Abrapa, “Na safra 2019/20, o Brasil foi responsável por apenas 11% da produção mundial, mas respondeu por 37% da oferta mundial de algodão sustentável”. Já na safra 2020/21, 84% da produção nacional foi certificada pelo programa ABR. Tudo isso se reflete no crescimento da demanda para os cotonicultores brasileiros. O cultivo de algodão sustentável é um exemplo de como a questão ambiental é capaz de gerar valor financeiro para o agronegócio. Figuramos entre os exportadores de commodities, e o carimbo da sustentabilidade pode ser o diferencial de que precisamos para ganhar a preferência no mercado internacional.
Multifuncionalidade dos bioinsumos – um caminho para a eficiência na cultura de grãos

Capazes de atuar contra doenças e pragas que afetam as lavouras, os insumos biológicos agem em conjunto com a natureza, potencializam qualidades e protegem a plantação de agentes causadores de prejuízos. A Agrivalle oferece um extenso portfólio de produtos, onde a multifuncionalidade dos bioinsumos se transforma em aliada do produtor. Tornando os sistemas agropecuários brasileiros mais eficientes do ponto de vista econômico e ambiental, os insumos biológicos estão em ascensão no Brasil. Atuando como biodefensivos, biofertilizantes e bioestimulantes, os produtos permitem ampla atuação em todo o ciclo de produção de uma cultura, desde a preparação do solo até o combate de pragas e doenças. Nos campos de soja, por exemplo, a adoção de biológicos cresceu 40% na área plantada entre as safras de 2015 a 2021, e as vantagens da multifuncionalidade dos bioinsumos estão relacionados a este dado. Como o próprio nome diz, esses insumos são produzidos a partir de materiais vegetais, animais ou microbianos e podem ser utilizados de maneira mais harmônica com a plantação. São usados para melhorar a microbiota do solo, atuando também na sua fertilidade e no controle de pragas e doenças em diferentes tipos de lavouras. Refletindo a multifuncionalidade dos bioinsumos, Luiz Cláudio Micelli, agrônomo e gerente de produtos para cereais da Agrivalle, explica que o uso destes insumos possibilita aos produtores ganhos indiretos. “Às vezes, ao trabalhar com biológicos para sanar um problema, identifica-se um reflexo positivo em outro. Um produto para biocontrole de um patógeno, como os nematóides ou as pragas aéreas, pode atuar como fungicida de solo”. O especialista acrescenta ainda que muitas dessas bactérias conseguem produzir hormônios e substâncias que acabam por estimular o aumento da densidade de pelos radiculares, da taxa de aparecimento de raízes secundárias e da superfície radicular, melhorando, assim, a absorção de nutrientes e de água. “Diante dessa reação em cadeia, a planta é beneficiada com maior capacidade produtiva, além de se tornar mais resistente aos desafios ambientais”, pontua. O meio ambiente na multifuncionalidade dos bioinsumos Os produtores também estão conectados às novas tecnologias e buscando práticas mais sustentáveis. E esses são, definitivamente, diferenciais que os biológicos são capazes de entregar. O avanço em suas formulações, praticidade e segurança no uso contribui com a multifuncionalidade dos bioinsumos e tem atraído mais profissionais que já enxergam vantagens sistêmicas e aumento de produtividade ao incluir este tipo de tecnologia em seu manejo. Para Micelli, os insumos biológicos são meios importantes de garantir a produtividade e afastar as doenças e pragas das lavouras, com o diferencial de não causar contaminação ao meio ambiente. “Com o início da safra de grãos, esse é o momento de proteger a lavoura e os bioinsumos são importantes aliados”. Resumidamente, a multifuncionalidade dos bioinsumos deixa uma marca positiva tanto na plantação como no meio ambiente. Indicações Em seus produtos, a Agrivalle trabalha para potencializar os benefícios da multifuncionalidade dos bioinsumos. Dentre as soluções biológicas disponíveis em nosso portfólio para a cultura de soja, milho e cereais, está o Profix, nematicida com combinação de três microrganismos. Ele é capaz de garantir maior consistência e segurança contra os nematóides mais nocivos ao cultivo de grãos, pois atua em todo o ciclo de desenvolvimento, desde o parasitismo dos ovos, competição e antibiose. Também se destaca o Shocker, fungicida com combinação de três microrganismos, que promove maior espectro de ação, capaz de combater o Rhizoctonia solani (podridão de raiz), o Fusarium spp (raiz murcha ou fusariose), o Macrophomina sp (podridão cinzenta de caule) e o Sclerotinia sclerotiorum (mofo branco). É de fácil manejo e sua aplicação pode ser realizada tanto em sulco, no tratamento de sementes, quanto em pulverização. Luiz Cláudio Micelli explica que a utilização de Profix e Shocker resulta em seis distintas cepas de microrganismos, uma das mais completas soluções biológicas de fungicidas de solo para soja e milho. Ainda no segmento de fungicidas, o Twixx-A é uma opção diferenciada pela combinação de duas cepas de Bacillus amyloliquefaciens, garantindo melhor proteção e espectro de controle das doenças da soja. “Não é fitotóxico, além de ter poderosa ação fitotônica, o que reflete em maior produtividade da cultura”, orienta o especialista. Já para o combate de insetos, o inseticida biológico à base de Beauveria, Auin CE tem como diferencial a sua formulação líquida em um concentrado emulsionável que promove melhor adesão ao controle de insetos sugadores, como a mosca branca, na soja, e a cigarrinha do milho. Além desses, o Algon e o Raizer, que são biofertilizantes ou fertilizantes organomineral com extrato de algas e aminoácidos, possuem propriedades que auxiliam no desenvolvimento vegetativo da cultura, permitindo que a planta suporte adversidades climáticas. Sobre a Agrivalle Há 19 anos no mercado, a Agrivalle, indústria de bioinsumos agrícolas, é referência em sistemas regenerativos e propõe soluções inovadoras, transformadoras e sustentáveis baseadas em um amplo portfólio multicultura e multifuncional. Localizada em Indaiatuba (SP), tem 80 mil m² de área total e capacidade produtiva superior a 35 milhões de quilo/litros por mês. Um dos maiores investimentos da Agrivalle é na área de pesquisa e desenvolvimento. A empresa conta com um dos maiores bancos genéticos de microrganismos do país, com mais de 800 cepas próprias e potencial biotecnológico ilimitado. Os mais de 300 funcionários trabalham com o objetivo de impulsionar a produtividade no campo, promover uma agricultura mais lucrativa para o agricultor e de forma sustentável. O portfólio contempla defensivos biológicos e bioestimulantes. A Agrivalle acredita na vida como fonte geradora de vida e quer colaborar com o aperfeiçoamento da qualidade dos solos, da planta, do ecossistema e sua regeneração. Informações para a imprensa: ComTexto Comunicação Integrada Ingrid Ribeiro – ingrid@ctexto.com.br Tel.: (16) 99785-7001 Maricy Celebroni – maricy@ctexto.com.br Tel.: (16) 99766-2825
Você já imaginou o que vem além do sustentável? Conheça os Sistemas Regenerativos

As transformações do macroambiente, seja por questões sanitárias, fatores geopolíticos ou a evolução constante do pensamento sustentável e consumo consciente, impactam diretamente na produção e condução das atividades agrícolas. Quando falamos em sustentabilidade, podemos pensar em um longo processo histórico que demandou e vem exigindo cada vez mais um amadurecimento da consciência humana para lidar com a grande velocidade do desenvolvimento econômico e tecnológico, que se não for bem gerido e utilizado de maneira consciente, pode tornar os desastres ambientais cada vez mais frequentes. De uma maneira geral, um dos principais paradigmas do agronegócio está na utilização de recursos naturais e a relação que este uso tem com a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas. Nesse sentido, esse novo olhar para a forma de produzir consolida novos modelos de negócios por meio de oportunidades com inovações disruptivas para a agricultura mundial, onde o manejo sustentável se alia à capacidade produtiva. Assim, é pautado em uma visão integrada do meio ambiente e da produção, impactando diretamente na competitividade do agro brasileiro de modo que se torna estratégico para agricultores interessados em manter ou melhorar sua rentabilidade. Rumo a uma agricultura cada vez mais sustentável Novos modelos de produção baseados em ações que protejam a natureza e a saúde animal e humana estão se tornando cada vez mais relevantes. Dessa forma, a implementação de sistemas regenerativos tem potencial para liderar a transformação produtiva para além de uma atitude sustentável. Baseados na restauração da natureza, podem tornar a agricultura uma solução para os problemas ambientais, agregando vida ao ecossistema para que o ambiente possa expressar sua capacidade de regeneração e estruturação, impulsionando a construção de uma melhor qualidade de vida no planeta. O uso racional dos recursos da natureza, a redução de agroquímicos e a incorporação de produtos biológicos que realizam a manutenção de microrganismos benéficos ao desenvolvimento e proteção das culturas são alguns dos pilares da regeneração, o que aumenta a biodiversidade do sistema produtivo como um todo, por meio da vida como fonte geradora de vida. Como consequência, ultrapassa o manejo sustentável, trazendo não só resiliência ambiental como, também econômica. O amplo alcance dos sistemas regenerativos Incorporar uma consciência sustentável ao manejo das lavouras é estratégico para o agronegócio brasileiro. A partir de uma visão ampla sobre como os sistemas regenerativos podem gerar impactos positivos para as mais diversas esferas da sociedade e do planeta, entendemos que esse novo modelo de produzir possibilita uma relação mais harmônica entre os indivíduos, a natureza e as diferentes áreas da atuação humana, uma vez que enxerga o ecossistema com uma conexão mais profunda entre as diferentes formas de vida e o patrimônio natural que será deixado para as gerações futuras. Além disso, é preciso ter em mente que parte fundamental da regeneração dos modelos de produção é o solo, responsável pelos serviços ecossistêmicos imprescindíveis para a continuidade da vida. Manter a fertilidade e a saúde do solo requer um esforço de gestão consciente que traz ganhos desde o produtor até o consumidor final. Chegou a hora e a vez de uma nova visão produtiva sustentável e você não deveria ficar de fora! O texto Você já imaginou o que vem além do sustentável? Conheça os Sistemas Regenerativos foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.