Agrivalle Markets 13: Dezembro de 2022

Nosso boletim de dezembro de 2022 em parceria com a Agrivalle começa agradecendo a vocês, produtores, profissionais do agro, pesquisadores – e outros – que nos acompanham mensalmente por aqui. Esperamos ter contribuído com a sua jornada neste ano e desejamos um excelente 2023 de muito trabalho e resultados! E vamos ao resumo dos fatos que marcaram o setor em novembro e também nos últimos dias desse ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado no início de dezembro de 2022 indicou alta de 0,41% no mês de novembro, abaixo do registrado em outubro (0,59%). Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 5,90%, menor taxa dos últimos 21 meses. Em 2022, o IPCA acumula 5,13%. Entre os nove grupos acompanhados pelo indicador, sete tiveram alta no mês passado: alimentação e bebidas (+0,53%); habitação (+ 0,51%); vestuário (+1,10%); transportes (+ 0,83%); saúde e cuidados pessoais (+ 0,02%); despesas pessoais (+ 0,21%); educação (+ 0,02%); artigos de residência (- 0,68%); e comunicação (-0,14%). No grupo dos “Transportes”, a alta é justificada especialmente pelo aumento nos preços dos combustíveis (etanol cresceu 7,6% e a gasolina 3,0%). Nos alimentos, as duas maiores variações foram a cebola (+23,0%) e o tomate (+ 15,7%) e as duas principais quedas foram o leite longa vida (- 7,09%) e o frango (- 1,75%). Com relação aos indicadores da economia brasileira, divulgados pelo boletim Focus/Bacen de 16 de dezembro de 2022, percebe-se certa estabilidade no mercado. De acordo com o relatório, o IPCA deve fechar o ano em 5,76% (queda), enquanto que no ano seguinte espera-se 5,17% (aumentou). Já o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) está projetado em 3,05% para este ano e em 0,79% para o próximo (ambos em estabilidade). A taxa Selic foi mantida em 13,75% para 2022 e em 11,75% para 2023 (ambos estáveis), enquanto que o câmbio deve se sustentar nos R$ 5,25 no fechamento deste ano e 5,26 em 2023. Importante monitorar como o mercado irá reagir às indicações dos ministérios para o novo governo. Preços no mundo Conforme divulgado no começo de dezembro de 2022, em âmbito global, os preços dos alimentos mantiveram a tendência de queda no mês de novembro, após atingir o ápice em março de 2022. O Índice de Preços de Alimentos da FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) alcançou 135,7 pontos no mês, uma redução marginal de 0,15% frente a outubro (135,9 pontos), o que representa o oitavo mês consecutivo de quedas. No entanto, quando comparado a novembro de 2021, o indicador ainda está 0,3% maior. Dentre os segmentos que compõem o índice, cereais tiveram queda de 1,3%, com impacto significativo do trigo, o qual recuou 2,8% graças à renovação do acordo que permite a Ucrânia utilizar a rota no Mar Negro para escoamento; as carnes tiveram decréscimo de 0,9%; e os lácteos caíram 1,1%. Óleos vegetais e açúcar foram na contramão, com aumento dos preços em 2,3% e 5,2%, respectivamente. No primeiro caso, houve forte demanda pela matéria-prima para biocombustível, o que impulsionou o preço. Já com relação ao adoçante, a valorização do etanol no Brasil gerou pressão positiva sobre os preços globais do açúcar. Fertilizantes russos mais caros A indústria de fertilizantes russa deverá ganhar um novo detrator de suas margens, o que deve influenciar nos preços finais do insumo. O governo de Putin estabeleceu a cobrança de um tributo inédito sobre a tonelada de NPK exportada – consiste em uma alíquota de 23,5% sobre a diferença do preço praticado do fertilizante e o preço referência de US$ 450,00. A decisão tem como objetivo equilibrar as contas do governo russo, as quais estão abaladas pelos gastos com a guerra contra a Ucrânia. Dessa forma, a StoneX já estima um repasse desse custo adicional aos mercados consumidores, com cotações de ureia e fosfatados 20% superiores no começo de 2023. Conab anuncia produção recorde A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou sua 3ª estimativa para a safra brasileira de grãos de 2022/23 e as notícias continuam sendo boas. Houve apenas um pequeno reajuste de -0,3% frente ao número de novembro, mas a expectativa é de uma produção recorde de 312,2 milhões de t, 15,0% superior ao colhido no último ciclo. Quanto à área, estima que serão cultivados 77,0 milhões de ha, o equivalente a um crescimento de 3,3%. Desdobrando as culturas, na soja espera-se volume de incríveis 153,5 milhões de t (+22,2%), considerando uma área de 43,4 milhões de ha (+4,6%). O milho deve somar área semeada de 22,3 milhões de ha (+3,5%), totalizando uma produção de 125,8 milhões de t (+11,2%), sendo 27,2 milhões de t advindos da safra verão (19,8%) e os 98,6 milhões de t (80,2%) restantes atribuídas à 2ª e 3ª safra. Já na cultura do algodão, a produção de pluma deve se aproximar das 3,0 milhões de t (+16,6%) em uma área de 1,6 milhão de ha (+2,3%). Por sua vez, as culturas de inverno deverão entregar 11,4 milhões de t (+21,8%), com grande destaque para o trigo, que deve somar volume de 9,6 milhões de t (+24,4%) em área de 3,1 milhões de ha (+11,6%). Seguimos com um cenário de boas perspectivas! Também divulgado pela Conab, o boletim de acompanhamento da safra indica que o plantio de soja está praticamente concluído no país: até 10 de dezembro de 2022, o progresso era de 95,9% (contra 96,6% há um ano). O Rio Grande do Sul ainda se encontra com 85,0% das áreas plantadas (o mesmo percentual de um ano atrás); e o Maranhão está com 68,0% (há um ano era de 70,0%). Todos os demais estados já superam os 90% ou já concluíram as operações. No milho 1ª safra, o ritmo de plantio está um pouco abaixo, mas segue próximo do desempenho de 2021/22. Até 10 de dezembro de 2022, 76,6% das áreas totais para o cereal foram semeadas (era de 80,6% na mesma data de 2021). São Paulo, Minas Gerais e Paraná já concluíram as operações. No Rio Grande do
Os grandes números do mercado de bioinsumos em 2021

O mercado de bioinsumos vem tomando espaço cada vez maior na economia brasileira e global nos últimos anos e apresenta uma ótima perspectiva de crescimento. Os insumos biológicos apresentam inúmeras vantagens, seja para o produtor, para o solo ou para o consumidor. E esses atributos se refletem em alguns números expressivos. Em 2021, a movimentação com biológicos no Brasil girou em torno de R$ 3,0 bilhões, dos quais, forma: R$ 1,2 bilhão (40%) com bionematicidas; R$ 750 milhões com bioinseticidas (25%); R$ 660 milhões (22%) com inoculantes; e R$ 390 milhões (13%) com biofungidas. A estimativa, feita pela Markestrat com dados da ABCBio, indica ainda que o mercado (soma das quatro categorias) deve alcançar R$ 6,2 bilhões até 2025, com crescimento anual em torno de 20%. Outro dado interessante, da Spark Inteligencia, mostra que a receita gerada pelo mercado de biológicos alcançou R$ 1,7 bilhão na safra 2020/2021, um aumento de 37% na comparação com o ciclo anterior. De acordo com a instituição CropLife Brasil, a receita deve triplicar até 2030. No âmbito global, os bioinsumos tiveram um valor de mercado estimado em US$ 10,6 bilhões no ano de 2021, segundo dados da Research and Markets. A projeção estimada é de que esses números atinjam US$18,5 bilhões no ano de 2026, com um crescimento anual (CAGR) de 11,9% – contra um crescimento anual de 3,7% por parte dos insumos químicos. Se confirmada a projeção, o setor teria um crescimento de 74% em apenas quatros anos, na comparação com os valores atuais. Segurança jurídica para o mercado de bioinsumos Atualmente, discussões na Câmara dos Deputados estão sendo realizadas pela Frente Parlamentar Mista da Bioeconomia para melhorar a segurança jurídica de empresas e produtos do setor no Brasil. Segundo os parlamentares, a movimentação global com os bioinsumos pode alcançar US$ 11 bilhões a partir de 2025. O Brasil é o maior mercado dos insumos biológicos no mundo, com taxa anual de crescimento de 32% e movimentações em torno de R$ 3,5 bilhões. A tendência é de que o Brasil desponte ainda mais como referência global, pois segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a produção nacional de bioinsumos tem um crescimento anual de 30%, número maior se comparado com o resto do mundo, que apresenta um crescimento de 18%. Bioinsumos reduzindo custos No que se refere a economia, a substituição dos produtos químicos “tradicionais” por insumos biológicos pode representar uma forma de diminuir custos para o produtor. O Mapa também indica que o uso de bioinsumos no controle biológico de pragas e inoculantes pode gerar uma economia de R$ 165 milhões por ano ao setor agrícola, apenas com o setor de produtos biológicos de controle. Esse fato pode ser explicado pela forte presença de produtores brasileiros no mercado de bioinsumo – 97% dos insumos biológicos comercializados no Brasil são de fabricação nacional, gerando um gasto menor com transporte se comparado com insumos químicos importados. Em suma, boas perspectivas têm acompanhado o setor, mas existe uma agenda de muito trabalho nos próximos anos para que possamos alcançar estes resultados. Vamos ao trabalho, contribuindo com esta missão. O texto Os grandes números do mercado de bioinsumos foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Organizações do agronegócio

Diversas organizações do agronegócio atuam para a promoção de ações coletivas tradicionalmente são de extrema importância para o setor de forma geral. Estas se constituem principalmente em associações, entidades de classe e cooperativas que têm como objetivo fortalecer suas companhias parceiras. Nesse contexto, há algumas instituições que merecem destaque no que se refere ao setor de bioinsumos. Croplife Brasil – em prol da sustentabilidade A Croplife Brasil (CLB) é uma entidade formada por especialistas, empresas e instituições voltadas ao desenvolvimento de tecnologias associadas à produção agrícola sustentável. A instituição é dividida em quatro principais áreas: a de germoplasma (mudas e sementes), defensivos, biotecnologia e produtos biológicos. Fundada em 2019, ela foi formada por quatro associações independentes que existiam anteriormente voltadas a cada uma dessas áreas, sendo elas a Associação das Empresas de Biotecnologia na Agricultura e Agroindústria (AgroBio), a Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) e a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio). A CLB tem como objetivo promover o crescimento do agronegócio no Brasil e a integração dos diversos segmentos da sociedade incentivando a utilização correta das tecnologias no campo e o crescimento da oferta de alimentos. Atualmente a CropLife Brasil tem aproximadamente 60 empresas associadas, dentre as quais estão as maiores do setor como a Agrivalle, uma das grandes produtoras de insumos biológicos do país. ANDAV – distribuição que integra o país Outra entidade importante entre as organizações do agronegócio é a Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV). Tendo como missão representar e fortalecer os associados para a profissionalização e união do setor, desde 1990 vem atuando em diversas frentes, participando de debates e da instituição de políticas públicas e normativas para o fortalecimento dos distribuidores e da cadeia de produção. Além disso, a ANDAV atua na capacitação de seus associados por meio do oferecimento de cursos, manuais, treinamentos, informativos e artigos técnicos. E, ainda, trabalha por uma forte promoção da sustentabilidade, oferecendo benefícios aos que adquirem seus produtos e serviços. AENDA – registro que traduz segurança Merece destaque também, a Associação Brasileira de Defensivos Pós-Patente, a AENDA. Desde 1986, a entidade atua no registro de defensivos. Ela serve como uma importante fonte de informação aos seus associados os ajudando no debate a respeito de soluções técnicas para seus produtos, fazendo com que estes sejam feitos prezando-se pela segurança da população. A AENDA tem um de seus pilares focado em produtos biológicos e fitoquímicos, apoiando diversas empresas desta indústria. É por meio dela que os seus associados conseguem apoio em suas reivindicações junto aos órgãos governamentais. Além disso, ela se configura como um importante ponto focal de discussão a respeito de novas tecnologias e suas devidas regulamentações. Mais organizações do agronegócio Existem outras importantes organizações do agronegócio, muitas trabalhando para o desenvolvimento dos produtos biológicos, como a Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), o Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) e as associações regionais relacionadas ao setor. Porém, para não ficar muito extenso vamos deixar para comentar sobre elas em uma outra oportunidade, por isso aconselhamos você, produtor, a não perder nenhum conteúdo por aqui! Estamos sempre trazendo as informações mais relevantes para esse setor que não para de crescer! O texto Organizações do agronegócio foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Agrivalle Markets 11: Outubro de 2022

Outubro de 2022 marca o lançamento do nosso 11° resumo mensal com os fatos de destaque no agronegócio brasileiro e mundial no último mês começa trazendo a boa notícia da recuperação da economia brasileira! Em setembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi de -0,3%, o 3° mês seguido de deflação, o que pouco temos visto em outros países do mundo. Em 2022, o IPCA acumulado está 4,09% maior; e nos últimos doze meses, 7,17% superior, apesar de estar abaixo dos doze meses anteriores (era de 8,73%). Entre as nove categorias pesquisadas, o grupo de Transportes foi o que apresentou maior queda, de 1,98%; seguido da Comunicação (- 2,08%) e de Alimentação e Bebidas (- 0,51%). Nos alimentos, as principais quedas foram: leite longa vida (- 13,7%) e óleo de soja (- 6,27%). Do lado das altas, tivemos os Vestuários (+ 1,77%) e Despesas Pessoais (+ 0,95%) como os dois grupos de maior variação positiva. Em setembro, o índice de preços dos alimentos da FAO (Agencia das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) registrou a 6ª queda mensal consecutiva, com o indicador alcançando 136,3 pontos, 1,0% menor do que o registrado em agosto (137,9). Apesar da queda, os preços ainda seguem 5,5% maiores do que setembro do ano passado. O principal motivador da redução foi o óleo vegetal, que registrou retração de 6,6%. Já o açúcar, laticínio e carnes caíram 1 ponto percentual cada. Na outra ponta, os preços de cereais cresceram 1,5% no mês, motivados pela alta de 2,2% no trigo, graças às novas tensões ocorridas entre Rússia e Ucrânia, além da forte seca na Argentina e Estados Unidos. Estimativas da Conab para a safra 2022/23 No Brasil, a 1ª estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2022/23 de grãos, que iniciou há algumas semanas, a produção foi estimada em 312,4 milhões de t, 15,3% superior a produção de 2021/22 ou 41,4 milhões de t adicionais em apenas um ano! Entre os principais cultivos, a soja se destaca com o maior volume: serão 152,4 milhões de t, 21,3% superior. No milho, a oferta deve ser de 126,9 milhões de t (+ 12,5%), sendo que o cultivo em 1ª safra vai entregar 28,7 milhões de t (+ 14,6%), na safrinha serão 96,3 milhões de t (+ 12,4%) e na 3ª safra outros 1,9 milhão de t (- 8,5%). No algodão, a expectativa é de uma oferta de pluma em 2,92 milhões de t, crescimento de 14,7%. Já as culturas de inverno devem somar 11,2 milhões de t (+ 19,3%), puxadas especialmente pelo trigo que deve entregar 9,4 milhões de t (+ 21,9%); os altos preços do cereal e as incertezas no mercado global têm sido vistos de forma oportuna pelos agricultores brasileiros. Fica aqui, desde já, nossa torcida para que todos estes números se confirmem! Como de costume, todos os meses traremos aqui as próximas 11 estimativas, esperando validar o bom desempenho em setembro de 2023! Estimativas do USDA em outubro de 2022 Em nível global, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou suas novas estimativas para os grãos em 2022/23 indicando, em outubro de 2022, que o milho deve produzir 1,168 bilhão de t, redução de 0,3% em relação à estimativa de setembro; ou 4 milhões de t a menos. Os dois principais players que tiverem seus dados revisados foram: a União Europeia em função da forte seca nos países do continente, que viu a estimativa de produção cair de 58,8 milhões de t (setembro de 2022) para 56,2 (outubro de 2022); e os Estados Unidos, que tiveram a oferta reduzida de 354,2 para 352,9 milhões de t. Com este novo resultado, a produção global de milho deve ser 4,0% menor nesta safra do que a passada; são quase 50 milhões de t a menos. No Brasil, a estimativa de produção se mantém em 126 milhões de t. Estoques finais foram também revistos e estão agora indicados em 301,2 milhões de t, 2% inferior a 21/22. No caminho contrário, o USDA reviu para cima a estimativa da produção global de soja: de 389,8 (setembro de 2022) para 391 milhões de t (outubro de 2022), o que deve significar uma colheita 10% maior; ou 35,3 milhões de t adicionais da oleaginosa. No Brasil, principal produtor, a produção deve ser ainda maior do que o esperado e agora está prevista em 152 milhões de t (era 149 em setembro), aumento de 25 milhões de t em apenas uma safra (+ 19,7%). Nos Estados Unidos, a produção foi revista para baixo e está agora indicada em 117,4 milhões de t, 3,4% inferior ao do ciclo passado. Já os estoques finais da soja devem fechar 2022/23 com 100,5 milhões de t, alta de 8,8%. Comissão Europeia prevê queda na colheita de milho E no final de setembro, a Comissão Europeia reduziu a sua previsão para a colheita de milho nos países do bloco. Resultado da seca que afeta diversas regiões, a nova previsão indica uma produção de 55,5 milhões de t (a estimativa anterior era de 59,3 milhões de t), o menor valor em 15 anos! De acordo com a comissão, os dados se referem a reduções na Bulgária, Alemanha, Croácia, Hungria, Romênia e Eslováquia. Como consequência, as previsões para importações de milho pelo bloco foram elevadas para 21 milhões de t (antes 20); e as exportações foram reduzidas de 4 para 3,5 milhões de t. Soja De volta ao Brasil, no mercado nacional de soja, o processamento da oleaginosa deve ficar em torno de 49 milhões de toneladas em 2022, segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). No ano passado, a moagem do grão somou 47,8 milhões de toneladas; ou seja, o crescimento neste ano deve ser de 2,5%. Em relação a produção, a entidade atualizou seus números indicando que foram produzidas 127 milhões de toneladas este ano (- 8,6%), enquanto que as importações passaram para 500 mil toneladas (- 42,1%). Já as exportações estão com a projeção mantida
Agrivalle Markets 09: Agosto de 2022

Bem-vindo mais uma vez amigo produtor e profissional do agro! Este é o nosso resumo mensal dos principais fatos que marcaram o setor em agosto de 2022, elaborado em parceria com a Agrivalle para fornecer informações e análises a fim de contribuir com a sua tomada de decisão. Na economia mundial e brasileira, o mês de julho foi marcado por movimento de “deflação” na economia brasileira, dando alguns indicativos de melhoria da performance. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em -0,68%, frente aos 0,67% de junho, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Das 9 categorias distintas que compõe o indicador, duas delas tiveram variações negativas: transportes (-4,51%) graças à redução nos preços dos combustíveis (-14,15%); e habitação (-1,05%) em virtude da queda no preço da energia elétrica residencial (-5,78%). Nos alimentos e bebidas ainda houve incremento de 1,30%, motivado pelo preço do leite longa vida (+25,46%) e consequente aumento em seus derivados (queijo, manteiga, entre outros). Vamos acompanhar a performance dos próximos meses na expectativa que a curva mantenha tendência de baixa. No cenário econômico nacional, de acordo com o boletim Focus do Banco Central divulgado em 22 de agosto de 2022, o mercado projeta uma melhoria na inflação do país, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechando 2022 em 6,82% e 2023 em 5,33%, e taxa Selic estável em 13,75% e 11%, respectivamente. Também há uma expectativa mais favorável para o crescimento econômico, sendo que o PIB deve crescer 2,02 % este ano e 0,39% no seguinte; enquanto que o câmbio deve se sustentar nos R$ 5,20 ao final de cada período. Bons indicativos de recuperação econômica! Índice de preços dos alimentos No agro mundial e brasileiro, o índice de preços dos alimentos calculado pela Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) voltou a cair no mês de julho, pelo quarto mês consecutivo, aliviando o estresse acumulado no último semestre. O indicador atingiu 140,9 pontos no mês, o que representa uma queda de 8,6% frente a junho (ou 13,3 pontos), mas em comparação ao mesmo mês de 2021 seu valor ainda é 13,1% maior (ou 16,4 pontos). Os maiores impactos vieram dos cereais, com queda de 11,5% no indicador, motivada pela redução nos preços do trigo graças ao acordo para desbloqueio dos portos no Mar Negro; e dos óleos vegetais que cairam de 19,2% em seu índice devido às reduções nos preços com maior expectativa de oferta de matéria-prima. Grãos – estimativas para o Brasil em agosto de 2022 Nas estimativas de agosto de 2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos no ciclo 2021/22 foi revista para 271,5 milhões de t, pouco inferior à estimativa de julho/22, mas ainda 6,2% maior do que no ciclo passado. Na soja, conforme já era esperado graças ao período de entressafra, os números foram mantidos no mesmo patamar no mês passado: 124,0 milhões de t, 10,2% menor do que 2020/21. O milho, por sua vez, teve a oferta total revista para 114,7 milhões de t, 1 milhão de t a menos em 1 mês, mas ainda 31,7% maior do que 2020/21. A 2ª safra, ainda em andamento, deve produzir 87,4 milhões de t (+43,9%). No algodão, serão 2,74 milhões de t da pluma, um pouco abaixo do estimado em julho, mas ainda 16,0% superior ao do ciclo passado. Um último destaque para as culturas de inverno, que deverão ofertar 11,0 milhões de t (+ 18,0%); destaque para o trigo com 9,1 milhões de t (~83% de toda a produção da categoria). Em relação ao progresso das operações no campo, a Conab indica que até 15 de agosto de 2022, 86,4% das áreas de milho safrinha (2ª safra) já haviam sido colhidas no país, contra 68,5% no mesmo período do ano passado; Mato Grosso, Maranhão e Tocantins já encerraram as atividades, enquanto que o estado de Goiás caminha para a conclusão, com 92% de progresso. No algodão, as operações ganharam tração neste último mês e a colheita saltou para 80,3%, contra 66,7% na mesma data de 2020/21; um grande avanço! Demais culturas (como as de inverno e trigo) aguardam para início da colheita. Grãos – estimativas para agosto de 2022 em âmbito global Em âmbito global, o relatório mensal da produção de grãos em 2022/23, divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reviu a produção de milho este mês para 1.179 milhões de t, 6,3 milhões de t a menos do que a projeção anterior; e 3,2% menor do que 2020/21. Nos últimos meses temos observado uma queda nos números do milho, especialmente por conta da piora nas condições das lavouras nos EUA e a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia. Entre os principais players, a grande alteração foi feita nos Estados Unidos, que agora devem produzir 364,7 milhões de t, 5% a menos do que na safra 2021/22. Os números para o Brasil foram mantidos em 126,0 milhões de t, uma vez que a safra por aqui ainda não foi iniciada. Como consequência da menor oferta, os estoques caíram de 313,0 (julho) para 306,7 milhões de t (agora em agosto de 2022), e devem fechar a safra 1,5% menores do que no último ciclo. Uma notícia ruim para o setor, mas ainda confiamos em uma boa oferta. Na soja, por sua vez, o USDA indicou uma melhora na oferta do grão, elevando a projeção para 391,4 milhões de t, 11,4% a mais do que em 2021/22. O principal fator que motivou a melhora para a oleaginosa foi o clima favorável nos EUA, o que tem contribuído para melhor oferta. Deve ficar em 123,3 milhões de t (+ 2,2%); era de 122,0 em julho. Para o Brasil, ao passo em que a safra não se inicia, os números foram mantidos em 149 milhões de t (+18,3%). Resultado da oferta maior, os estoques saltaram para 101,4 milhões de t, 13,0% maiores do que 2021/22. Até o dia 14 de agosto