Você já imaginou o que vem além do sustentável? Conheça os Sistemas Regenerativos

As transformações do macroambiente, seja por questões sanitárias, fatores geopolíticos ou a evolução constante do pensamento sustentável e consumo consciente, impactam diretamente na produção e condução das atividades agrícolas. Quando falamos em sustentabilidade, podemos pensar em um longo processo histórico que demandou e vem exigindo cada vez mais um amadurecimento da consciência humana para lidar com a grande velocidade do desenvolvimento econômico e tecnológico, que se não for bem gerido e utilizado de maneira consciente, pode tornar os desastres ambientais cada vez mais frequentes. De uma maneira geral, um dos principais paradigmas do agronegócio está na utilização de recursos naturais e a relação que este uso tem com a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas. Nesse sentido, esse novo olhar para a forma de produzir consolida novos modelos de negócios por meio de oportunidades com inovações disruptivas para a agricultura mundial, onde o manejo sustentável se alia à capacidade produtiva. Assim, é pautado em uma visão integrada do meio ambiente e da produção, impactando diretamente na competitividade do agro brasileiro de modo que se torna estratégico para agricultores interessados em manter ou melhorar sua rentabilidade. Rumo a uma agricultura cada vez mais sustentável Novos modelos de produção baseados em ações que protejam a natureza e a saúde animal e humana estão se tornando cada vez mais relevantes. Dessa forma, a implementação de sistemas regenerativos tem potencial para liderar a transformação produtiva para além de uma atitude sustentável. Baseados na restauração da natureza, podem tornar a agricultura uma solução para os problemas ambientais, agregando vida ao ecossistema para que o ambiente possa expressar sua capacidade de regeneração e estruturação, impulsionando a construção de uma melhor qualidade de vida no planeta. O uso racional dos recursos da natureza, a redução de agroquímicos e a incorporação de produtos biológicos que realizam a manutenção de microrganismos benéficos ao desenvolvimento e proteção das culturas são alguns dos pilares da regeneração, o que aumenta a biodiversidade do sistema produtivo como um todo, por meio da vida como fonte geradora de vida. Como consequência, ultrapassa o manejo sustentável, trazendo não só resiliência ambiental como, também econômica. O amplo alcance dos sistemas regenerativos Incorporar uma consciência sustentável ao manejo das lavouras é estratégico para o agronegócio brasileiro. A partir de uma visão ampla sobre como os sistemas regenerativos podem gerar impactos positivos para as mais diversas esferas da sociedade e do planeta, entendemos que esse novo modelo de produzir possibilita uma relação mais harmônica entre os indivíduos, a natureza e as diferentes áreas da atuação humana, uma vez que enxerga o ecossistema com uma conexão mais profunda entre as diferentes formas de vida e o patrimônio natural que será deixado para as gerações futuras. Além disso, é preciso ter em mente que parte fundamental da regeneração dos modelos de produção é o solo, responsável pelos serviços ecossistêmicos imprescindíveis para a continuidade da vida. Manter a fertilidade e a saúde do solo requer um esforço de gestão consciente que traz ganhos desde o produtor até o consumidor final. Chegou a hora e a vez de uma nova visão produtiva sustentável e você não deveria ficar de fora! O texto Você já imaginou o que vem além do sustentável? Conheça os Sistemas Regenerativos foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Entenda como funciona a FBN e porque ela é tão importante

A Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) tem participação significativa nos resultados do agronegócio. De fato, o nitrogênio (N) é considerado um dos elementos mais importantes para os sistemas biológicos porque faz parte da composição de ácidos nucleicos e proteínas que são essenciais para o desenvolvimento e crescimento das plantas. Além disso, também atua na síntese da clorofila possuindo, portanto, papel crucial na fotossíntese. E mais, é um dos nutrientes exigidos em maior quantidade pelas culturas, constituindo de 2 a 5% da matéria seca da planta. O nitrogênio está presente em 78% do ar que respiramos, porém os vegetais não conseguem aproveitá-lo dessa forma. A principal via de entrada do N nesses organismos é através da FBN. Esse processo é feito por meio de alguns tipos de bactérias – principalmente as dos gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium – que convertem o nitrogênio atmosférico (N2) em amônia (NH3) para ser absorvível pelas plantas. Nas raízes, essas bactérias fixadoras de nitrogênio (rizóbios) estabelecem uma relação de simbiose com plantas leguminosas, como por exemplo a soja e o feijão, induzindo a formação de nódulos. São nessas estruturas que esses microrganismos utilizam uma enzima chamada nitrogenase para catalisar a redução das formas de nitrogênio e torná-lo disponível para a cultura. Contudo, para garantir uma alta eficiência da FBN nódulos suficientes, é preciso realizar a prática de inoculação, que nada mais é do que adicionar as bactérias benéficas na superfície das sementes que serão plantadas. A partir da adoção dessa técnica podemos elencar diversos benefícios: o produtor tem economia devido ao menor uso de adubos nitrogenados; a planta utiliza-se do nitrogênio que já está presente no ambiente, minimizando os impactos ambientais da adição de produtos sintéticos que são perdidos mais facilmente por lixiviação e volatilização; o uso de leguminosas como adubação verde fornece um maior teor de nitrogênio para o solo que resulta em melhoria de suas propriedades físicas, químicas e biológicas; as bactérias são promotoras de crescimento por estimularem o desenvolvimento radicular, aumentando o potencial de produção e o suporte em situações de estresses ambientais em função dos diversos papéis que os nutrientes possuem no metabolismo das plantas. A importância da FBN no agronegócio nacional A Embrapa estima que a FBN tenha uma contribuição global de 258 milhões de toneladas de nitrogênio por ano, sendo o impacto na agricultura avaliado em cerca de 60 milhões de toneladas. Tendo em vista o preço dos fertilizantes neste ano, em torno de 17 bilhões de dólares anuais deixam de ser gastos com nitrogenados, além de serem mitigados mais de 200 milhões de toneladas de CO2 equivalente olhando apenas para a cultura da soja com o uso de inoculantes. Outrora, esse processo biológico possuía um importante papel diante os desafios da recuperação de áreas degradadas, especialmente onde o uso intensivo do solo resultou na perda de matéria orgânica e produtividade. Atualmente, o Brasil ocupa a liderança no aproveitamento dos benefícios da FBN na soja e a tendência é que a aplicação desses insumos seja cada vez maior por serem produtos naturais, altamente eficientes e com relação custo-benefício bastante favorável. No contexto dos sistemas regenerativos, melhorar o ambiente solo para otimizar os resultados da FBN é uma boa prática que traz múltiplos ganhos e propicia um desenvolvimento sustentável da produção. O texto Entenda como funciona a FBN e porque ela é tão importante foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Como reforçar a capacidade de regeneração do solo?

A capacidade de regeneração do solo é um trunfo muito bem aproveitado na agricultura moderna. Em meio a tecnologias de alto nível, ela traduz a importância de compreender as dinâmicas ambientais e seu papel na produtividade no campo. De fato, nos últimos anos, avançamos significativamente na promoção não só do equilíbrio entre práticas agrícolas e meio ambiente, mas também na união dos dois, explorando diversas situações em que a ação da natureza complementa (ou potencializa) a intervenção humana, e vice versa. As raízes da capacidade de regeneração do solo Você sabia que em apenas um grama de solo podemos encontrar até 1 bilhão de células microbianas com cerca de 10 mil espécies diferentes? A importância dessa microbiota no solo é tanta que esses microrganismos constituem um dos fatores que atuam na formação e na regeneração do solo, em conjunto com clima, relevo, material de origem e tempo. Essa infinidade de organismos vivos possui funções de extrema importância para sustentar o desenvolvimento vegetal, como por exemplo a degradação de compostos orgânicos, ciclagem de nutrientes, fixação biológica de nitrogênio, auxílio às plantas na absorção de nutrientes e controle biológico de pragas e doenças por meio da produção de compostos que inibem patógenos. Além disso, esses componentes microbianos possuem importante papel na estabilização dos agregados do solo, sendo as bactérias e os fungos os principais agentes dessa atividade. Essa fração viva do solo proporciona condições fundamentais para sua funcionalidade, sendo essencial para a manutenção do equilíbrio do planeta com um impacto direto na conservação da biodiversidade e na qualidade de vida da sociedade. Dobradinha macro e microambiente A diversidade desses microrganismos no solo está intimamente relacionada com diversos fatores, sejam eles abióticos como: o clima, temperatura, água, pH, fontes nutricionais, ou bióticos: genética e interação microbiana. É a partir da interação entre esses aspectos que a atividade e a dinâmica populacional de microrganismos no solo é influenciada e que os serviços ecossistêmicos que essa base ambiental nos proporciona são desenvolvidos. Naturalmente, tudo isso ajuda a ditar a capacidade de regeneração do solo. Diante das atribuições tão essenciais que o solo e os microrganismos que nele vivem empenham na continuidade da vida, a consciência sobre a importância da sua conservação e restauração se torna primordial nos dias de hoje. Os problemas ambientais ligados à degradação do solo como a erosão, assoreamento de rios, desertificação, intemperismo e poluição precisam ser colocados em evidência. Suporte para regeneração do solo O desenvolvimento de práticas e condutas que valorizem os princípios da sustentabilidade e a regeneração dos habitats devem ser reconstruídos. Diante dessa visão, a incorporação de bioinsumos aparece como pilar para reforçar a capacidade da atividade microbiana do solo, uma vez que esses microrganismos benéficos podem sustentar o sistema de produção de forma integrada e controlar com eficiência os problemas que são ocasionados pelos sistemas intensivos. Através do conceito de vida gerando vida, podemos desenvolver um manejo sustentável, produtivo e ir além da preservação, oferecendo ao patrimônio mais importante do ecossistema – o solo – a capacidade de restauração do que já foi consumido em processos anteriores. Os sistemas regenerativos representam essa mudança de paradigma na forma em que enxergamos a produção agrícola atualmente, em linha com o que as gerações futuras almejam para uma melhor qualidade de vida. Vamos juntos fazer parte dessa transformação? O texto Como reforçar a capacidade de regeneração do solo? foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Criação de sistemas regenerativos é condição essencial para uma agricultura mais sustentável

Agrivalle apresenta propósito ao mercado e reforça sua contribuição para potencializar novas práticas agrícolas sustentáveis Inspirar a conexão e promover a transição para sistemas regenerativos são movimentos que fazem parte da história da Agrivalle e estão presentes no propósito da empresa lançado em primeiro de agosto, poucos dias após a empresa completar 19 anos de mercado. Everton Molina Campos, diretor de marketing da Agrivalle, reforça o propósito da empresa e de sua preocupação com a produção sustentável de alimentos, executando práticas que não extinguem os recursos naturais e fomentando técnicas agrícolas sustentáveis e regenerativas. “Queremos ser propulsores de uma nova agricultura, que utiliza a vida, as ferramentas da natureza, para descobrir novas possibilidades e criar soluções customizadas, regenerativas e, em escala, inspiradas nas reais necessidades dos produtores, da cadeia e do planeta.” Impulsionada por esse olhar contemporâneo em criar conexões com diferentes ecossistemas e promover a transição para uma agricultura regenerativa e sustentável, a Agrivalle quer ir além de oferecer apenas soluções regenerativas para o agricultor, ela quer convidar todos os setores do agronegócio para juntos fazerem uma nova revolução agrícola: a da produção sustentável. “Acreditamos que o nosso papel nesse movimento é maior que os nossos produtos, porque reconhecemos a importância do nosso impacto, do solo à vida das pessoas e, por isso, vamos além! Queremos trazer todo o agronegócio a viver o nosso propósito”, pontua Everton. Sistemas regenerativos como resposta a mudanças de hábitos Para José Bessa, CEO da Agrivalle, a produção de alimentos por meio de sistemas regenerativos é o caminho que garantirá o futuro do nosso planeta e das próximas gerações. Gerações essas que já estão mudando seu hábito de consumo e, estão cada vez mais preocupadas com uma alimentação de maior qualidade e, principalmente, com o impacto que ela tem para o meio ambiente: “As novas gerações, que são mais responsáveis e principalmente responsivas, estão impulsionando um novo mindset de consumo consciente em todo mundo. Estima-se que até 2025, essa nova geração representará 70% da força de trabalho em todo mundo”. A indústria de alimentos e varejo está atenta a essa mudança no comportamento das novas gerações e já começou a agir. Essas empresas acreditam que a produção baseada em sistemas regenerativos é a principal estratégia a ser implementada e estão dispostas a investir grandes quantias em colaboração com o setor produtivo para a criação de novas ofertas, baseadas em produção sustentável, avaliando também o impacto dessas empresas na sociedade. Devolvendo à natureza aquilo que consumimos “A missão da Agrivalle está fundamentada em qual mundo queremos deixar para as próximas gerações. A forma como garantiremos um futuro produtivo e autossustentável deve ser o primeiro pensamento para o consumo responsável e para a inovação. A partir daí precisaremos ir além e discutir como faremos isso”, reforça Bessa Para ele, e toda sua equipe de mais de 300 colaboradores, essa ideia é possível e precisa ser praticada: “Na agricultura regenerativa, a maior preocupação está em devolver para a natureza aquilo que consumimos dela. A garantia de que estamos fazendo algo para que os nossos descendentes tenham uma vida mais saudável”. Ainda de acordo com ele, é a oportunidade de quebrar os paradigmas dos conceitos tradicionais de forma a preservar o baixo custo de produção, o equilíbrio ambiental, o manejo integrado, a segurança e, ainda assim, proteger a escala de produtividade. A Agrivalle já começou sua jornada rumo à agricultura do futuro e convida toda a sociedade a vir junto. Sobre a Agrivalle Há 19 anos no mercado, a Agrivalle, indústria de bioinsumos agrícolas, é referência em sistemas regenerativos e propõe soluções inovadoras, transformadoras e sustentáveis baseadas em um amplo portfólio multicultura e multifuncional. Localizada em Indaiatuba (SP), possui 80 mil m² de área total e capacidade produtiva superior a 35 milhões de quilo/litros por mês. Um dos maiores investimentos da Agrivalle é na área de pesquisa e desenvolvimento. A empresa conta com um dos maiores bancos genéticos de microrganismos do país, com mais de 800 cepas próprias e potencial biotecnológico ilimitado, tudo isso a serviço dos sistemas regenerativos. São mais de 300 funcionários que trabalham com o objetivo de impulsionar a produtividade no campo, promover uma agricultura mais lucrativa para o agricultor e de forma sustentável. O portfólio contempla defensivos biológicos e bioestimulantes. A Agrivalle acredita na vida como fonte geradora de vida e quer colaborar com o aperfeiçoamento da qualidade dos solos, da planta, do ecossistema e sua regeneração. Julho | 2022 Informações para a imprensa: ComTexto Comunicação Integrada Ingrid Ribeiro – ingrid@ctexto.com.br Tel.: (16) 99785-7001 Maricy Celebroni – maricy@ctexto.com.br Tel.: (16) 99766-2825
3 sistemas de cultivo – diferenças entre agrofloresta, cultivo orgânico e sistema regenerativo

Os diversos tipos de sistemas de cultivo possuem grande impacto nos resultados do campo e nos efeitos gerados ao planeta. Por isso, é muito importante estar atento às tendências de produção de alimentos que, atualmente, estão muito ligadas a qualidade, produtividade, rentabilidade e preocupação com o meio-ambiente. Neste artigo, trazemos as diferenças entre três sistemas de cultivo: agrofloresta, cultivo orgânico e sistema regenerativo. Entre vários outros, eles se destacam por reunir características bastante coerentes com as tendências que citamos acima. Agrofloresta – lavoura e floresta num só lugar O termo agrofloresta ou sistema agroflorestal (SAF) é um modelo agrícola que consegue associar a produção de cultivos agrícolas com espécies florestais. Dessa forma, os recursos naturais são conservados e, portanto, contribuem diretamente para o cultivo e manejo de diversos produtos, por impulsionar a qualidade do solo. As práticas adotadas vão desde a redução do uso de insumos de origem sintética e industrial até rotação de culturas, plantio direto e adubação verde. Cultivo orgânico – processos biológicos como base Já o cultivo orgânico pode ser definido como um processo produtivo que não utiliza adubação ou defensivos químicos, nem organismos geneticamente modificados, sendo voltado a prática de culturas baseadas em processos biológicos naturais. Essa técnica engloba a adubação natural, compostagem, minhocultura e policultura. Contudo, a produção fica sujeita aos riscos do ambiente como pragas e doenças, efeitos do clima, entre outros. Por conta disso, a produção tende a ser menor e mais demorada, demanda maior mão-de-obra e, consequentemente, os produtos acabam sendo mais caros. Sistema regenerativo – proteção e restauração do ecossistema O sistema regenerativo remete a adoção de práticas que vão além do orgânico e da sustentabilidade. Ele emprega práticas que protegem e restauram o ecossistema, uma vez que busca diminuir o uso de fertilizantes minerais tradicionais e defensivos químicos e se distanciar da prática da monocultura, ao mesmo tempo em que visa aumentar a biodiversidade e a captura de carbono pelo solo. Esse tipo de agricultura coloca em evidência os microorganismos presentes no solo, uma vez que o reestabelecimento e ampliação dessa microbiota ajuda a promover a manutenção do equilíbrio no sistema. Bioinsumos – um pilar entre sistemas de cultivo sustentáveis A utilização de bioinsumos no geral, pode ser um grande pilar de todas essas práticas, auxiliando no combate a pragas e doenças, aumentando a fertilidade do solo e melhorando a disponibilidade de nutrientes para as plantas com produtos pouco ou até mesmo atóxicos e biodegradáveis. Esses e todos os outros sistemas de cultivo estão inseridos em um contexto de construção de um novo paradigma, que concilia a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas pelo uso humano, trazendo benefícios econômicos para o produtor e ecológicos para o ambiente. É notável e crescente a preocupação da sociedade atual com as condições ambientais do nosso planeta. A adoção de sistemas de cultivo que protegem e revitalizam o ecossistema será colocada em evidência cada vez mais, e tais práticas aliadas ao uso dos bioinsumos possibilitam continuar consolidando o Brasil como referência global em agricultura ambientalmente correta para seguir com a missão de ser o fornecedor mundial sustentável de alimentos, bienergia e outros agroprodutos. O texto “3 sistemas de cultivo – diferenças entre agrofloresta, cultivo orgânico e sistema regenerativo” foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.
Sistemas regenerativos – 5 princípios

Há uma grande necessidade de transformação em torno dos sistemas de produção alimentares para que as metas de sustentabilidade do planeta sejam atingidas. Tais mudanças caminham em conjunto com os princípios de sistemas regenerativos, que possuem o compromisso de melhorar os resultados produtivos, ecológicos e sociais. Esse conceito tem sido bastante aceito nos últimos anos em virtude do aumento da conscientização sobre os impactos da ação do homem no planeta e as mudanças climáticas. As práticas integradas a serem adotadas trazem medidas para aumentar a saúde do solo, sequestrar carbono da atmosfera, manter a qualidade da água, conservar e expandir a biodiversidade e melhorar a qualidade de vida. Por isso, caro produtor, iremos tratar nesse artigo sobre os cinco princípios dos sistemas regenerativos de produção! Solo O primeiro não poderia deixar de ser o solo, a base da produção agropecuária. Ele é cheio de organismos vivos que ajudam a liberar nutrientes que as plantas necessitam para se desenvolver, e precisa ser manejado de forma a manter e restaurar a microbiota a fim de continuar saudável e fértil para as plantas. Alguns exemplos de práticas que ajudam esse processo podem ser: cobertura de solo durante o ano todo, para evitar que ele sofra degradação e erosão; manter forragem e material de pastagem; plantio direto para diminuir perturbações; redução de fertilizantes químicos e pesticidas; preservação das raízes vivas das culturas perenes e utilizar espécies arbóreas. Meio-ambiente Como segundo princípio dos sistemas regenerativos temos o meio-ambiente, uma vez que suas condições desenham o cenário em que qualquer prática produtiva seja desenvolvida. É importante fazer o reflorestamento de área desmatadas; restaurar as pastagens degradadas; manter a matéria orgânica acumulada no solo para, consequentemente, o sistema se encarregar de sequestrar e armazenar carbono. Água Para o princípio número três, podemos evidenciar a água, recurso esse vital para a geração e continuidade da vida. As práticas do sistema regenerativo possibilitam o aumento da percolação e retenção de água no solo, além de melhorar sua qualidade e disponibilidade. Diminuir o uso de fertilizantes e defensivos químicos e manejar a matéria orgânica no solo auxiliam nesse processo mantendo a umidade e criando um microclima favorável para o crescimento das culturas. Biodiversidade Partindo para o quarto ponto entre os princípio dos sistemas regenerativos, falaremos sobre a biodiversidade, a qual vem sendo negligenciada nos últimos anos. Porém, o sistema pautado na regeneração parte de uma natureza retributiva, que visa compensar os danos do passado e dedicar recursos que restaurem esse pilar tão importante para a produção. Isso pode ser feito pela diversificação nas culturas cultivadas; integrar diferentes sistemas de produção em uma mesma área – como por exemplo a agrofloresta, silvipastoreio e agrossilvipastoril; e a rotação ou sucessão de culturas. Socioeconomia Por último, mas não menos importante, trataremos do pilar socioeconômico, já que esses sistemas abrangem muito mais do que somente práticas agrícolas. Uma vez que, para implementar e colocar em prática todos os aspectos da regeneração, é preciso combinar a restauração ecológica com reformas e justiça social para garantir que as pessoas sejam capacitadas para reconstruir e desenvolver estratégias adaptativas baseadas no conhecimento ambiental. Bioinsumos nos sistemas regenerativos Nesse contexto, os bioinsumos propiciam o avanço dos sistemas regenerativos de produção, que pretende proteger as áreas produtivas e restaurar os habitats que fornecem os alimentos para toda a população do planeta. Esse modelo de produção pode atingir cenários com ganhos para todos os lados: aumentando os lucros na fazenda, entregando alimentos com segurança aos consumidores e melhorando as condições ambientais. O que você está esperando para incorporá-los na sua propriedade? O texto “Sistemas regenerativos – 5 princípios” foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.