O produtor de soja encontra novos caminhos

Um dos assuntos que vêm ganhando destaque no meio agro é a utilização de bioinsumos para o aumento da qualidade da cultura da soja. Estes bioinsumos ou insumos biológicos são produtos ou processos agroindustriais desenvolvidos a partir de enzimas, extratos (de plantas ou de microrganismos), microrganismos, macrorganismos (invertebrados), metabólitos secundários e feromônios, destinados ao controle biológico. 
Esses insumos são também ativos voltados à nutrição, promoção de crescimento de plantas,  mitigação aos fatores de estresse biótico e abiótico e os substitutivos de antibióticos. 

Exemplos de bioinsumos para lavouras de soja

Podemos destacar como exemplos de bioinsumos:

  1. agentes biológicos de controle: organismos vivos que promovem o controle das pragas de maneira natural na função de predadores e inimigos naturais;
  2. bioestimulantes: produtos feitos a partir de substâncias naturais que podem ser aplicados nas sementes, no solo ou nas plantas para melhorar o desempenho, a germinação, o desenvolvimento das raízes e demais processos fisiológicos das plantas;
  3. biofertilizantes: produto composto por componentes ativos ou substâncias orgânicas animais, vegetais ou microbióticas, que atuam aumentando a produtividade e a qualidade das plantas;
  4. condicionadores biológicos de ambientes: substâncias que melhoram a atividade microbiológica dos ambientes de produção;
  5. inoculantes biológicos: uso de microrganismos com foco na intensificação do processo natural de fixação biológica de nitrogênio e outras características benéficas para o desenvolvimento das plantas.

Em comparação com os produtos convencionais e não biológicos, os bioinsumos oferecem vantagens que vão além de seus efeitos diretos. Em longo prazo, a substituição tende a favorecer o agro do futuro, viabilizando a sustentabilidade na sojicultura brasileira e na preservação da natureza e do meio ambiente, por meio da redução de impactos ambientais. 
Além disso, os biológicos ajudam a aumentar a produtividade mantendo a segurança alimentar, o que agrega valor ao produto final. A redução de custos com aplicações intensivas de defensivos e fertilizantes também reflete diretamente na rentabilidade e na margem de lucro da lavoura de soja.

Alternativa para o cultivo da soja

Outro ponto de destaque também é quanto à crise dos insumos agrícolas, que vem gerando grande receio no agronegócio brasileiro. As altas substanciais registradas nos preços desde o início da pandemia de Covid-19 e a possibilidade de falta de produtos da cadeia de insumos, fertilizantes e defensivos têm deixado os produtores em alerta e estimulado a demanda por alternativas. 
Diante do desafio, especialistas ressaltam que é importante o produtor de soja adotar soluções disponíveis para mitigar a falta de insumos para a agricultura nas próximas safras de forma sustentável.
Além dos investimentos na qualidade do solo como meio de aumentar a produtividade, o mercado de  insumos biológicos pode ser uma boa alternativa, já que potencializa o manejo tradicional.

O diretor de pesquisa da empresa especialista em estudo de mercado global em saúde animal e agricultura Kynetec, Millôr Mondini, explica que a possibilidade de faltar insumos para a próxima safra de soja é grave, uma vez que o Brasil tem alta dependência dos produtos importados. Além da falta, o custo, com a oferta restrita, está alto e impacta a produção nacional.
“O custo de produção brasileiro depende dos insumos agrícolas. Para se ter ideia, os custos com defensivos respondem por cerca de um terço do total, fertilizantes e corretivos quase 30%, sementes e tratamento de sementes, 11%. Ou seja, em torno de 60% do custo de produção depende de insumos agrícolas”.

Chance de independência para a lavoura de soja

Mondini ainda completa que, a alta dependência é uma preocupação, pois a crise energética enfrentada na China e na Rússia, grandes produtores de insumos, tem impactado a produção.
Além disso, os países têm limitado os embarques, priorizando o abastecimento interno, gerando a possibilidade de faltar insumos para a próxima safra. Outro desafio enfrentado é o frete marítimo, que registra falta de contêineres e preços dez vezes mais caros.
“Diante deste cenário, é importante que o produtor busque por produtos alternativos para compor a cesta de ferramentas para o manejo. O produtor está mais aberto ao uso de novas ferramentas, sejam insumos ou outras formas para nutrir as culturas”, destaca.
Contudo, apesar do aumento significativo dos custos de produção, o produtor precisa analisar a viabilidade de investir mais para que possa explorar o máximo do potencial dos insumos e das plantas, pois além de reduzir a necessidade de grandes volumes de fertilizantes, através dos bioinsumos, estes também podem contribuir para o melhor desenvolvimento da soja e demais culturas visto todos os benefícios que trazem.

Posts Relacionados

Agrivalle e Ginkgo Bioworks firmam parceria estratégica plurianual para acelerar produtos biológicos agrícolas de última geração.

BRASIL e BOSTON, Massachusetts – 20 de novembro de 2023 – Agrivalle, empresa brasileira líder em produtos biológicos agrícolas, anunciou hoje uma nova parceria com ...
Leia mais →

Sustentabilidade do planeta e da agricultura – uma via de mão dupla

Nos últimos anos, a sustentabilidade do planeta se transformou em uma das principais pautas no agronegócio em todo o mundo. O tema passou a ser ...
Leia mais →

Os bioinsumos no futuro da agricultura

Os insumos biológicos desempenham um papel determinante no futuro da agricultura, pois oferecem uma alternativa sustentável aos fertilizantes químicos e pesticidas convencionais. Este diferencial pode ...
Leia mais →