A importação de fertilizantes da Rússia está ameaçada neste momento. Com a atual invasão do país à Ucrânia, o mundo vive uma das maiores crises geopolíticas do século XXI. Apesar da distância geográfica e das diferenças culturais, o Brasil acaba sendo um dos países mais afetados nesse conflito, como aconteceu quando a Lituânia proibiu o tráfego do Potássio da Bielorússia por suas ferrovias.
O Brasil é um grande importador de fertilizantes, chegando a importar quase 85% de sua produção, o equivalente a 37 milhões de toneladas no ano de 2021, um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Grande parte é importada por Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. Os fertilizantes da Rússia representam boa parte da produção mundial. Logo em seguida, temos Canadá e Bielorússia no segundo e terceiro lugar do ranking de produtores.
Ameaça à importação de fertilizantes da Rússia
A maior preocupação gira em torno do cloreto de potássio cuja oferta é quase toda importada. Seu maior produtor, o Canadá, não conseguirá repor os volumes necessários. Atualmente, o Brasil importa cerca de 2 milhões de toneladas da Rússia e mais 2 milhões da Bielorússia, segundo dados da Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos). O cloreto de potássio é um dos três ingredientes básicos para a fertilização das safras. Junto com nitrogênio e fósforo, ele forma as matérias-primas necessárias para o Adubo NPK. Além desses componentes, o Brasil importa cerca de 24% do total de fertilizantes da Rússia.
Antes do conflito deflagrado, uma comissão do governo federal, junto com o atual presidente, visitou a Rússia em busca de garantias do fornecimento desses produtos. “Tivemos aqui a garantia, tanto do governo russo quanto das empresas de fertilizantes, de que nós não teremos problemas com a entrega de fertilizantes, tanto de potássio quanto dos fosfatos”, disse Tereza Cristina.
A expectativa é grande, já que o Brasil planejava um crescimento maior para o ano de 2022, e possíveis sanções poderiam arrefecer esse mercado. Vale ressaltar que, no ano passado, com o propósito de mitigar a escassez no mercado interno, o governo russo anunciou restrições na exportação de fertilizantes nitrogenados de dezembro a junho deste ano.
Tipos de fertilizantes
Com o tabuleiro posto, vale ressaltar alguns detalhes e curiosidades sobre os tipos de fertilizantes, já que a escolha do produto depende das deficiências, condições do solo e da cultura escolhida. Eles podem ser Orgânico, Mineral e Organomineral.
Começando pelos adubos orgânicos, aqueles possuem origem animal (esterco por exemplo) e vegetal. Já a adubação mineral ou inorgânica, vem da extração de minérios ou refino de petróleo, como o já citado cloreto de potássio.
Ambas, tanto a fertilização orgânica como a inorgânica, têm como objetivo corrigir, conservar ou recuperar a fertilidade do solo, disponibilizando nutrientes para as plantas de modo que estas obtenham melhor desenvolvimento.
Outro tipo de classificação é a organomineral. Ela usa remineralizadores que ajudam a reduzir a necessidade de aplicações de grandes quantidades de adubo com o tempo. Esse é um dos motivos chave para o palco atual, já que reduz a necessidade de importação de matéria-prima e promove a nutrição sustentável das lavouras brasileiras.
Na prática, esse manejo usa minerais naturais que passaram por processos físicos e podem beneficiar o solo. Como exemplo, podemos citar o calcário agrícola, o gesso mineral gipsita, além de algumas rochas silicáticas e fosfáticas. Esse tipo de fertilizantes são, inclusive, incentivados pela Embrapa e pelo Ministério da Agricultura.
É importante analisar que a alta desses produtos trazem oportunidades para se entender melhor o solo e buscar soluções que diminuam o uso intensivo desses fertilizantes. Algumas alternativas sustentáveis, buscando a nutrição das plantas e aproveitando o que a própria cultura deixa no solo, não só ajudam a renovar os nutrientes – deixando o solo mais saudável – como reduzem a necessidade de fertilizantes, causando uma economia e aumentando a rentabilidade da sua lavoura.
Alternativa à importação de fertilizantes da Rússia
Também é importante compreender os componentes principais dos fertilizantes tradicionais para auxiliar na busca dessas outras alternativas. O nitrogênio (N), por exemplo, é o responsável pelo crescimento e desenvolvimento de raízes, caules e folhas. A planta absorve, ainda no começo da vida, a maior parte do nitrogênio de que precisa e o armazena em seus tecidos de crescimento. Ele é recomendado para estimular a brotação e o enfolhamento e é ótimo para folhagens e gramados.
Alguns produtos, como o N-Haus, por exemplo, um inoculante líquido de alta concentração a base da bactéria a Bradyrhizobium japonicum, promovem a fixação biológica de nitrogênio atmosférico, melhorando a nodulação nas raízes da soja e favorecendo o desenvolvimento da cultura.
Há muito que se acompanhar nesse conflito geopolítico. Num mundo globalizado, cada pequena ação possui uma reação que pode atravessar continentes. Por isso, é importante se planejar e se informar para que não faltem produtos, mas, também, para reduzir o uso dos mesmos, principalmente daqueles que, a longo prazo, desequilibram os nutrientes e deixam seu solo mais pobre para cultivo.
A Agrivalle possui uma gama de bioinsumos que servem de alternativa para os fertilizantes da Rússia e, ao mesmo tempo contribuir com a qualidade do solo. São mais de 27 fertilizantes dos diferentes tipos aqui citados (orgânico, mineral simples e misto, organomineral). Eles não só auxiliam no cultivo em diferentes fases da produção, como contribuem para uma agricultura regenerativa, diminuindo a necessidade de defensivos químicos e outros produtos que, a longo prazo, empobrecem seu maior patrimônio, o solo. Não deixe de conferir nossos produtos ou procurar nossos representantes técnicos de vendas.