A cigarrinha-do-milho, também conhecida como cigarrinha-verde, é uma das principais pragas que pode acometer o milharal. Seu cardápio de prejuízos varia de acordo com a fase de vida do inseto, mas sempre leva ao mesmo desfecho: queda na produção e na qualidade dos grãos.
Para controlar o problema, há várias técnicas, como rotação de culturas, limpeza do solo, eliminação de plantas infestadas, aplicação de bioinsumos, entre outras. O ideal, no entanto, é adotar uma estratégia que combine várias destas opções e considere a fase de desenvolvimento do inseto.
Cada fases, um dano
Durante seu ciclo de vida, a cigarrinha-do-milho passa por três fases – ovo, ninfa e adulto – e pode causar danos significativos em todas elas.
Tudo começa quando a fêmea deposita seus ovos nas folhas, geralmente na região próxima às nervuras. Durante seu período de vida, cada fêmea pode depositar de 100 a 300 ovos, sendo eles brancos, alongados e com cerca de 1 mm de comprimento. Dessa forma, quando ocorre uma infestação elevada, eles ocupam uma área grande o bastante para prejudicar a fotossíntese, o que resulta no enfraquecimento da planta.
Assim que o ovo eclode, a cigarrinha-do-milho se desloca para o solo, já que é aí que encontra seu alimento preferido nesta fase, quando é chamada de ninfa e se alimenta sugando a seiva das raízes. Estas, por sua vez, pouco a pouco, perdem a capacidade de absorver nutrientes, afetando a produtividade do milharal.
Isto porque a sucção da seiva das raízes prejudica a absorção de nutrientes e água, inibindo o desenvolvimento da planta, podendo, inclusive, levá-la à morte, tamanho o impacto que a cigarrinha causa. Enquanto isso, as ninfas se fortalecem e alcançam vários estágios de desenvolvimento (os ínstares), em que mudam de tamanho e de cor, até ganharem asas, marco da entrada na fase adulta.
A fase adulta é o quinto estágio de vida da cigarrinha-do-milho. A esta altura, ela tem cerca de 6 mm de comprimento, é verde amarelada, com asas transparentes e manchas pretas. Logo que ganham asas, elas voltam para seu lugar de origem, a parte aérea da planta, onde chegam a viver em torno de 20 a 30 dias, se alimentando das folhas e colmos do milho.
Enquanto se nutre, a cigarrinha adulta causa diversas lesões nos tecidos da planta, muitas vezes reduzindo a área de foliar disponível para a fotossíntese. Além disso, esta praga é fator de risco para outras patologias , já que é um é comum que transmita doenças virais para a vegetação.
Controle da cigarrinha-do-milho
É importante destacar que os danos provocados por este inseto podem ser agravados em condições climáticas favoráveis a seu desenvolvimento – tais quais altas temperaturas e baixa umidade – assim como em áreas onde o milharal já está enfraquecido devido a outras causas, como deficiências nutricionais ou estresse hídrico. Isso reforça a indicação de medidas de manejo integrado a fim de reduzir a incidência da cigarrinha-do-milho e minimizar seus danos.
Dentro de um mix de técnicas de manejo, a rotação de culturas contribui com o controle da incidência do inseto, desde que a escolha das espécies na rotação se restrinja a plantas que não sejam hospedeiras da cigarrinha. Lembrando que esta é uma praga polífaga, ou seja, ela se alimenta de outras culturas além do milho, como sorgo, cana-de-açúcar, arroz, trigo, centeio, cevada e algumas espécies de capim. Estas são, portanto, culturas que não devem ser rotacionadas com um milharal.
Além disso, o produtor pode buscar cultivares de milho que sejam resistentes ou tolerantes à cigarrinha, em outras palavras, que cultivares que têm capacidade para suportar o modo de alimentação da praga sem sofrer danos significativos.
Agregar o uso de inimigos naturais da cigarrinha-do-milho em seu combate é uma medida indispensável no mix de técnicas para controle da praga, sendo especialmente eficaz em reduzir a população do inseto.
Neste sentido, os pesquisadores da Agrivalle chegaram à formulação do Auin CE, um bioinseticida líquido à base de Beauveria, fungo muito comum em solos de todo o mundo e que, por isso, consegue atuar sem causar grandes abalos à biota local. Se sua lavoura vem sofrendo com a cigarrinha-do-milho, peça orientações a nossa equipe.