O que são bioinsumos e para que servem: controle biológico

controle biológico

Para entender como o controle biológico funciona, vamos voltar ao que falamos antes. Como discutido no artigo anterior, os bioinsumos podem ser caracterizados por métodos, técnicas ou produtos biológicos com origem em materiais vegetais, animais ou microbianos, e possuem funcionalidade para serem utilizados em todo o sistema agropecuário, inclusive, em alguns aspectos da produção aquícola ou de florestas plantadas.  Dentro dessa infinidade de ações, hoje iremos discorrer sobre os produtos fitossanitários para controle biológico de pragas e doenças que acometem os cultivos. Esses defensivos naturais são destinados a manter a sanidade das plantas a partir do controle de pragas e insetos transmissores de doenças. Nesta categoria, os bioinsumos podem ser divididos em: substâncias produzidas por organismos (1); e agentes biológicos de controle (2).  As substâncias produzidas por organismos (1) podem ser classificadas em semioquímicos (a) ou bioquímicos (b). Começando pelos Semioquímicos (a), esses compostos interferem na comunicação entre os organismos, modificando respostas seja de comportamento ou fisiológicas. São os chamados aleloquímicos – se forem de espécies distintas – e os feromônios – se forem da mesma espécie. Já os bioquímicos (b) são substâncias promotoras de processos químicos ou biológicos que são capazes de estimular e induzir resistência em plantas, como por exemplo: hormônios, reguladores de crescimento, enzimas e extratos de algas. Ambas as categorias podem ser utilizadas em sistemas de controle baseados em armadilhas. Os agentes biológicos de controle (2) podem ser microbiológicos (c) – indivíduos de origem natural e majoritariamente microscópicos, como os fungos, bactérias, vírus, protozoários e nematoides – ou macrobiológicos (d) que são os inimigos naturais que podem ser vistos a olho nu, como insetos e ácaros. Além disso, existe também a técnica de liberação de insetos estéreis, com mecanismo de ação baseado em impedir o surgimento de novos indivíduos de pragas, por meio da realização de uma reprodução ineficiente. O indivíduo estéril ao cruzar com o fértil não permite a formação de novos indivíduos.    Substâncias Produzidas por Organismos (1) Agentes Biológicos de Controle (2) Semioquímicos​ (a) Bioquímicos (b) Agentes Microbiológicos de Controle​ (c) Agentes Macrobiológicos de Controle​ (d) Compostos químicos que provocam respostas comportamentais ou fisiológicas ao organismo alvo: feromônios e aleloquímicos​. Substâncias químicas naturais promotoras de processos químicos ou biológicos: hormônios, reguladores de crescimento, enzimas, extrato de algas.​ Microrganismos de origem natural: fungos, bactérias, vírus, protozoários​ e nematoides. Inimigos naturais: insetos, ácaros e a liberação de machos esterilizados (técnica de inseto estéril). Quadro 1. Categorias dos Defensivos Naturais — Fonte: IBAMA, 2020 e ESALQ, 2022.    A ação de técnicas de controle biológico As técnicas de controle biológico coletam, identificam, avaliam e utilizam organismos benéficos como estratégia no Manejo Integrado de Pragas (MIP), o qual exige a utilização de produtos biológicos como complemento para sua correta funcionalidade. A incorporação desses insumos pode reduzir o impacto ambiental, garantindo maior segurança tanto aos trabalhadores rurais quanto aos consumidores, sem contar o fato de que abrange um dos grandes desafios da agricultura atualmente, por tornar mais difícil a seleção de resistência das pragas-alvo, devido a esses organismos possuírem diversas rotas de ação.  Agregar vida ao ecossistema reforça sua capacidade de regeneração e estruturação, impulsionando os sistemas produtivos a alcançarem maior equilíbrio para a construção de uma melhor qualidade de vida em nosso planeta. O que você está esperando para incorporá-los em sua propriedade adotando práticas de controle biológico?   O texto O que são bioinsumos e para que servem: controle biológico foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.   Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.  Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. 

O que são bioinsumos e para que servem: nutrição e fertilidade do solo

Pode-se dizer que o termo “bioinsumos” ainda permanece em construção, devido ao entendimento de suas definições envolver um amplo conjunto de processos, origens e funcionalidades, entre elas nutrição e fertilidade do solo. No Brasil, um conceito foi adotado oficialmente a partir do lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos pelo Decreto 10.375 de 26/05/2020, estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).  Nesse contexto, os bioinsumos foram conceituados como “qualquer produto, processo ou tecnologia de origem vegetal, animal ou microbiana, destinado ao uso na produção, no armazenamento e no beneficiamento de produtos agropecuários, nos sistemas de produção aquáticos ou de florestas plantadas, que interfiram positivamente no crescimento, no desenvolvimento e no mecanismo de resposta de animais, de plantas, de microrganismos e de substâncias derivadas e que interajam com os produtos e os processos físico-químicos e biológicos”. Com efeito, o amplo significado atribuído, visa abranger o diverso e complexo universo dos insumos de origem biológica, dando possibilidade para que o desenvolvimento de novas oportunidades e inovações tecnológicas possa ser enquadrado no conceito a medida de sua evolução. Nessa caminhada, os bioinsumos buscam conciliar interesses tanto produtivos quanto de consumo, oferecendo alternativas para trilhar benefícios econômicos, ambientais e sociais. Muito além da nutrição Existem, de fato, diversos tipos de bioinsumos com múltiplos usos e finalidades para os sistemas de produção. Alguns desses servem para incrementar a fertilidade do solo, a nutrição de plantas e contribuir com uma maior tolerância das plantas a fatores de estresse do ambiente. O uso desses condicionadores de solo atua de forma a converter nutrientes indisponíveis em alimento para as plantas por meio de processos biológicos, como por exemplo, microrganismos fixadores de nitrogênio ou solubilizadores de fosfato. Além disso, eles desempenham função essencial na manutenção da riqueza do solo por aumentarem o desenvolvimento radicular das plantas, o que contribui diretamente para uma melhor absorção de água e dos nutrientes, proporcionando melhores resultados. Isso ocorre porque esses produtos são capazes de estimular o metabolismo celular do cultivo sendo influenciadores ativos de crescimento. O uso de bioinsumos de nutrição incrementa a multiplicação de microorganismos benéficos, proporcionando saúde e vida ao solo, impulsionando, assim, a manutenção da estabilidade e a capacidade do solo em sustentar o crescimento e a produtividade das plantas. Com todas essas vantagens ao sistema produtivo, os bioinsumos também podem configurar uma maior resistência da cultura à estresses climáticos, fazendo com que, por exemplo, a capacidade de suportar um período de déficit hídrico seja mais alta e com rápida recuperação. Como resultado deste processo, menores perdas (financeiras e de produção). Os bioinsumos para nutrição e fertilidade do solo vêm demonstrando um imenso potencial quando alinhados à fertilização mineral, explorando ao máximo os nutrientes por meio de uma escolha mais ecológica com benefícios a todo o ecossistema. Vimos que esses produtos apresentam melhorias em diversos aspectos, desde ganhos no crescimento das plantas e resistência ao estresse até incremento da fertilidade e saúde do solo. Com todos estes ganhos, não é à toa que os insumos biológicos estão cada vez mais em ascensão no nosso país!   O texto O que são bioinsumos e para que servem: nutrição e fertilidade do solo foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.   Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.  Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. 

Agrivalle 08: Julho de 2022

Iniciamos mais uma coluna Agrivalle Markets trazendo os destaques de julho de 2022 para você, amigo produtor, em parceria com a Agrivalle, nossos destaques sobre o desempenho do agronegócio brasileiro e mundial. Em relação às perspectivas para a economia brasileira, o Banco Central divulgou no dia 15 de julho de 2022 o novo Boletim Focus (Bacen) onde estima: IPCA deve ter variação de 7,54% em 2022 e 5,20% em 2023; já o PIB deve apresentar crescimento de 1,75% este ano e 0,50% ao final do próximo (boa melhora para 2022!); o câmbio foi estimado em R$ 5,13 e R$ 5,10, para 2022 e 2022, respectivamente; e a taxa Selic deve fechar 2022 em 13,75%, e 2023 em 10,50%. Em geral, melhora nas perspectivas para crescimento econômico e leve alta nas previsões para o câmbio. Seguimos acompanhando! Variação de preços em junho O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,67% em junho, ou 0,20 p.p. acima do que a taxa registrada em maio (0,47%). Com isto, o indicador acumula alta de 5,49% em 2022 e de 11,89% nos últimos 12 meses. Todos produtos e serviços analisados (9 categorias, no total) tiveram variação positiva em junho.  A maior variação foi do grupo “vestuário”, com alta de 1,67%. Já a categoria de “alimentação e bebidas” apresentou o maior impacto, registrando índice de 0,8%, resultado da alta no preço dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%). Entre os alimentos para consumo em domicílio, o leite longa vida e o feijão registraram alta, ficando em 10,72% e 9,74%, respectivamente. Já a cebola, a batata-inglesa e o tomate registraram queda.  Já o Índice de Preços de Alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) ficou em 154,2 pontos em junho, 2,3% menor do que a taxa que havia sido registrada em maio (157,9). Esta é a terceira queda consecutiva, embora ainda continue nos níveis mais elevados já registrados. Apesar da redução, o indicador ficou 23,1% acima do registro de junho de 2021, comportamento impulsionado principalmente pelo contexto geopolítico global com a invasão da Ucrânia. A oferta global de cereais aumentou (de 2,784 para 2,792 bilhões de t) e com isto o índice caiu 4,1% em relação a maio, embora continue 27,6% maior que junho/2021. Estimativa de julho 2022 para o campo No campo, segundo estimativa de julho de 2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos do ciclo 2021/22 deve totalizar recorde de 272,5 milhões de t, volume 6,7% superior ao obtido na safra passada e 0,4% maior que a previsão do mês anterior (+ 1,2 milhão de t); já é o segundo mês de alta na projeção.  A oferta de soja foi revista novamente, e está indicada agora em 124,0 milhões de t, o que representa queda de 10,2% frente a 2020/21; resultado das fortes secas que afetaram as lavouras no cultivo de verão, fato que destacamos aqui em outras edições.  Já o milho apresentou acréscimo nesta estimativa de julho de 2022 (+0,4%), com oferta total prevista agora em 115,7 milhões de t, 32,8% maior. Desse montante, o cereal de primeira safra deve entregar 24,8 milhões de t (+ 0,3%), a safrinha 88,4 milhões de t (+ 45,6%) e a terceira safra 2,4 milhões de t (+ 48,0%).  Por fim, no algodão, a estimativa é de uma produção de 2,78 milhões de t de pluma, 18,2% superior ao ciclo passado (são 428 mil t adicionais). A perspectiva também segue bastante positiva para os cultivos de inverno: serão 10,8 milhões de t totais, um salto de 16% em relação a 2020/21. O grande destaque neste grupo é o trigo, cuja produção saiu de 7,7 milhões de t na safra passada para 9,03 nesta (+ 17,6%). Destacam-se ainda a aveia, que deverá ofertar 1,27 milhão de t (+ 10,8%) e a cevada, com 430,8 mil t produzidas (+ 1,4%). Em relação às operações, até o dia 09 de julho de 2022, a colheita do milho safrinha (2ª safra) avança em bom ritmo e se encontra em 39,8% (20,9% em 10/07/2021), com destaque para os avanços no Mato Grosso (70,4%), Tocantins (40,0%) e Maranhão (35,0%). No algodão, o ritmo das operações também é bom, mas segue inferior ao desempenho do ano passado; em 09 de julho de 2022, 16,3% das áreas totais haviam sido colhidas, contra 17,8% há um ano. Por fim, o plantio de trigo segue em atraso, estando com 88,1% das áreas semeadas, diante de 94,8% na mesma data do ciclo passado.  Relatório de julho de 2022 do USDA O relatório de julho de 2022 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), trazendo as perspectivas para o mercado global de grãos em 2022/23, indicou uma produção estimada de milho em 1.185 milhões de t, a mesma estimativa do mês passado (junho) e que é 2,6% inferior à produção de 2021/22.  Entre os principais países produtores, os Estados Unidos deverão produzir 368,4 milhões de t, 4,0% a menos que o ciclo passado; e o Brasil irá entregar 126,0 milhões de t (+8,6%), o mesmo valor desde a projeção inicial, há 3 meses.  Em julho de 2022, a mudança mais relevante para o mercado do cereal veio em relação aos estoques globais, que estão agora estimados em 312,9 milhões de t, 2,9 milhões de t a mais do que a estimativa de junho; e praticamente o mesmo volume de 2021/22. A elevação nos estoques finais de milho é resultado das boas perspectivas globais para a oferta do cereal no próximo ciclo, além das possibilidades de retorno dos embarques Ucranianos de grãos, mesmo diante do contexto de guerra. Por outro lado, na soja, o USDA reduziu a estimativa de produção global: era 395 milhões de t em junho e agora foi estimada em 391,4 milhões de t, ou seja, 4,6 milhões de t a menos em um mês. Ainda assim, este volume deve ser 11% maior do que o de 2021/22.  Este comportamento é resultado da redução nas estimativas de produção nos Estados Unidos,

Criação de sistemas regenerativos é condição essencial para uma agricultura mais sustentável

Sistemas Regenerativos

Agrivalle apresenta propósito ao mercado e reforça sua contribuição para potencializar novas práticas agrícolas sustentáveis Inspirar a conexão e promover a transição para sistemas regenerativos são movimentos que fazem parte da história da Agrivalle e estão presentes no propósito da empresa lançado em primeiro de agosto, poucos dias após a empresa completar 19 anos de mercado.  Everton Molina Campos, diretor de marketing da Agrivalle, reforça o propósito da empresa e de sua preocupação com a produção sustentável de alimentos, executando práticas que não extinguem os recursos naturais e fomentando técnicas agrícolas sustentáveis e regenerativas.  “Queremos ser propulsores de uma nova agricultura, que utiliza a vida, as ferramentas da natureza, para descobrir novas possibilidades e criar soluções customizadas, regenerativas e,  em escala, inspiradas nas reais necessidades dos produtores, da cadeia e do planeta.” Impulsionada por esse olhar contemporâneo em criar conexões com diferentes ecossistemas e promover a transição para uma agricultura regenerativa e sustentável, a Agrivalle quer ir além de oferecer apenas soluções regenerativas para o agricultor, ela quer convidar todos os setores do agronegócio para juntos fazerem uma nova revolução agrícola:  a da produção sustentável.   “Acreditamos que o nosso papel nesse movimento é maior que os nossos produtos, porque reconhecemos a importância do nosso impacto, do solo à vida das pessoas e, por isso, vamos além! Queremos trazer todo o agronegócio a viver o nosso propósito”, pontua Everton. Sistemas regenerativos como resposta a mudanças de hábitos Para José Bessa, CEO da Agrivalle, a produção de alimentos por meio de sistemas regenerativos é o caminho que garantirá o futuro do nosso planeta e das próximas gerações. Gerações essas que já estão mudando seu hábito de consumo e, estão cada vez mais preocupadas com uma alimentação de maior qualidade e, principalmente, com o impacto que ela tem para o meio ambiente: “As novas gerações, que são mais responsáveis e principalmente responsivas, estão impulsionando um novo mindset de consumo consciente em todo mundo. Estima-se que até 2025, essa nova geração representará 70% da força de trabalho em todo mundo”.   A indústria de alimentos e varejo está atenta a essa mudança no comportamento das novas gerações e já começou a agir. Essas empresas acreditam que a produção baseada em sistemas regenerativos é a principal estratégia a ser implementada e estão dispostas a investir grandes quantias em colaboração com o setor produtivo para a criação de novas ofertas, baseadas em produção sustentável, avaliando também o impacto dessas empresas na sociedade. Devolvendo à natureza aquilo que consumimos “A missão da Agrivalle está fundamentada em qual mundo queremos deixar para as próximas gerações. A forma como garantiremos um futuro produtivo e autossustentável deve ser o primeiro pensamento para o consumo responsável e para a inovação. A partir daí precisaremos ir além e discutir como faremos isso”, reforça Bessa Para ele, e toda sua equipe de mais de 300 colaboradores, essa ideia é possível e precisa ser praticada: “Na agricultura regenerativa, a maior preocupação está em devolver para a natureza aquilo que consumimos dela. A garantia de que estamos fazendo algo para que os nossos descendentes tenham uma vida mais saudável”.   Ainda de acordo com ele, é a oportunidade de quebrar os paradigmas dos conceitos tradicionais de forma a preservar o baixo custo de produção, o equilíbrio ambiental, o manejo integrado, a segurança e, ainda assim, proteger a escala de produtividade.  A Agrivalle já começou sua jornada rumo à agricultura do futuro e convida toda a sociedade a vir junto. Sobre a Agrivalle Há 19 anos no mercado, a Agrivalle, indústria de bioinsumos agrícolas, é referência em sistemas regenerativos e propõe soluções inovadoras, transformadoras e sustentáveis baseadas em um amplo portfólio multicultura e multifuncional. Localizada em Indaiatuba (SP), possui 80 mil m² de área total e capacidade produtiva superior a 35 milhões de quilo/litros por mês.  Um dos maiores investimentos da Agrivalle é na área de pesquisa e desenvolvimento. A empresa conta com um dos maiores bancos genéticos de microrganismos do país, com mais de 800 cepas próprias e potencial biotecnológico ilimitado, tudo isso a serviço dos sistemas regenerativos. São mais de 300 funcionários que trabalham com o objetivo de impulsionar a produtividade no campo, promover uma agricultura mais lucrativa para o agricultor e de forma sustentável. O portfólio contempla defensivos biológicos e bioestimulantes. A Agrivalle acredita na vida como fonte geradora de vida e quer colaborar com o aperfeiçoamento da qualidade dos solos, da planta, do ecossistema e sua regeneração.   Julho | 2022 Informações para a imprensa: ComTexto Comunicação Integrada Ingrid Ribeiro – ingrid@ctexto.com.br  Tel.: (16) 99785-7001 Maricy Celebroni – maricy@ctexto.com.br  Tel.: (16) 99766-2825 

Congresso Andav 2022

Congresso Andav

A expectativa por mais uma edição do Congresso Andav já toma conta do mercado. Para a edição 2022, que marca o retorno do evento às edições presenciais, o ponto de encontro será o Transamerica Expo Center, em São Paulo.  Entre 17 e 19 de agosto, o espaço será tomado pelo agronegócio e todas as suas facetas, tanto em forma de conteúdo como de produtos.  Repetindo a tradição, o Congresso Andav 2022 vai além das palestras, trazendo a exposição onde empresas nacionais e internacionais marcarão presença. Por enquanto, mais de 90 marcas de referência confirmaram participação, despertando o entusiasmo do público pelas novidades que vão apresentar para o setor.  Conhecimento compartilhado O Congresso Andav 2022 terá como tema central a agroeconomia brasileira, um ponto fundamental para quem atua no agronegócio – como não poderia deixar de ser. A programação tem como um de seus destaques a Pesquisa Nacional da Distribuição 2022, cujos resultados serão apresentados no evento.  Realizado pela própria Andav, este estudo tão importante para a agroindústria reúne dados e estatísticas da distribuição de insumos agropecuários, além de questões que desafiam o setor e pontos onde aprimoramentos são necessários.  Os organizadores do evento esperam receber – entre expositores, visitantes, palestrantes e congressistas – uma média de 5 mil profissionais. Diante de tal expectativa podemos contar com um olhar bem amplo para as questões em debate – tais como ESG, o panorama agroambiental, tecnologias de distribuição etc.  Tal  número só endossa o reconhecimento do Congresso Andav como o mais importante evento do setor de distribuição de insumos agropecuários, especialmente para quem busca networking e reciclagem profissional. Agrivalle no Congresso Andav Em 2022, a Agrivalle estará presente no Congresso Andav de diferentes formas, inclusive patrocinando sua realização. Além disso, no segundo dia do evento, estaremos à frente de um painel importante para o futuro da agricultura: Bioeconomia e Crédito Verde. Mediando a discussão, que acontecerá no segundo dia do Congresso (quinta-feira, 17/08), às 9:30 teremos Marcos Fava, especialista em planejamento estratégico do agronegócio e importante parceiro Agrivalle.  Além dele, outro membro da equipe da Agrivalle presente neste painel será Edsmar Carvalho, membro do nosso Conselho.  A terceira participante, a advogada especializada em Direito Ambiental Samanta Pineda, ajuda a compor um time capaz de abordar o tema a partir de diversas frentes. Agricultura sustentável  Sem dúvida, Bioeconomia e Crédito Verde é uma matéria essencial para chegarmos a uma visão ampla da agroeconomia brasileira, tema em evidência no Congresso Andav em 2022. Embora este seja um assunto bastante discutido no setor, ainda há muitas dúvidas, o que, recorrentemente, acaba sendo empecilho para algumas iniciativas. Somos propulsores de uma nova agricultura, que utiliza a vida, as ferramentas da natureza, descobrindo novas possibilidades para criar soluções customizadas, regenerativas, e em escala, inspiradas nas reais necessidades dos produtores, da cadeia e do planeta. Acreditamos que o nosso papel na cadeia é maior do que os nossos produtos, porque reconhecemos a importância do nosso impacto, do solo à vida das pessoas, e por isso vamos além. É isso que pretendemos levar em nossa participação no Congresso Andav, tanto no painel Bioeconomia e Crédito Verde como em nosso stand. Aguardamos sua visita! O Congresso Andav 2022 é realizado pela Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) e organizado pela Zest Eventos. 17 a 19 de agosto de 2022 Horário de exposição: dia 17 das 9h às 20h | dia 18 das 8h30 às 20h | dia 19 das 8h30 às 15h Fórum: dia 17 das 9h30 às 19h | dia 18 das 9h às 18h | dia 19 das 9h00 às 12h30 Programação: https://eventosandav.com.br/programacao/ Inscrições: inscricao@eventosandav.com.br | (11) 93405-1713 Local: Transamerica Expo Center Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo – SP, Painel Bioeconomia e Crédito Verde 17 de agosto (quinta-feira) 9hs 30min

Tudo o que você precisa saber sobre a safra de algodão 2021/2022

safra de algodão

No final de junho, as estimativas para colheita da safra de algodão 2021/2022  foram atualizadas pela Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão). Tomando como base o ciclo anterior, a indicação é de um crescimento de 10,8%. De fato, abaixo da previsão inicial da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que, aliás, também atualizou seus dados. As estimativas da Companhia apontavam 7,4% de área colhida até dia 25/06, indicando maior avanço no processo em relação ao mesmo período da safra de algodão de 2020/2021. A queda na previsão de crescimento, no entanto, não interfere nos números da produção na atual safra, que se mantêm positivos. A faceta negativa das previsões têm origem bem óbvia: o clima. Sem dúvida, as incertezas climáticas estão desafiando a cultura do algodão, assim como tantas outras. Os efeitos das oscilações entre secas extremas e chuvas excessivas podem ser vistos em áreas de cultivo por todo o Brasil.  Portanto é fácil entender a atribuição que vem sendo feita ao aumento da área de cultivo de algodão – que gira em torno de 16,8% – para justificar o incremento na safra 2021/2022 – estimada, até o momento, em 2.609 mil toneladas.  Para dar vazão à produção, os cultivadores contam com a demanda positiva que o mercado vem apresentando para o algodão brasileiro, bem como com os ótimos preços que vêm sendo praticados. Tanto que, em maio de 2022, em comparação a maio de 2021, as exportações da pluma atingiram uma alta de 30%. Assim, mesmo com a queda na projeção decorrente dos problemas climáticos, a safra de algodão 2021/2022 deve ser bem rentável. De olho na próxima safra de algodão  Apesar de uma composição de fatores ter levado a um cenário positivo na atual safra de algodão, os cultivadores estão bem cientes de que precisam se preparar para o próximo ciclo. Com efeito, o que os dados nos mostram é uma visão geral. Entretanto, ao particularizar as experiências vividas na cotonicultura no último ano, os prejuízos causados pelas intempéries climáticas ficam evidentes. Segundo a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), por exemplo, o clima é o responsável por uma redução na ordem de 12% na previsão inicial para a safra de algodão 2021/2022 na Bahia. Note que estamos falando do estado que ocupa a segunda posição no ranking de produção nacional da cultura. Se em solo baiano os desafios foram trazidos pela seca, uma dificuldade já conhecida na região, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul a produção foi afetada por geadas inéditas. A lição que tiramos disso é que, além de intensificar os cuidados com o  meio ambiente, precisamos nos cercar de precauções a fim de reduzir os impactos  que as alterações no regime climático podem trazer para a próxima safra de algodão. Nesse sentido, os insumos biológicos são parte de um mix de soluções que não só protegem o cultivo algodoeiro como viabilizam uma prática mais amigável da agricultura. Os bioinsumos na cultura do algodão Embora a maior parte dos bioinsumos produzidos no Brasil seja aplicada nas culturas de soja, cana e café, eles vêm sendo cada vez mais utilizados no controle de pragas que prejudicam o plantio de algodão. Os bons resultados já podem ser vistos em diversas regiões.  Um exemplo é Minas Gerais, onde a safra de algodão de 2021/2022 ocupa uma área de 25 mil hectares. O estado é uma referência em controle biológico no cultivo da fibra.  Manejando bioinsumos de forma estratégica, os cultivadores mineiros desenvolveram um sistema de produção bastante sustentável. Com isso, eles alcançaram uma redução no uso de agroquímicos, além de outros benefícios. O destaque fica por conta da produtividade, da saúde do solo e do algodão que cresce nele, uma pluma de qualidade superior, excelente para a indústria têxtil. Lançando um olhar mais amplo, que vai além da lavoura, é possível observar impactos positivos no ecossistema como um todo, inclusive com o aumento no número de polinizadores – principalmente abelhas – bem como na população de inimigos naturais de pragas prejudiciais à safra de algodão. É exatamente este o raciocínio por trás dos bioinsumos. Eles são desenvolvidos a partir do estudo das relações entre diferentes organismos presentes no solo a fim de aproveitar da melhor forma as interações na biota. Na Agrivalle, nos referimos a isso como vida gerando vida. Este conceito sustenta toda a pesquisa que desenvolvemos na criação de insumos para controle biológico. 

Programa Nacional de Bioinsumos: o que é e qual a sua importância?​

Programa Nacional de Bioinsumos

O Programa Nacional de Bioinsumos (PNB) foi lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2020 para explorar o enorme potencial da biodiversidade brasileira e reduzir a dependência dos insumos sintéticos (resultados da extração mineral e/ou processos químico-industriais) do mercado internacional. O programa tem como principal objetivo ampliar e fortalecer o uso dos bioinsumos no Brasil, a fim de contribuir com o desenvolvimento sustentável e beneficiar o setor agropecuário, aumentando a oferta de matérias-primas (e insumos) produtivos, ao passo em que se promove um desenvolvimento sustentável do setor. Eixos temáticos do Programa Nacional de Bioinsumos A iniciativa possui diversos eixos para englobar a amplitude do universo dos bioinsumos. No âmbito de produção vegetal (1), e/ou agrícola (plantas), ela se estende para aplicações com produtos fitossanitários para controle de pragas e doenças (defensivos fitossanitários); soluções para fertilidade do solo, nutrição e tolerância de plantas a condições ambientais; e manejo de espécies vegetais. Mas também abrange o uso em sistemas de produção animal (2), abrindo leque para produtos veterinários; para alimentação animal; produção aquícola e manejo de animais. E como última vertente, a pós-colheita e processamento de produtos de origem animal ou vegetal (3). Programa Nacional de Bioinsumos – meios e fins Por meio de um conjunto estratégico de ações para o desenvolvimento de alternativas para a produção agrícola, pecuária e aquícola, considerando dimensões econômicas, sociais, produtivas e ambientais, o Programa Nacional de Bioinsumos (PNB) procura estimular a adoção de ativos sustentáveis baseados no uso de tecnologias, produtos e processos desenvolvidos a partir de recursos renováveis, por meio da ação integrada dos setores de ciência, tecnologia e inovação, produção e o mercado.  Uma diretriz fundamental que o plano visa é propor um marco regulatório que fomente o uso e produção de bioinsumos, impulsionando pesquisa, inovação e desenvolvimento de novas tecnologias, produtos, serviços, informações e conhecimento ao setor como um todo, tendo em vista que as questões regulatórias são atualmente um dos principais desafios para seu desenvolvimento. O programa também contribui na elaboração de normas para a instalação de biofábricas que irão otimizar o registro dos produtos, processo essencial para garantir a segurança na fabricação destes produtos, bem como o controle de qualidade necessário aos processos de multiplicação; além de estimular o financiamento através da oferta de crédito e outras vantagens econômicas. Sem contar, no estímulo à capacitação técnica e a criação de outras novas iniciativas estaduais e municipais para impulsionar o crescimento do setor.  Como consequência do fortalecimento da cadeia de bioinsumos, objetiva-se a geração de renda para o país, novos empregos e maior qualidade de vida tanto para o produtor quanto para o consumidor. Espera-se ainda melhorar o posicionamento do Brasil como grande fornecedor global sustentável de alimentos, bioenergia e outros agroprodutos, mostrando seu modelo inovador de produção, o qual limita os prejuízos ao ambiente e possibilita uma produção mais eficiente e com menos impactos ao planeja. A política foi feita para acolher produtores de todos os tamanhos, desde orgânicos até convencionais, trazendo benefícios econômicos, ambientais e colocando o sistema de produção de alimentos inserido na bioeconomia, tão almejada nos dias de hoje. O Programa Nacional de Bioinsumos é um passo essencial para fortalecimento do setor, especialmente neste momento de crescimento expressivo e abertura de grandes oportunidades; ainda que existam aspectos a serem aperfeiçoados ao longo do tempo. Os bioinsumos vem como grande complemento aos insumos tradicionais, viabilizando um manejo integrado e melhores resultados no campo. Acompanhado do crescimento relevante do interesse (e uso) destes produtos pelos agricultores, nos alegra saber que já existem planos (políticos e/ou organizacionais) que visem o estímulo e ampliação de seu uso. Boas alternativas ao Brasil e ao futuro do agro brasileiro! O texto Programa Nacional de Bioinsumos: o que é e qual a sua importância?​ foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.   Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.  Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. 

Bioeconomia e bioinsumos: a ciência do futuro está aqui!​

bioeconomia

O conceito de bioeconomia ainda é um tema de debate. A opção mais amplamente aceita defende a ideia de que se trata de um modelo econômico baseado no uso e conservação de recursos biológicos para a produção e conversão em soluções que possam ser utilizadas nas mais diversas atividades que permeiam a sociedade.  Além disso, esse termo contém grandes expectativas em cima do seu potencial para liderar o caminho do desenvolvimento sustentável, por abordar a necessidade de transição cada vez maior para insumos renováveis de fontes biológicas nos processos produtivos​. O modelo produtivo da bioeconomia propõe a manutenção da infraestrutura natural do ambiente para viabilizar o processo econômico de maneira constante no atual e contínuo contexto de crescimento da população mundial​, em virtude de oferecer inovações tecnológicas que auxiliam no equilíbrio do ecossistema, possibilitando extrair benefícios da natureza, de forma responsável, sem esgotá-la​, e prezando pela reposição natural.  A transformação para uma economia circular e de baixo carbono, com soluções baseadas em bioinovação, tem todas as características para suprir a demanda do uso de recursos naturais, energéticos e de terra, que o futuro exige. É notável ressaltar que a bioeconomia pode ser parte da solução para os grandes desafios do século 21, baseando-se em princípios de sustentabilidade, renovabilidade, circularidade e de consumo responsável, ascendendo uma sociedade mais ética, próspera e preocupada com o meio-ambiente, para que possamos viver em harmonia com a natureza. A bioeconomia visa, em seu cerne, lançar um novo paradigma econômico sustentável que impulsione a criação ou o desenvolvimento de cadeias de valor inovadoras, ao mesmo tempo em que protege o meio-ambiente. Com isso em vista, avanços em ciências biológicas, objetivos para mitigação de mudanças climáticas, desenvolvimento rural e melhor aproveitamento da biodiversidade são importantes fatores para que esse modelo possa ser colocado em prática. A bioeconomia no agronegócio Os bioinsumos, por sua vez, estão contemplados em todos esses aspectos! O conjunto de componentes vivos, comunidades e microrganismos multifuncionais são extremamente importantes para a saúde do ecossistema e impactam diretamente em resultados. A interação entre a microbiota e o sistema de produção promove serviços essenciais como a nutrição, a reestruturação física do solo e a redução de doenças, que possuem efeito crescente no aumento da produtividade, além de possibilitar a redução no uso de fertilizantes sintéticos, resistência a patógenos, dentre outros. A obtenção de conhecimento atrelado a pesquisas científicas no setor dos biológicos está intimamente ligada ao desenvolvimento de novas tecnologias que têm o potencial de auxiliar o manejo agrícola – ou de diversos outros setores – para que as atividades sejam otimizadas em termos de produção e proteção, adicionando eficiência ao sistema como um todo e assim, consequentemente, o tornando mais sustentável por meio da capacidade de regeneração daquilo que já foi consumido.  No âmbito das cadeias do agronegócio, a bioeconomia é um modelo de grande valor, dado às múltiplas possibilidades de integração entre atividades produtivas, a geração de coprodutos, o reaproveitamento de recursos e, principalmente, o uso de recursos naturais – como os biológicos – para viabilizar a produção de alimentos, bioenergia e outros agroprodutos, ao passo em que se reduz o uso de recursos finitos e/ou naturais. Nem precisamos dizer o quanto os bioinsumos contribuem neste processo! O texto Bioeconomia e bioinsumos: a ciência do futuro está aqui! foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.   Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.  Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. 

Agrivalle 07: Junho de 2022

Iniciamos mais uma coluna Agrivalle Markets trazendo a você, amigo produtor, em parceria com a Agrivalle, nossos destaques sobre o desempenho do agronegócio brasileiro e mundial em junho de 2022.Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,47%, ou 0,59 p.p. menor do que a taxa que havia sido registrada em abril (1,06%). Com isto, o indicador acumula alta de 4,78% em 2022, e de 11,73% nos últimos 12 meses. Entre os produtos analisados, que são nove, oito tiveram alta; a única exceção foi o grupo “Habitação”, que registrou queda mensal de 1,7%. Já a maior variação foi registrada com “Vestuário”, que cresceu 2,11%. “Transportes” e “Alimentos e Bebidas” também apresentam alta, apesar de desacelerarem este mês, com 1,34% e 0,48%, respectivamente. Em abril, estes dois grupos haviam registrado 1,91% e 2,06%, respectivamente.Na economia brasileira, a parcial divulgada no último dia 06 de junho de 2022 (por conta da greve dos servidores que ainda persiste, e que tem inviabilizado a publicação do Boletim Focus), o Banco Central divulgou suas estimativas para a economia brasileira, de acordo com as expectativas de mercado, em: IPCA deve ficar em 8,89% em 2022 e 4,39% em 2023; o PIB deve crescer 1,20% ao final deste ano e 0,76% no término de 2023; a taxa Selic foi estimada em 13,25% em 2022 e em 9,75% no próximo ano; e, por fim, o câmbio deve ficar em R$ 5,05 neste ano e próximo.No agro mundial e brasileiro, pelo segundo mês consecutivo, o índice de preços de alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) registrou queda, em maio de 0,6%, fechando em 157,4 pontos (era 158,5 em abril). Ainda assim, o indicador segue 22,8% maior do que o que fora registrado no mesmo mês do ano passado. Entre os produtos que lideraram a redução mensal estão os óleos vegetais e os laticínios. Do outro lado, os preços de cereais cresceram 2,2%, registrando 173,4 pontos, 29,7% a mais do que em maio de 2021. Outro grupo que cresceu foi o das carnes, que ficou em 122 pontos em maio, 0,5% maior que abril e recorde histórico. Já o trigo registrou a quarta alta mensal consecutiva, de 5,6% de abril para maio e 56,2% na comparação com maio do ano passado. Números do campo para junho de 2022 No campo, segundo estimativa de junho de 2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos do ciclo 2021/22 deve totalizar recorde de 271,3 milhões de t, volume 6,2% superior ao obtido na safra passada e 0,4% maior que a previsão do mês anterior (+1,1 milhões de t). Houve reajuste nos volumes da soja entre as últimas duas previsões (+0,4%), agora avaliada em 124,3 milhões de t, o que representa queda de 10,1% frente a 2020/21. O milho também apresentou acréscimo nesta estimativa (+0,6%), com oferta total de 115,2 milhões de t, 32,3% frente ao ciclo anterior. Desse montante, o cereal de primeira safra deve entregar 24,8 milhões de t (+0,3%), a safrinha 88,0 milhões de t (+44,9%) e a terceira safra 2,4 milhões de t (+47,2%). A expectativa também é positiva para as culturas de inverno, que devem aumentar 7,7% em produção frente ao ciclo anterior, atingindo 10,1 milhões de t, com o trigo responsável por 83% desse volume (8,35 milhões de t). Por fim, no algodão os volumes se mantiveram praticamente estáveis, com ligeira queda de 0,2%, mas espera-se uma produção de 2,8 milhões de t de pluma, 19,3% superior ao que foi alcançado em 2021/22.  Já o progresso de safra foi apontado pela Conab nas seguintes condições, até 04 de junho de 2022: a colheita da soja está 99,4% concluída (99,9% há um ano); a colheita do milho verão em 86,7% (85,3% na mesma data de 2021); a colheita do milho safrinha (2ª safra) foi recém iniciada e se encontra com 3,0% (0,8% em 20/21), com destaque para os avanços no Mato Grosso (6,3%), Tocantins (2,0%) e Goiás (2,0%); no algodão, a colheita permanece em estágio prévio e/ou inicial, com apenas 1,0% das áreas totais colhidas (era de 0,6% em 05 de junho de 2021); e, por fim, o plantio de trigo registra pequeno atraso, estando com 38,6% das áreas semeadas (contra 41,5% há um ano). As boas condições das lavouras brasileiras e o ritmo acelerado nas operações têm favorecido a produção, o que explica os movimentos de alta nas estimativas da Conab, como vimos. Novidades sobre a cadeia da laranja Na cadeia da laranja, no final de maio, ocorreu um dos mais importantes eventos a nível global: a divulgação da 1ª Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do parque citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais, maior região produtora de citrus no mundo. O relatório, que é elaborado pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) em parceria com a Markestrat Group, FCAV/UNESP e FEARP/USP, apontou que devem ser colhidas 316,95 milhões de caixas (40,8 kg) em 2022/23, 20,5% maior do que a safra passada. Entre os principais fatores que contribuíram para a previsão de alta estão: (1) as chuvas bem distribuídas no período de outubro do ano passado até maio deste ano (média de 923 mm); (2) as temperaturas mais amenas após o florescimento; e (3) uma maior carga de frutos nas plantas, que está 4,5% superior ao do último ciclo. Mesmo com a projeção de crescimento em 1/5 na colheita de laranja, vale destacar que a estimativa ficou apenas 1% acima da média dos últimos 10 anos. Como os estoques de suco estão baixos e podemos ter adversidades climáticas ainda, o cenário de preços em reais segue bom, compensando a grande alta dos custos de produção.  Números do o relatório de junho de 2022 do USDA No cenário global, o relatório de junho de 2022 do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), acerca da safra de grãos 2022/23 (a que ainda será plantada no Brasil), indica uma produção de milho em 1,186 bilhão de t, 5 milhões a mais do que na

3 sistemas de cultivo – diferenças entre agrofloresta, cultivo orgânico e sistema regenerativo​

Os diversos tipos de sistemas de cultivo possuem grande impacto nos resultados do campo e nos efeitos gerados ao planeta. Por isso, é muito importante estar atento às tendências de produção de alimentos que, atualmente, estão muito ligadas a qualidade, produtividade, rentabilidade e preocupação com o meio-ambiente.  Neste artigo, trazemos as diferenças entre três sistemas de cultivo: agrofloresta, cultivo orgânico e sistema regenerativo​. Entre vários outros, eles se destacam por reunir características bastante coerentes com as tendências que citamos acima. Agrofloresta – lavoura e floresta num só lugar O termo agrofloresta ou sistema agroflorestal (SAF) é um modelo agrícola que consegue associar a produção de cultivos agrícolas com espécies florestais. Dessa forma, os recursos naturais são conservados e, portanto, contribuem diretamente para o cultivo e manejo de diversos produtos, por impulsionar a qualidade do solo. As práticas adotadas vão desde a redução do uso de insumos de origem sintética e industrial até rotação de culturas, plantio direto e adubação verde. Cultivo orgânico – processos biológicos como base Já o cultivo orgânico pode ser definido como um processo produtivo que não utiliza adubação ou defensivos químicos, nem organismos geneticamente modificados, sendo voltado a prática de culturas baseadas em processos biológicos naturais. Essa técnica engloba a adubação natural, compostagem, minhocultura e policultura. Contudo, a produção fica sujeita aos riscos do ambiente como pragas e doenças, efeitos do clima, entre outros. Por conta disso, a produção tende a ser menor e mais demorada, demanda maior mão-de-obra e, consequentemente, os produtos acabam sendo mais caros. Sistema regenerativo – proteção e restauração do ecossistema O sistema regenerativo remete a adoção de práticas que vão além do orgânico e da sustentabilidade. Ele emprega práticas que protegem e restauram o ecossistema, uma vez que busca diminuir o uso de fertilizantes minerais tradicionais e defensivos químicos e se distanciar da prática da monocultura, ao mesmo tempo em que visa aumentar a biodiversidade e a captura de carbono pelo solo. Esse tipo de agricultura coloca em evidência os microorganismos presentes no solo, uma vez que o reestabelecimento e ampliação dessa microbiota ajuda a promover a manutenção do equilíbrio no sistema. Bioinsumos – um pilar entre sistemas de cultivo sustentáveis   A utilização de bioinsumos no geral, pode ser um grande pilar de todas essas práticas, auxiliando no combate a pragas e doenças, aumentando a fertilidade do solo e melhorando a disponibilidade de nutrientes para as plantas com produtos pouco ou até mesmo atóxicos e biodegradáveis. Esses e todos os outros sistemas de cultivo estão inseridos em um contexto de construção de um novo paradigma, que concilia a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas pelo uso humano, trazendo benefícios econômicos para o produtor e ecológicos para o ambiente. É notável e crescente a preocupação da sociedade atual com as condições ambientais do nosso planeta. A adoção de sistemas de cultivo que protegem e revitalizam o ecossistema será colocada em evidência cada vez mais, e tais práticas aliadas ao uso dos bioinsumos possibilitam continuar consolidando o Brasil como referência global em agricultura ambientalmente correta para seguir com a missão de ser o fornecedor mundial sustentável de alimentos, bienergia e outros agroprodutos.   O texto “3 sistemas de cultivo – diferenças entre agrofloresta, cultivo orgânico e sistema regenerativo” foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.   Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.  Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.