Agrivalle, controlled by Tarpon, expands borders
Empresa de biológicos já vende para países como Paraguai e Angola. Pouco mais de um ano após ter seu controle adquirido pela gestora Tarpon, a Agrivalle, que atua no segmento de insumos biológicos, deu os primeiros passos no mercado internacional. Em meio à ampliação de sua estrutura fabril, ao desenvolvimento de novos produtos e ao reforço de suas equipes, a empresa, com sede em Salto (SP), começou a exportar. Foram vendidas para países como o Paraguai soluções com foco em cereais, além de produtos para milho, soja e feijão em Angola, na África. A conquista de espaço no exterior faz parte dos planos de expansão dos negócios traçados até 2025, com a objetivo de ampliar o faturamento para o patamar de R$ 1 bilhão. A agricultura tropical é mais “desafiadora” do que a temperada e a subtropical, afirmam executivos da companhia, e estar nesse ambiente é um fator que pode contribuir para estudos e fornecimento de tecnologias e soluções a outros países. “Temos estudado muito como nos posicionar em outros mercados. Podemos atuar diretamente, com as equipes, ou até mesmo considerar aquisições”, afirma Edsmar Resende, diretor de novos negócios da Agrivalle. Crescimento acelerado O segmento de biológicos vem crescendo a um ritmo acelerado no Brasil – cerca de 30%, em média, nos últimos cinco anos -, embora ainda represente uma fatia de apenas 2,5% do mercado total de defensivos, incluindo os químicos. Além disso, é extremamente fragmentado. Na safra 2019/20 os defensivos biológicos movimentaram mais de R$ 1 bilhão no país, segundo a consultoria Spark. A introdução de espécies exógenas em ambientes é um cuidado importante neste segmento, comenta uma fonte. Por isso, há uma série de regulamentações específicas a seguir nos negócios com outros países. Muitas pragas, no entanto, existem em vários pontos do globo, com diferenças de severidade. Para essas e outras missões, a Agrivalle conta com 15 pesquisadores liderados pelo fitopatologista e nematologista Eduardo Bernardo, diretor de P&D e cofundador da empresa. Até o fim do ano, a ideia é trazer ao menos mais cinco especialistas. O laboratório também vai aumentar, de 300 para quase 1,5 mil metros quadrados A mudança de local deverá ocorrer em novembro. “O foco do trabalho é o universo de microrganismos – ou seja, soluções de proteção às culturas utilizando fungos, leveduras e bactérias, entre outros”, explica Bernardo. Os organismos são coletados na natureza, isolados e transformados em produtos, de modo que não deixem resíduos prejudiciais a animais pessoas. Em um país rico em ecossistemas como o Brasil, a companhia reúne atualmente um banco genético com cerca de 770 microorganismos catalogados, que são a base do desenvolvimento de novas soluções para as lavouras. A atuação é ampla e abraça cereais, café, cana-de-açúcar e hortaliças. Com os estudos ganhando ritmo, o plano na Agrivalle é encaminhar 31 novas soluções (ou defensivos biológicos) para registro no Ministério da Agricultura até o fim do ano, o primeiro passo para a aprovação de um lançamento. O volume de registros em 2021 corrobora o ritmo agressivo da empresa nessa nova fase pós-Tarpon. Apenas o número de novas soluções a encaminhar é quase igual ao total do portfólio da companhia até 2020 – quando somava 52 itens entre defensivos biológicos, biofertilizantes e bioestimulantes. Em outras frentes de negócios, a empresa, criada há 18 anos, está investindo aproximadamente R$ 30 milhões para ampliar em seis vezes sua fábrica de Indaiatuba, no interior paulista, que passará a ter 80 mil metros quadrados. O time comercial dobrou, para 100 pessoas. Embora o foco geográfico no Brasil seja todo o país, desde o ano passado houve um crescimento expressivo sobretudo no Sul e no Nordeste. Por Érica Polo — De São Paulo, 23/08/2021 05h01.
Microorganism genome bank is a promise of new control technologies
Agrivalle em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos – SENAI CETIQT realizou o estudo de duas linhagens de bactérias e, este ano, pretende estudar cerca de mais 15 dentro de um projeto que promete ampliar ainda mais as informações do banco de microrganismos. Agrivalle realizou um estudo em parceria com SENAI CETIQT para o sequenciamento, montagem e anotação de duas linhagens de bactérias. Este é um fragmento de um projeto ainda maior que tem como principal objetivo ampliar o conhecimento genético do banco de culturas da empresa. “Podemos imaginar os microrganismos como um dispositivo que possui código-fonte com uma infinidade de informações e, quando estudadas, faz com que a gente compreenda melhor como ele funciona e quais são características que não conhecíamos, e que podem nos levar à novas rotas de atuação de microrganismos. Através destas informações também conseguimos compreender mecanismos de ação e desenvolver novas tecnologias, bem como outras possibilidades de aplicação biotecnológica de um determinado microrganismo”, explica Iron Amoreli, pesquisador da Agrivalle. O projeto tem grande importância, por seu potencial de geração, visualização e aplicação da informação genética. Uma vez que é possível ter as informações do genoma completo de certa bactéria, constitui-se um banco genômico mais bem consolidado de tal maneira que, quando necessário, o pesquisador pode acessar estas informações para criar e delinear soluções para o campo de forma mais eficiente. Velocidade é a principal palavra que este estudo permitirá. Ao observar uma característica de uma praga ou doença e, já se tendo informação potencial sobre o que poderia controlá-la, basta buscar no banco de culturas o que há de microrganismos estudados que podem apresentar a combinação ideal para a solução e realizar testes mais ágeis na fase de prospecção de ativos. “Ganhamos velocidade e ganhamos vazão. Este tipo de triagem de características do potencial biotecnológico facilita muito quando vamos desenvolver uma nova prova de conceito, produto ou solução, além dos novos insights. Afinal, olhar mais de perto a cadeia completa de DNA de uma bactéria e microrganismo pode ser a chave para a descoberta de características que, sem este estudo, talvez nunca poderíamos saber. Além disso, a informação genômica abre um campo de exploração nas áreas de edição gênica e Biologia Sintética, que são territórios de inovação que a empresa está desenvolvendo”, explica Isabella Kitano, pesquisadora da Agrivalle. A grande importância e relevância da triagem completa de DNA é a informação. Ao todo a Agrivalle já possui o genoma de 6 microrganismos, mas tem planos de expansão, através de parcerias como a realizada com o SENAI CETIQT, para criar uma plataforma e expandir de forma rápida e mais otimizada a informação genômica do banco. E, por isso, a meta é de que nos próximos 1 a 2 anos sejam quadruplicados os números de genomas. Como explicado por Iron, o sequenciamento hoje em dia é muito mais simples de ser feito, seguido de sua montagem, anotação em banco de dados e publicação científica. O que leva mais tempo são as etapas de bioinformática, compreendendo a montagem e anotação. Um perfil completo de uma bactéria pode levar por volta de 6 meses para ser concluído. “E por isso, em nossa nova etapa do projeto, que está em andamento, teremos acima de 15 linhagens em rotas de sequenciamento para serem estudadas nos próximos meses”, finaliza.
Discover four facts you didn’t know about biologicals
Aliados do meio ambiente, quando utilizados contribuem para melhorar qualidade dos solos, da planta, do sistema como um todo e de sua regeneração. A demanda por redução do uso de químicos é crescente e a busca pela sustentabilidade e qualidade dos alimentos é cada vez mais solicitada pelo mercado consumidor. Nesta direção, o crescimento do uso de produtos biológicos como alternativa de controle e manejo sistema solo /planta passa a ter cada vez mais espaço. Diante deste cenário, a Agrivalle, empresa de bioinsumos, traz 5 curiosidades que você talvez ainda não saiba sobre biológicos. Solo: você já parou para pensar que o solo que plantou algo há décadas sofreu inúmeras interações até o presente momento? Que essas interações eram cada vez mais intensas e a reposição do que extraímos era cada vez mais escassa? Com o passar dos anos, a terra acaba entrando em desgaste e desequilíbrio microbiológico e por isso, é muito importante se atentar a regeneração do sistema solo, para que seja devolvida a terra microrganismos benéficos, que ajudem a reequilibrar o meu sistema, contribuindo para uma vertente regenerativa do solo e dessa forma, consiga-se um incremento produtivo; Controle: cada doença ou praga tem suas particularidades e para cada mecanismo de atuação nas plantas e no solo e a Agrivalle, estuda genomas de microrganismos que atuam no controle destes problemas na cultura, entregando soluções que possuam múltiplos mecanismos de atuação, se tornando uma forma mais eficaz de manejo. Combinação: a utilização de biológicos não impede que seja realizado um manejo entre químicos e biológicos. Dessa forma, a combinação e utilização concomitante é totalmente possível. Para que haja o manejo de resistência, os biológicos também são muito interessantes de serem utilizados, de forma que por atuarem em diversos pontos das pragas e doenças, eles podem ajudar se tornando mais um método de controle eficiente, preservando as moléculas químicas, das pragas e doenças adquirirem resistência Água: a utilização de produtos biológicos, podem ajudar que o solo esteja melhor estruturado criando uma biota saudável e oferecendo melhor nutrição para as plantas, dessa forma, os sistemas radiculares conseguem se fixar e desenvolver de forma que possam aproveitar melhor a água e nutrientes disponíveis no solo, em necessidade hídrica excessiva. Além disso, os biológicos também têm em sua composição ferramentas que ajudam a reduzir o estresse.
Crisis in the supply of inputs: time for the producer to plan.
A combinação entre químicos e biológicos pode ser a melhor aposta do produtor para a crise de suprimentos que se anuncia. A Agrivalle, empresa pioneira no segmento de bioinsumos no Brasil, tem acompanhado o avanço da crise de fornecimento de diversos insumos agrícolas, dentre eles os defensivos agrícolas químicos, e por isso traz um importante alerta ao produtor para que o mesmo garanta a produtividade na safra atual e na safrinha que em breve se inicia. A crise energética que afeta a Ásia vem impactando o fornecimento de matérias primas para alguns importantes defensivos químicos hoje utilizados na agricultura brasileira. Tradicionais empresas do setor já posicionaram seus clientes que não entregarão alguns produtos adquiridos no começo do ano para a corrente safra, e outras já sinalizam que podem ter problemas no fornecimento de produtos para a safrinha. Nesse sentido é necessário que o produtor busque alternativas para um melhor manejo da sua plantação para a safra atual e a próxima para não ter impactos em sua produtividade. Por essa razão, para o agricultor que possui todo produto necessário para a safra corrente na sua fazenda, mas não tem para a safrinha, uma alternativa é associar o uso de produtos químicos ao dos produtos biológicos nas duas safras. Dessa forma ele pode garantir um efetivo controle tanto para a safra atual quanto para a safrinha. O uso de produtos biológicos além de serem eficientes no controle de pragas e doenças, também podem contribuir aportando outros elementos à planta que proporcionam maior produtividade. Quando associados a produtos químicos, também reduz a pressão por resistência que esses alvos podem desenvolver com o passar das safras. Outros benefícios resultantes do uso de produtos biológicos é a recuperação de solos degradados, contribuindo com o aumento da disponibilidade de nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Sem dependência de matéria prima importada da China ou de outros países, a Agrivalle tem suas soluções totalmente fabricadas em sua planta industrial localizada no interior de São Paulo. Dessa forma a empresa é uma importante aliada do produtor nesse momento em que ele mais precisa. “Este é um momento que o agricultor precisa adotar uma estratégia inteligente de manejo de sua lavoura. Recomendamos nesse momento de crise a associação do uso de defensivos químicos ao de biológicos. Além de liberar parte dos produtos que seriam usados nesta safra para a safrinha que se aproxima, ele ainda poderá aproveitar todos os benefícios proporcionados por um produto biológico em sua lavoura” orienta Everton Molina Campos – Diretor de Marketing da Agrivalle. Atualmente no portfólio da Agrivalle, existem diversas soluções que podem atender às necessidades de manejo do agricultor rural associado a um produto químico, dentre eles: Shocker (biofungicida único e pioneiro na mistura de fungos e bactérias); Gr-inn e Auin (inseticidas à base de Metarhizium e Beauveria Bassiana). “Um dos destaques da empresa para o manejo químico e biológico é o Twixx-A, produto recentemente lançado pela Agrivalle, é o primeiro biofungicida multissítio com duas bactérias de fácil aplicação e com amplo espectro de controle para doenças foliares”, conta Everton. Como ação, Twixx-A proporciona controle e proteção, para que a planta esteja melhor preparada para o combate de patógenos, possuindo em sua composição, as bactérias (Bacillus amyloliquefaciens e Bacillus amyloliquefaciens), que auxiliam no manejo de resistência de doenças como antracnose, mancha-branca e mancha-alvo. O manejo associando produtos químicos e biológicos não deve ficar apenas para essa safra como enfatiza Everton: “nos últimos anos, a falta ou a grande oscilação de preço de produtos químicos no mercado vem se tornando constante. Alguns anos atrás, a nova legislação ambiental da China culminou no fechamento de muitas fábricas poluidoras pelo governo, impactando no fornecimento de produtos para a agricultura brasileira. Esse ano o problema é a questão de energia! Qual será o próximo? Por essa razão é preciso que o produtor esteja aberto a utilizar novas formas de manejo, de forma a garantir a sanidade de sua lavoura, bem como agregar outros benefícios a todo ecossistema como é o caso dos produtos biológicos” finaliza. ATENÇÃO: Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente; uso agrícola; consulte sempre um agrônomo; informe-se e realize o manejo integrado de pragas; siga as orientações da bula para o descarte correto das embalagens e restos ou sobras de produtos; leia atentamente e siga as instruções contidas no rótulo e na bula ou faça-o a quem não souber ler; e utilize equipamentos de proteção individual. Venda sob receituário agronômico.
What to Watch at Agro in December?
Vamos às reflexões dos fatos e números do agro em novembro e a lista do que acompanhar em dezembro. Na economia brasileira seguimos com deterioração do cenário econômico, considerando os principais indicadores. O relatório Focus do Banco Central do Brasil (Bacen) de 16 de novembro trouxe expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021 em 9,77%, e de 2022 em 4,79%. Já para o PIB (Produto Interno Bruto), espera-se um crescimento de 4,88% neste ano e de 0,93% em 2022. Para taxa Selic, o mercado espera 9,25% e 11,0%, respectivamente, e no câmbio, R$ 5,50 no final de 2021 e no final do próximo ano. Inflação de volta, juros altos, câmbio excessivamente desvalorizado e crescimento econômico bem mais fraco. Segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio), o comércio global de mercadorias está desacelerando neste final de ano. Os cálculos do barômetro (mecanismo que mostra em tempo real a trajetória do comércio mundial) apontam valores de 99,5, contra 110,4 em agosto; lembrando que quando o valor está acima de 100, temos um crescimento acima da tendência esperada. Na conjuntura atual, o índice de componentes eletrônicos está em 99,6; o de transporte em contêineres em 100,3; o de matérias-primas em 100,00; e o de frete aéreo em 106,1 (único que permaneceu de forma relevante acima da tendência). Mas as perspectivas para a economia mundial no ano que vem se mantêm ao redor de 4,7%, o que é um bom número. Foi um mês de piora nos indicadores. No agro mundial e brasileiro, nas estimativas de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para safra global 2021/22, a produção de milho nos EUA foi revista de 381,5 (relatório anterior) para 382,6 milhões de t (+0,3%). A produção na União Europeia também foi acrescida, saindo de 66,3 milhões de t para 67,9 milhões de t (+2,4%). A Argentina de 53,0 para 54,5 milhões de t (+2,8%). Brasil e China tiverem seus números mantidos em 118 e 273 milhões de t, respectivamente. Com isso, a produção global do cereal deve ficar em 1.204,62 milhões de t; 7,6% maior que 2020/21. As estimativas para os estoques globais do milho estão em 304,4 milhões de t, um crescimento de 4,3% em relação ao ciclo passado. Na soja, o relatório de novembro indicou uma produção pouco menor nos EUA: de 121,05 milhões de t do relatório passado, para 120,4 milhões de t na nova previsão (-0,5%). A produção na Argentina também foi reduzida para 49,5 milhões de t (-2,9%); era de 51,0 milhões de t em outubro. No Brasil, a produção foi mantida em 144 milhões de t, alta de 4,3% em relação à 2020/21. Como resultado, a oferta global da oleaginosa deve ser de 384,01 milhões de t em 2021/22, crescimento de 4,8% em relação ao ciclo passado. Já os estoques finais devem ficar em 103,8 milhões de t, também acima da safra passada, em 3,7%. Ou seja, milho e soja vem vindo com bons crescimentos em relação à safra anterior. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção de grãos da safra 2021/22 irá atingir 289,8 milhões de t, um incrível crescimento de 14,8% frente à temporada passada. Se tudo correr bem, teremos 37 milhões de t de grãos a mais. O salto na área produtiva também é impressionante, de 69 milhões de hectares na safra 2020/21 para quase 71,85 milhões nesta (+4,1%). Na cultura da soja, a produção deve totalizar recorde de 142 milhões de t (+3,4%), em uma área cultivada de 40,3 milhões de hectares (+3,5%). Já no milho, a primeira safra está estimada em 28,6 milhões de t (+15,7%), alcançando área cultivada de 4,35 milhões de hectares (+2,5%). No acumulado das três safras do cereal, projeta-se um crescimento de 15,7% no volume colhido, chegando a 116,7 milhões de t. Finalmente no algodão, espera-se uma produção de pluma 12,6% superior, somando 2,65 milhões de t, em consequência do aumento da área de plantio em 9,3%, que ficou em 1,5 milhão de hectares. Expectativas são altas para a consolidação de uma supersafra! Também segundo a Conab, até o final da primeira semana de novembro, 67,3% das áreas de soja no Brasil já haviam sido semeadas; contra 55,1% no mesmo período do ciclo 2020/21. O Mato Grosso, principal produtor da oleaginosa, é o estado com maiores avanços até aqui, com 96,0% do plantio já concluído. No milho verão, o progresso era de 54,4%, pouco acima dos 53,1% registrados na mesma data de 2020/21. O Paraná lidera os avanços, com 98,0% das áreas já plantadas com o cereal. Em outubro, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 8,84 bilhões, valor recorde para o mês (mais uma vez!), crescimento 10,0% em relação ao mesmo mês de 2020. Segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a elevação nas receitas foi resultado de alta de 25,8% nos preços dos produtos, já que que os volumes caíram 12,5% no comparativo mensal. No top 5 dos produtos que mais arrecadaram, temos: na liderança, o complexo soja com US$ 2,47 bilhões (+75,7%), dos quais a soja em grão representou 70% (US$ 1,51 bilhão); na segunda posição estão as carnes, que exportaram US$ 1,51 bilhão (+3,6%), sendo que a carne de frango foi a fonte com maior participação, de 46,2% (a bovina, por sua vez, registrou queda de 31,6%, impacto das restrições nas importações da China); em terceiro, ficaram os produtos florestais, com US$ 1,20 bilhão (+17,3%); na quarta colocação aparece o complexo sucroalcooleiro, com vendas em US$ 910,9 milhões (-30,0%), setor que apresentou redução significativa nos embarques, especialmente pela queda de 28,6% nas vendas do açúcar; e fechando o top 5, em quinto, temos o café, que exportou US$ 606,7 milhões (+18,9%). As importações, por sua vez, somaram US$ 1,4 bilhão em outubro, crescimento de 16,7% em comparação com o mesmo mês de 2020. Como resultado, o agro brasileiro entregou um saldo positivo de US$ 7,44 bilhões (+8,8%). No acumulado de 2021 (janeiro – outubro), as exportações do agro brasileiro
What to Watch at Agro in January?
Vamos às reflexões dos fatos e números do agro em dezembro e a lista do que acompanhar em janeiro. Na economia mundial e brasileira novos casos de Covid-19 e suas variantes voltaram a assombrar a economia global. Na Europa, medidas restritivas em diversas nações vêm sendo adotadas devido a novos picos de casos, evidenciados na Alemanha, França, Holanda e outros países do bloco. A retomada econômica pode ser prejudicada em 2022 a depender dos problemas com esta nova variante. Vale mencionar que os europeus foram mais negligentes quanto a vacinação que em nosso país. Com isso, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou sua estimativa de crescimento global de 5,6% para 4,5% em 2022, e espera em 2023 evolução econômica de apenas 3,2%. Além do mais, precisaremos nos adaptar à inflação em patamares mais elevados, pois esta deve crescer de 3,5% em 2021 para 4,2% globalmente no próximo ano. O Brasil também tem forte impacto inflacionário e o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou mais um aumento de 1,5 ponto percentual na taxa Selic, a qual passa agora a 9,25%. O reajuste tenta controlar a inflação, a qual está projetada em 10,2% para o final deste ano e em 4,7% para 2022. Por sua vez, o crescimento do PIB brasileiro deve fechar o ano em 4,65% e encerrar 2022 em 0,5%, enquanto que para o cambio espera-se R$ 5,59 e R$ 5,55, respectivamente. No agro mundial e brasileiro o índice da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) bateu 134,4 pontos no mês de novembro, o que representa uma alta de 1,2% frente a outubro deste ano e de quase 30% em comparação a novembro de 2020. Os cereais puxaram o índice para cima, pois apresentaram evolução de 3,0% no comparativo mensal; lácteos também colaboraram com evolução de 3,4%, além do açúcar que cresceu seu indicador em 1,4%. Inflação nos alimentos preocupa pois agrava o problema da fome mundialmente. No relatório de dezembro da safra 2022/23, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção global de milho foi revista para cima, em 0,3%, agora estimada em 1.208,7 milhões de t. Apesar da alta, a União Europeia foi o único entre os produtores de relevância que teve alterações; neste mês, a estimativa foi de 70,4 milhões de t (+3,7%), contra 67,9 milhões de t do relatório anterior. As produções de Estados Unidos (382,6 milhões de t), Brasil (118 milhões de t) e Argentina (54,5 milhões de t) foram mantidas em valores iguais ao do último mês. Já os estoques globais foram revistos para cima, de 304,4 (passado) para 305,5 milhões de t (neste), alta de 0,3%. Outro destaque fica para os embarques brasileiros, que devem chegar a 30 milhões de t nesta safra, crescimento de 9,0% em relação ao ciclo passado. Na soja, o USDA estima as mesmas produções do último mês para os 3 principais países: Brasil com 144,0 milhões de t; EUA com 120,4 milhões de t; e Argentina com 49,5 milhões de t. A grande novidade neste relatório está na oferta na China, que foi reduzida de 19 para 16,4 milhões de t (-13,7%). Com isso, a oferta global total da oleaginosa foi revista para 381,8 milhões de t (contra 384 do último mês). Os estoques também deverão ficar em níveis menores, em 1,7%, estimados agora em 102 milhões de t; 1,8 milhão a menos que novembro. Em sua atualização mensal sobre a safra de grãos 2021/22, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção nacional deverá alcançar 291,1 milhões de t, o que representa um incremento de 15,1% frente à temporada anterior. A área cultivada está avaliada em 72 milhões de ha (+ 4,3%), ou seja, um ganho de 3 milhões de ha. Para a cultura da soja, a qual tem sua área projetada em 40,4 milhões de ha (+ 3,7%), é esperada uma produção recorde de 137,3 milhões de t (+ 4,0%) ou de 5,5 milhões de t a mais. No milho a expectativa é de uma produção total de 117,2 milhões de t (+ 34,6%) com boa recuperação de volume frente aos problemas climáticos enfrentados no ciclo anterior; a área de verão está avaliada em 4,5 milhões de ha (+ 3,7%), os quais devem produzir 29,1 milhões de t (+ 17,6%), enquanto que na safrinha espera-se o cultivo de 15,8 milhões de ha (+ 5,7%) e produção de 86,3 milhões de t (+ 42,0%). Alguns especialistas já contestam os dados referentes ao milho verão, em consequência de um cenário adverso de clima seco no Sul do país. Já o algodão também apresentou uma boa recuperação em área cultivada para 2021/22, chegando a 1,5 milhões de ha (+ 9,1%) e produção de pluma de 3,8 milhões de t (+ 10,6%). Super safra brasileira uma vez se consolidando, pode trazer um pouco de alívio ao cenário de oferta e controlar os preços mundiais. Já no âmbito das operações, a Conab indica que até a semana de 4 de dezembro, o plantio da soja estava 95,1% concluído no país, frente à 90,2% no mesmo período do ciclo passado. No milho verão, o progresso é de 77,9%; há um ano, estávamos com 75,4%. Já no algodão, o avanço é ainda mais impressionante, com 16,1% das áreas plantadas contra 4,8% na mesma data de 2020/21. Seguimos em ritmo acelerado, na torcida pela continuidade das chuvas e de olho nas condições das lavouras! As exportações do agronegócio em novembro atingiram um novo recorde para mês, de US$ 8,36 bilhões, crescimento de 6,8% frente a novembro de 2020, segundo dados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Esse montante é resultado de um aumento de preços na ordem de 22,3%, uma vez que para o volume embarcado de produtos houve queda de 12,7%. O complexo soja liderou a pauta de exportação com vendas de US$ 2,09 bilhões (+ 91,7%). O atraso no plantio e colheita no ciclo passado, bem como a produção recorde permitiram maior oferta da oleaginosa neste final de ano.
Conscious management is the proposal for agriculture to go back to the basics

Muitas são as técnicas e tecnologias disponíveis no mercado, mas não podemos deixar de lembrar o que realmente é importante quando falamos de manejo consciente e sustentável O ciclo produtivo é marcado por cuidado, proteção, investimento de tecnologia, planejamento e produtividade. Mas, atrelado a todo esse processo é preciso voltar o olhar ao básico e bem feito. “Muitas vezes dentro de um sistema é muito comum ações casadas, como a utilização de um produto protetivo para pragas e doenças e em conjunto a inclusão de um fertilizante, por exemplo, para nutrição da planta. Mas, será que é disso que aquele cultivo precisa?”, indaga Thiago Sylvestre, Gerente Trade Marketing da Agrivalle. O que Thiago traz com este questionamento do pensamento antes da ação. Olhar primeiro para a sua terra, observar de antemão as plantas e então agir. Incluindo a nutrição que ela precisa, somada a um cuidado de regeneração de solo, ao um melhor desenvolvimento do sistema radicular e atrelado ao cuidado e prevenção de pragas e doenças. Afinal, falar de manejo consciente e sustentável é falar de equilíbrio e principalmente nessa interação solo/planta. “Quando penso em regeneração de solo e sustentabilidade, pra mim está muito ligado a onde, como e quando eu quero chegar em termos de produtividade. E o produtor que tem esse tipo de visão consegue agregar valor ao seu negócio. Pois o Manejo Consciente é sem desperdício e sempre em busca de melhorar o ambiente do sistema produtivo”, afirma Thiago. Outro ponto importante é pensar nas técnicas utilizadas e que enriquecem o sistema, como a rotação de cultura, que, de forma simples, nada mais é que devolver a biota o que foi retirado dela. Como explica Thiago, as plantas crescem, germinam, usam os nutrientes disponíveis dentro das sementes como recurso para poderem brotar e se desenvolver, até o momento que precisam expandir e passar a absorver do solo também seus nutrientes juntamente com a água. Em sistema de troca, ela devolve “ao solo compostos com contêm carbono” e os microorganismos do solo se aproveitam deles como alimento. Quando não há rotação de cultura o que acontece é a falta da biodiversidade em microorganismos na biota. “Quando a planta utiliza muito do solo em sua produtividade e devolve muito pouco, automaticamente ela está piorando ou empobrecendo, não só a fertilidade do solo, mas também, a microbiota que precisa de equilíbrio. Por exemplo, a soja plantada trabalha 24 horas por dia e por esse conjunto de informações, é necessário olhar para outros fatores, que vão muitas vezes além de um calendário pré-estabelecido, para poder tornar o sistema mais sustentável”, orienta. A Agrivalle oferece uma linha completa de para cada um dos seus pilares de produtividade: Ativação, Proteção, potencialização e regeneração e ativação nutrição do solo. Por sua característica, o uso de bioinsumos também colabora com o manejo consciente. Apoiando o produtor que busca alta produtividade, para que ele esteja pronto para olhar para todos os fatores em seus cultivos, e promovendo equilíbrio entre todos eles. Sobre a Agrivalle Agrivalle é uma empresa do segmento de bioinsumos que atua desde 2003 no mercado agrícola. Comprometidos com a agricultura brasileira e com o sucesso dos agricultores, agrega aos seus clientes soluções transformadoras e sustentáveis para uma vida melhor. Na busca constante por inovações que impulsionam a produtividade, sustentabilidade e a regeneração, oferece ao mercado nacional e internacional portfólios robustos de produtos biológicos, fertilizantes especiais, adjuvantes, inoculantes e aditivos para outras finalidades, contribuindo para impulsionar a produtividade de maneira sustentável para as mais variadas situações e demandas do agronegócio. Amanda Pimentel
Agro numbers in January.

Saiba o que acompanhar sobre o agro em fevereiro. Vamos às reflexões dos fatos e números do agro em janeiro e o que acompanhar em fevereiro. Na economia brasileira, com relação às expectativas econômicas para este e o próximo ano, o relatório Focus (Bacen) de 17 de janeiro trouxe expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 em 5,09%, e de 2023 em 3,4% Já para o PIB (Produto Interno Bruto), espera-se um crescimento de 0,29% neste ano e de 1,75% em 2023. Na taxa Selic, o mercado espera 11,75% ao final de 2022 e 8% ao final de 2023. No câmbio devemos ter R$ 5,60 ao final de 2022 e R$ 5,46 ao final de 2023. Alta de casos da variante Ômicron e como afeta o mercado: O início de janeiro ficou marcado pela volta no crescimento dos casos de covid-19 no Brasil, após a ocorrência em diversos países, com destaque para os da Europa. Economistas afirmam que a alta nos casos pode afetar as cadeias de produção global, possibilitando menor crescimento econômico e a possibilidade de aumento da inflação. Precisamos ficar de olho neste aspecto. Ver o tempo de duração desta onda e a gravidade das internações, torcendo para que seja rápida e não tão grave. Índice de preços de alimentos (FAO) No agro mundial e brasileiro, o índice de preços de alimentos da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) acumulou alta de 28,1% no ano de 2021, atingindo 133,7 pontos no final do mês de dezembro. O aumento foi generalizado considerando-se o intervalo de 12 meses: cereais aumentaram 27,2%; óleos bateram alta histórica de 65,8%; o açúcar subiu 29,8% alcançando o maior patamar desde 2016; já carnes e produtos lácteos tiveram os menores crescimentos, 12,7% e 16,9% respectivamente. Somando as variáveis dos preços dos insumos, pandemia global e condições climáticas instáveis, devemos carregar o problema da inflação dos alimentos por mais um ano. Efeito das fortes secas na produção de grãos No boletim de janeiro de 2022, a Companha Nacional de Abastecimento (Conab) indica que a produção de grãos na safra 2021/22 deve ficar em 284,4 milhões de t; volume 2,3% menor que o estimado no relatório anterior ou 6,7 milhões de t a menos – efeito das fortes secas, que vamos comentar na sequência. Ainda assim, a produção total deve ficar 12,5% maior que a registrada no ciclo anterior. Já a área deve crescer 4,5% nesta safra, ficando em torno de 72,1 milhões de ha. Para a cultura da soja, a estimativa é de produção de 140,5 milhões de t (+2,3%) em uma área de 30,4 milhões de ha (+3,8%). No milho, a produção esperada é de 112,9 milhões de t (+29,7%), em uma área de 20,9 milhões de ha (+5,1%). O cereal é outra cultura que tem sido fortemente afetada pelo clima; vale lembrar que no relatório anterior, a estimativa era de 117,2 milhões de t. Por fim, o algodão deve entregar 2,71 milhões de t de pluma (+14,8%) em uma área estimada em 1,53 milhão de ha (+12,5%). Apesar de positivos, grande parte dos números foram revistos para baixo, devido aos eventos com o clima. Mudanças climáticas – principal desafio dos produtores brasileiros O clima é, em mais uma safra, o principal desafio dos produtores brasileiros. De um lado, o alto índice de chuvas em regiões do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), especialmente nos estados de Tocantins e da Bahia, tem prejudicado as lavouras por conta do excesso de umidade. De outro, no Mato Grosso do Sul e em outros estados do Sul do Brasil, a estiagem durou semanas e jogou pra baixo as estimativas de produção – ambos efeitos opostos do fenômeno La Niña. No Paraná, o governo do estado já indica uma produção de grãos 40% menor nesta safra verão por conta das secas; enquanto que no vale do São Francisco, onde o volume de chuvas em dezembro foi equivalente ao esperado para o ano todo, os prejuízos calculados já somam R$ 45 milhões aos produtores de uva e manga. Mais do que nunca, é hora de acompanhar estes eventos e entender como será o comportamento do mercado com as notícias do clima. Conab – Índices algodão e milho Do lado das operações, a Conab aponta que até o dia 8 de janeiro, o plantio de algodão no Brasil alcançava 35,5% da área total, contra 31,4% na mesma data de 2021. Para a cultura do milho, o órgão indica o início da colheita, com progresso em 3,0% da área total, frente a 2,1% na mesma data de 2020/21; destaque para o Rio Grande do Sul que já alcança 13,0% de área colhida. Até o momento, a Conab não aponta números para a colheita da soja, que em muitas regiões segue aguardando uma pausa nas chuvas e a redução na umidade dos grãos para início das operações. Vale lembrar que o atraso na colheita da leguminosa pode comprometer o desempenho da 2ª safra de milho, como vimos no ciclo passado. Índices Nacionais e Internacionais das principais culturas Em âmbito internacional, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relativo à safra global 2021/22 reestimou a produção de milho em 1.206,9 milhões de t; 0,1% menor que o valor do mês anterior, mas 7,5% maior que a oferta da safra passada. A redução neste mês se deu especialmente pela revisão na oferta dos seguintes países: no Brasil, a produção foi de 118,0 (dezembro) para 115,0 milhões de t (-2,5%); na Argentina, de 54,5 para 54 milhões de t (-0,9%); e na União Europeia de 70,4 milhões de t para 69,9 (-0,5%). Na China, a estimativa de produção do cereal foi mantida em 272,5 milhões de t; e nos EUA o dado foi revisto para cima, agora em 383,9 milhões de t (+0,3%). Já os estoques globais do milho foram estimados em 303,0 milhões de t, alta de 3,7% em comparação com o ciclo 2020/21. Na soja, a produção global também foi reajustada para
Biological inputs: a great alternative in the face of instability in the fertilizer market!

Apesar de o agronegócio ter alcançado recorde histórico nas exportações em 2021, movimentando mais de US$ 120 bilhões, os custos de produção nesse período configuraram aumento significativo. O balanço apertado de oferta e demanda global dos insumos agrícolas, taxa de câmbio e aumento dos preços do petróleo e gás natural foram alguns dos entraves de grande impacto nesse cenário. Os principais países produtores de defensivos agrícolas e fertilizantes reduziram a oferta e a dependência do Brasil pela importação desses produtos, e o produtor sentiu as consequências na pele; vale lembrar que o nosso país importa cerca de 70% dos fertilizantes e 60% dos defensivos agrícolas que consume anualmente. Além disso, a continuidade da pandemia da covid-19, com o surgimento de novas variantes em diversos países, intensificou ainda mais essa situação, limitando a distribuição de alguns produtos e afetando de forma direta diversas cadeias de suprimentos. Como resultado, os custos dos insumos chegaram a dobrar em alguns casos; destaque para a categoria de fertilizantes. Em relatório divulgado pelo Rabobank, os preços da Ureia cresceram 150% entre janeiro e outubro do último ano, enquanto que os do Cloreto de Potássio registraram alta de 206%! Esses números refletem uma piora na relação de troca entre insumos e produtos agrícolas, considerando que quanto maior o índice, menor é o poder de compra do produtor brasileiro – e maior terão que ser os preços pagos pela produção, para poder compensar o investimento. A alta demanda por insumos em virtude da expansão de área plantada; problemas logísticos pela falta de embarcações e contêineres; e fatores geopolíticos também foram empecilhos que contribuíram para tal condição. Outra situação delicada é a atual conjuntura entre Ucrânia e Rússia, uma vez que o conflito entre os dois países pode aumentar os preços de energia – destaque para o petróleo – e prejudicar a produção de fertilizantes. Diante dessa instabilidade no mercado de insumos, uma boa estratégia a ser utilizada por você produtor, para equilibrar os custos e ajustar o fluxo de caixa, é a diversificação no manejo. Os insumos biológicos entram nesse contexto, por serem feitos a partir de microrganismos, materiais vegetais, naturais e utilizados nos sistemas de cultivo agrícola para combater pragas e doenças, além de melhorar a fertilidade do solo e a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Esses produtos são caracterizados por otimizar o desenvolvimento, crescimento e o mecanismo de resposta de animais, plantas e microrganismos. Os bioinsumos são complementares ao manejo convencional e possuem um grande diferencial de reduzir a exposição do trabalhador e consumidor a compostos químicos. Se baseia em um método de controle racional e sadio, por fazer uso de inimigos naturais que não deixam resíduos em alimentos; e também preservam o ecossistema, proporcionando o desenvolvimento de sistemas de produção cada vez mais sustentáveis. A tecnologia de alto padrão empregada pelos bioinsumos é importante aliada nos sistemas de produção com o nosso clima tropical, pois os microrganismos são capazes de otimizar o aproveitamento dos fertilizantes. Dessa forma, auxiliam o produtor a obter alta produtividade e rentabilidade, extraindo ao máximo o potencial dos insumos ao mesmo tempo em que favorece a margem de lucro dos produtores. Considerando o contexto atual de problemas com a disponibilidade e os altos preços de insumos tradicionais; da crise energética global; do aumento nos custos de produção dos alimentos; e do forte apelo por práticas mais sustentáveis – os insumos biológicos podem ser seu grande aliado, produtor! Acompanhe nossas publicações e conheça mais sobre este assunto. Sou um torcedor deste mercado, porque sei que ele tem muito a somar para o desenvolvimento sustentável do agro brasileiro! Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group e graduanda em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP em Piracicaba – SP.
The role of no-tillage in the bioavailability of nutrients in the soil.

Técnicas de conservação do solo tem ganhado cada vez mais importância para garantir a sustentabilidade dos sistemas de produção. Dentre essas práticas, o sistema de plantio direto destaca-se pelos seus benefícios que vão além da melhoria do solo, mas também com o aumento do rendimento das culturas e, consequentemente, a melhor competitividade da produção agropecuária. O plantio direto possui três importantes pilares: a ausência ou mínimo revolvimento do solo (1); cobertura do solo com palhada (2); e a rotação de culturas (3). Essa prática ganhou notoriedade a partir dos anos 90 entre os agricultores brasileiros por seus efeitos benéficos sobre os atributos físicos, químicos e biológicos do solo, e atualmente possui diversos sistemas adaptados às mais diferentes regiões e níveis tecnológicos. Esse sistema é capaz de reduzir a erosão e o potencial de contaminação do meio-ambiente, além de proporcionar maior garantia de renda por ampliar a estabilidade da produção em relação a métodos convencionais de manejo. Além disso, proporciona também melhor retenção de umidade no solo, economia de combustível e mão de obra, aumento da atividade microbiana do solo, possibilita maior amplitude de semeadura na época certa, manutenção da temperatura do solo em uma faixa ideal para as plantas e melhor germinação de sementes e emergência das plantas. Em relação a fertilidade do solo, o sistema permite a manutenção e aumento do teor de matéria orgânica, que desempenha papel fundamental na estrutura e estabilidade do solo, retenção de água, biodiversidade e como fonte de nutrientes para as plantas. Por conta disso, a palhada mantida no plantio direto evita a separação dos agregados do solo e seu arraste pelas chuvas, o que consequentemente vai permitir melhor armazenamento de nutrientes, fertilizantes e corretivos adicionados ao sistema para cultivos subsequentes. A prática também é possível aprimorar o manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas, por meio do efeito positivo sobre a diminuição das plantas daninhas e a quebra do ciclo de insetos e doenças pela rotação de culturas. Além disso, também contribui no aumento de exsudatos liberados pelas raízes e na diversidade de estirpes de fixação biológica de nitrogênio, causando um impacto positivo na diversidade de espécies de fungos micorrízicos, com aumento do volume do solo explorado. Ainda, a palhada contribui com processos aleloquímicos que podem favorecer os ciclos biológicos do solo. A alelopatia caracteriza-se pela produção e liberação de compostos químicos no meio ambiente, no processo de decomposição dos resíduos vegetais. Esses efeitos podem aumentar a eficiência do controle de plantas daninhas por exemplo, e diminuir o número de aplicações de herbicidas. Segundo a Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto (FEBRAPDP), o Brasil já possui mais de 36 milhões de hectares cultivados com este sistema; estes dados do levantamento mais recente, de 2020. No entanto, segundo a organização, o nosso país deve alcançar 75% de todas as áreas cultivadas sob o sistema, até 2030. Esta é uma meta muito interessante, e que reforça nosso potencial de desenvolvimento sustentável. Os benefícios são muitos, não é mesmo, produtor? Se por um lado, a adoção do sistema de plantio direto contribui para proteção do solo, dos recursos e do meio-ambiente; por outro, todas as suas vantagens proporcionam maior produtividade e rentabilidade à sua lavoura! É por isso que seguimos incentivando e provendo práticas como o plantio direto! Conheça mais sobre essa importante ferramenta! Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group e graduanda em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP em Piracicaba – SP.