Créditos de carbono – uma nova oportunidade de renda

Depois de algum tempo de timidez entre as manchetes, os créditos de carbono estão retomando o protagonismo. Sem dúvidas, as discussões da COP 27 têm parte nisso, mas, no caso do Brasil, devemos também considerar o recente anúncio do Banco Central sobre regras para o registro de ativos sustentáveis, inclusive créditos de carbono.

O tema é de extremo interesse para o agronegócio, afinal, pode significar mais uma fonte de renda para produtores. Além disso, a longo prazo, os benefícios ambientais decorrentes do sucesso desse novo mercado vão beneficiar o planeta como um todo – e a agricultura em especial. Mas, como qualquer novidade promissora, pede atenção e consciência, o que começa no entendimento a respeito do que exatamente significa tudo isso.

O que são créditos de carbono

Quando falamos em créditos de carbono, nos referimos a um meio de compensar nossas emissões de gases de efeito estufa. Assim, se uma empresa (ou pessoa) emite muito desses gases, compra créditos de quem sequestra um excedente.

O sequestro é o que ocorre nas iniciativas que, em vez de liberar, retêm gases do efeito estufa na terra. É o que acontece, por exemplo, quando o manejo de uma área de cultivo é feito com bioinsumos, ou quando uma casa produz mais energia solar que o gasto energético dos moradores. Os créditos de carbono, dessa forma, são um mecanismo de mercado que traz oportunidades para quem pratica algum tipo de produção sustentável

Talvez você se pergunte o porquê de tudo isso, afinal, desde que o Acordo de Paris estipulou metas ambientais, o mundo vem falhando em cumpri-las. De fato, essa é uma verdade que, cada vez mais, assombra o planeta, principalmente quem depende de atividades relacionadas às dinâmicas da natureza. Este é o caso do agronegócio, visto que a agricultura será muito prejudicada por mudanças no regime climático, portanto, é hora de focar e recuperar o tempo perdido.

 

CO2 Neutral

Um duo de ganhos

Entre todas as atividades econômicas em curso no Brasil, a agricultura é uma das que podem tirar melhor benefício do mercado de carbono, já que, além da oportunidade de ganhos com o sistema de compensação, as práticas sustentáveis que dão credencial para negociar créditos têm se mostrado grandes aliadas da capacidade produtiva no campo.

Tal oportunidade, no entanto, foi reconhecida apenas por uma porcentagem mínima dos agricultores brasileiros. A falta de conhecimento deve ser uma das razões para isso, e a Agirvalle pretende cooperar

 com este ponto. Entendemos, ainda, que uma novidade assim pode gerar certa insegurança, por isso estamos trabalhando para sanar esta questão também. Queremos dar a mão a nossos clientes e apoiar todos que quiserem abraçar as oportunidades que os créditos de carbono oferecem.

A agricultura no contexto das emissões

O Brasil está entre os líderes mundiais na emissão de gases do efeito estufa. Nos últimos dois anos, o desmatamento foi o maior responsável, mas a agropecuária tem parte importante nesse ranking indesejável. 

Segundo um levantamento do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG) divulgado em 2022, a agropecuária teve uma alta de 3,8% nas emissões de 2021, ocupando o 2o lugar entre os emissores brasileiros e respondendo por 25% da cifra nacional. O SEEG atribui o pódio, principalmente, à pecuária. A participação da agricultura, porém, não passa despercebida, especialmente quando são observadas as emissões decorrentes do uso de fertilizantes sintéticos.

Considerando apenas os três pontos colocados acima – desmatamento, emissões da pecuária e uso de fertilizantes sintéticos –, a atividade agrícola já tem soluções para reduzir emissões e gerar créditos de carbono.

desmatamento – a mudança no uso da terra é uma alavanca forte nas emissões de gases do efeito estufa. Entre 2020 e 2021, segundo o SEEG, a alta chegou a 18,5%, respondendo por 49% das emissões do Brasil. A adoção de sistema agroflorestal (ou, simplesmente, agrofloresta) seria um ganho nos esforços para reduzir estas altíssimas emissões e, de quebra, melhorar a qualidade do solo.

emissões da pecuária – o estrume do pasto libera óxido nitroso (produto do nitrogênio), emissão que entra na conta da agricultura. Várias práticas agrícolas sustentáveis podem reduzir este problema, como rotação de culturas e gestão do nitrogênio. A ideia é reter o nitrogênio no solo.

uso de fertilizantes sintéticos – a simples produção destes produtos, por si só, gera emissões; depois, na aplicação na lavoura, eles provocam uma reação no solo, que pode liberar, entre outros elementos, amônia e nitrogênio, que vão acabar se convertendo em gases de efeito estufa. Além disso, é comum que este tipo de insumo perca nitrogênio para o ar e para a água, que passam a ser novos canais nas emissões resultantes dos fertilizantes sintéticos. Para sanar a questão, os bioinsumos são os melhores substitutos, mesmo que tal substituição não seja possível em 100% dos casos. 

O apoio da Agrivalle

Sem dúvida, os créditos de carbono são uma oportunidade para vários negócios, mas quantos deles têm tantas soluções testadas e comprovadamente lucrativas? É por isso que este novo mercado é tão interessante para o agro. 

Só que, assim como entre semeadura e colheita, o tempo é um protagonista, a geração de ativos sustentáveis não se dá de uma hora para outra. A fim de apoiar o produtor e orientá-lo em cada etapa do processo, a Agrivalle criou um programa de três anos. Focado num grupo de bioinsumos – Profix, Shocker, Raizer, Twixx-A, Algon, Auin CE, Gr-inn e Implanta – vai alavancar o potencial de venda de créditos de carbono das áreas de cultivo atendidas. 

Para garantir que as negociações sejam feitas com segurança e dentro dos parâmetros legais, fechamos uma parceria com a My Carbon, empresa focada no desenvolvimento e na comercialização de créditos de carbono. Assim, o produtor pode se manter concentrado nos cuidados com a plantação, confiando nos especialistas para lidar com tecnicidades de sua nova fonte de renda. Converse com nossa equipe, e vamos te orientar no passo-a-passo deste novo mercado.

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