Como os nematoides afetam a produtividade

Os nematóides podem trazer diversos riscos as culturas, afetando diretamente na produtividade da lavoura. Os vermes que atacam as plantas são denominados fitonematoides. Eles estão presentes no solo e na água e se alimentam das substâncias nutritivas da planta, mas o problema é que, ao se alimentar, eles liberam toxinas no interior das células vegetais, causando problemas severos à cultura. Por conta disso é importante se ter o manejo correto dos fitonematoides.

Sintomas causados pelos principais nematóides

Meloidogyne spp. 

Um dos principais sintomas causado por esse fitonematoide é a galha. Esse tipo de sintoma, normalmente, pode apresentar diferentes tamanhos e quantidade, sendo muito comparado a tumores. Isso acontece pois são alterações celulares que ocorrem durante o processo de alimentação do Meloidogyne, no interior das galhas, então, encontramos as fêmeas, que depositam seus ovos e logo após a eclosão os jovens vão atrás de novos hospedeiros. 
Entendendo isso podemos dizer que isso irá acarretar a murcha, desfolha, plantas com porte menor e, consequentemente, a diminuição da produtividade. Normalmente, esses sintomas são confundidos com estresse hídrico, abiótico ou até mesmo nutricional, então, deve-se ter em mente que os sintomas irão aparecer em reboleira, nunca seguindo um padrão geral.

Heterodera glycines

Também conhecido como Nematóide, do cisto da soja, visto que ele tem a soja como sua hospedeira principal, e a sua doença é conhecida como nanismo amarelo da soja. Isso ocorre, pois, ao penetrar nas raízes esse endoparasita interrompe a absorção de água e nutrientes, fazendo com que a planta tenha seu porte reduzido e amarelecimento das folhas. 

Rotylenchulus reniformis

Esse nematóide se diferencia um pouco dos citados acima, quando ele invade a planta pelas raízes ele diminui a formação de radicelas, que são as raízes menores, o que faz com que a planta diminua sua absorção de água e nutrientes, visto que quanto maior radicelas maior a absorção radicular da planta.
Esse nematóide tem a soja e o algodão como seus hospedeiros principais e pode parasitar outras culturas tais como: bananeira, abacaxizeiro, coentro, gravioleira.

Pratylenchus brachyurus

O último e não menos importante, é mais conhecido como nematoide das lesões radiculares, assim como os outros é um dos que vêm causando muitos problemas na cultura soja, mas também para outros hospedeiros com grande valor econômico, sendo elas: cana-de-açúcar, arroz, milho, sorgo, algodão, eucalipto etc. Esse fitonematoide tem causado perdas significativas na soja, ele faz a parasitação por meio da raiz e, assim, quando o mesmo se movimenta e faz a liberação de certas toxinas abre feridas que são porta de entrada para outros patógenos, deixando assim a planta doente.   
Os nematóides, assim como alguns seres vivos, tem seu modo de locomoção limitado, ou seja, depende de vetores para a sua dispersão, tais como: ventos fortes, água utilizada para irrigação da lavoura, máquinas e implementos agrícolas, pessoas/animais e mudas infectadas, que foram produzidas em um substrato já com a presença do nematoide. Por isso é sempre necessário a prevenção desses agentes indesejáveis, para isso temos algumas soluções que devem ser tomadas a partir do grau de infestação e do tipo de nematóide, para isso é sempre bom ter a consultoria de um Engenheiro Agrônomo. As soluções que devem ser tomadas são:

  • esterilização das ferramentas e maquinários agrícolas;
  • adquirir mudas e sementes saudáveis, livre de infecção e também cultivares resistentes; 
  • rotação de cultura, visando sempre culturas que não sejam hospedeira do nematóide, para assim diminuir a população por falta de alimento;
  • plantas antagonistas, que tem como intuito impedir o desenvolvimento de algumas espécies, sendo dividida em duas classes: 
    • plantas Armadilhas: impede o desenvolvimento dos nematóides quando ele penetram na planta;
    • hospedeiras Desfavoráveis: Ao invadir o sistema radicular alguns nematóides não fazem o desenvolvimento completo.
  • manutenção nos níveis de potássio, pH equilibrado e eliminação de camadas compactadas do solo;
  • controle biológico, utilizando predadores naturais (Vírus, ácaros, fungos, nematóides predadores e bactérias).

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