The soy producer finds new ways

O produtor de soja encontra novos caminhos

Um dos assuntos que vêm ganhando destaque no meio agro é a utilização de bioinsumos para o aumento da qualidade da cultura da soja. Estes bioinsumos ou insumos biológicos são produtos ou processos agroindustriais desenvolvidos a partir de enzimas, extratos (de plantas ou de microrganismos), microrganismos, macrorganismos (invertebrados), metabólitos secundários e feromônios, destinados ao controle biológico.  Esses insumos são também ativos voltados à nutrição, promoção de crescimento de plantas,  mitigação aos fatores de estresse biótico e abiótico e os substitutivos de antibióticos.  Exemplos de bioinsumos para lavouras de soja Podemos destacar como exemplos de bioinsumos: agentes biológicos de controle: organismos vivos que promovem o controle das pragas de maneira natural na função de predadores e inimigos naturais; bioestimulantes: produtos feitos a partir de substâncias naturais que podem ser aplicados nas sementes, no solo ou nas plantas para melhorar o desempenho, a germinação, o desenvolvimento das raízes e demais processos fisiológicos das plantas; biofertilizantes: produto composto por componentes ativos ou substâncias orgânicas animais, vegetais ou microbióticas, que atuam aumentando a produtividade e a qualidade das plantas; condicionadores biológicos de ambientes: substâncias que melhoram a atividade microbiológica dos ambientes de produção; inoculantes biológicos: uso de microrganismos com foco na intensificação do processo natural de fixação biológica de nitrogênio e outras características benéficas para o desenvolvimento das plantas. Em comparação com os produtos convencionais e não biológicos, os bioinsumos oferecem vantagens que vão além de seus efeitos diretos. Em longo prazo, a substituição tende a favorecer o agro do futuro, viabilizando a sustentabilidade na sojicultura brasileira e na preservação da natureza e do meio ambiente, por meio da redução de impactos ambientais.  Além disso, os biológicos ajudam a aumentar a produtividade mantendo a segurança alimentar, o que agrega valor ao produto final. A redução de custos com aplicações intensivas de defensivos e fertilizantes também reflete diretamente na rentabilidade e na margem de lucro da lavoura de soja. Alternativa para o cultivo da soja Outro ponto de destaque também é quanto à crise dos insumos agrícolas, que vem gerando grande receio no agronegócio brasileiro. As altas substanciais registradas nos preços desde o início da pandemia de Covid-19 e a possibilidade de falta de produtos da cadeia de insumos, fertilizantes e defensivos têm deixado os produtores em alerta e estimulado a demanda por alternativas.  Diante do desafio, especialistas ressaltam que é importante o produtor de soja adotar soluções disponíveis para mitigar a falta de insumos para a agricultura nas próximas safras de forma sustentável. Além dos investimentos na qualidade do solo como meio de aumentar a produtividade, o mercado de  insumos biológicos pode ser uma boa alternativa, já que potencializa o manejo tradicional. O diretor de pesquisa da empresa especialista em estudo de mercado global em saúde animal e agricultura Kynetec, Millôr Mondini, explica que a possibilidade de faltar insumos para a próxima safra de soja é grave, uma vez que o Brasil tem alta dependência dos produtos importados. Além da falta, o custo, com a oferta restrita, está alto e impacta a produção nacional. “O custo de produção brasileiro depende dos insumos agrícolas. Para se ter ideia, os custos com defensivos respondem por cerca de um terço do total, fertilizantes e corretivos quase 30%, sementes e tratamento de sementes, 11%. Ou seja, em torno de 60% do custo de produção depende de insumos agrícolas”. Chance de independência para a lavoura de soja Mondini ainda completa que, a alta dependência é uma preocupação, pois a crise energética enfrentada na China e na Rússia, grandes produtores de insumos, tem impactado a produção. Além disso, os países têm limitado os embarques, priorizando o abastecimento interno, gerando a possibilidade de faltar insumos para a próxima safra. Outro desafio enfrentado é o frete marítimo, que registra falta de contêineres e preços dez vezes mais caros. “Diante deste cenário, é importante que o produtor busque por produtos alternativos para compor a cesta de ferramentas para o manejo. O produtor está mais aberto ao uso de novas ferramentas, sejam insumos ou outras formas para nutrir as culturas”, destaca. Contudo, apesar do aumento significativo dos custos de produção, o produtor precisa analisar a viabilidade de investir mais para que possa explorar o máximo do potencial dos insumos e das plantas, pois além de reduzir a necessidade de grandes volumes de fertilizantes, através dos bioinsumos, estes também podem contribuir para o melhor desenvolvimento da soja e demais culturas visto todos os benefícios que trazem.

How nematodes affect productivity

Os nematóides podem trazer diversos riscos as culturas, afetando diretamente na produtividade da lavoura. Os vermes que atacam as plantas são denominados fitonematoides. Eles estão presentes no solo e na água e se alimentam das substâncias nutritivas da planta, mas o problema é que, ao se alimentar, eles liberam toxinas no interior das células vegetais, causando problemas severos à cultura. Por conta disso é importante se ter o manejo correto dos fitonematoides. Sintomas causados pelos principais nematóides Meloidogyne spp.  Um dos principais sintomas causado por esse fitonematoide é a galha. Esse tipo de sintoma, normalmente, pode apresentar diferentes tamanhos e quantidade, sendo muito comparado a tumores. Isso acontece pois são alterações celulares que ocorrem durante o processo de alimentação do Meloidogyne, no interior das galhas, então, encontramos as fêmeas, que depositam seus ovos e logo após a eclosão os jovens vão atrás de novos hospedeiros.  Entendendo isso podemos dizer que isso irá acarretar a murcha, desfolha, plantas com porte menor e, consequentemente, a diminuição da produtividade. Normalmente, esses sintomas são confundidos com estresse hídrico, abiótico ou até mesmo nutricional, então, deve-se ter em mente que os sintomas irão aparecer em reboleira, nunca seguindo um padrão geral. Heterodera glycines Também conhecido como Nematóide, do cisto da soja, visto que ele tem a soja como sua hospedeira principal, e a sua doença é conhecida como nanismo amarelo da soja. Isso ocorre, pois, ao penetrar nas raízes esse endoparasita interrompe a absorção de água e nutrientes, fazendo com que a planta tenha seu porte reduzido e amarelecimento das folhas.  Rotylenchulus reniformis Esse nematóide se diferencia um pouco dos citados acima, quando ele invade a planta pelas raízes ele diminui a formação de radicelas, que são as raízes menores, o que faz com que a planta diminua sua absorção de água e nutrientes, visto que quanto maior radicelas maior a absorção radicular da planta. Esse nematóide tem a soja e o algodão como seus hospedeiros principais e pode parasitar outras culturas tais como: bananeira, abacaxizeiro, coentro, gravioleira. Pratylenchus brachyurus O último e não menos importante, é mais conhecido como nematoide das lesões radiculares, assim como os outros é um dos que vêm causando muitos problemas na cultura soja, mas também para outros hospedeiros com grande valor econômico, sendo elas: cana-de-açúcar, arroz, milho, sorgo, algodão, eucalipto etc. Esse fitonematoide tem causado perdas significativas na soja, ele faz a parasitação por meio da raiz e, assim, quando o mesmo se movimenta e faz a liberação de certas toxinas abre feridas que são porta de entrada para outros patógenos, deixando assim a planta doente.    Os nematóides, assim como alguns seres vivos, tem seu modo de locomoção limitado, ou seja, depende de vetores para a sua dispersão, tais como: ventos fortes, água utilizada para irrigação da lavoura, máquinas e implementos agrícolas, pessoas/animais e mudas infectadas, que foram produzidas em um substrato já com a presença do nematoide. Por isso é sempre necessário a prevenção desses agentes indesejáveis, para isso temos algumas soluções que devem ser tomadas a partir do grau de infestação e do tipo de nematóide, para isso é sempre bom ter a consultoria de um Engenheiro Agrônomo. As soluções que devem ser tomadas são: esterilização das ferramentas e maquinários agrícolas; adquirir mudas e sementes saudáveis, livre de infecção e também cultivares resistentes;  rotação de cultura, visando sempre culturas que não sejam hospedeira do nematóide, para assim diminuir a população por falta de alimento; plantas antagonistas, que tem como intuito impedir o desenvolvimento de algumas espécies, sendo dividida em duas classes:  plantas Armadilhas: impede o desenvolvimento dos nematóides quando ele penetram na planta; hospedeiras Desfavoráveis: Ao invadir o sistema radicular alguns nematóides não fazem o desenvolvimento completo. manutenção nos níveis de potássio, pH equilibrado e eliminação de camadas compactadas do solo; controle biológico, utilizando predadores naturais (Vírus, ácaros, fungos, nematóides predadores e bactérias).

Why work with bioinputs?

trabalhar com bioinsumos

Trabalhar com bioinsumos é a opção de um número crescente de agricultores. Mas o que estaria impulsionando o interesse por esse tipo de produto? Afinal, eles já estão em uso há muito tempo – com efeito, compõem a gênese da atividade de cultivo da terra. Portanto, por que a alavancagem nesse momento? Decerto, a intensificação dos investimentos em pesquisas na área tem uma forte relação com isso. Realmente, é inegável que nosso conhecimento sobre os insumos biológicos se ampliou bastante nos últimos anos. Lições para trabalhar com bioinsumos Antes de tudo, bioinsumos, como o nome diz, são insumos produzidos a partir de matéria orgânica, eventualmente, viva. Sendo compostos por microrganismos, materiais vegetais, orgânicos ou naturais, eles acabam agindo de maneira mais harmônica com a plantação. De fato, sua ação não é diferente das dinâmicas que já existem na natureza – aliás, aí está o ponto de partida do desenvolvimento desse tipo de produto. Para criá-los, os pesquisadores consideram as relações ecológicas presentes no ecossistema. Em outras palavras, observam como os elementos em questão se comportam em dadas circunstâncias e, dessa forma, chegam a soluções sustentáveis para lidar com desafios comuns na agricultura. Programa Nacional de Bioinsumos. As vantagens de tal opção vão além do interesse em soluções sustentáveis, sendo apoiada por melhora na produtividade e na satisfação do cliente final.  O que os números dizem sobre trabalhar com bioinsumos Seja a partir da constatação prática ou de resultados de pesquisas, o fato é que os dados indicam que trabalhar com bioinsumos é altamente promissor. Não à toa, uma pesquisa da Embrapa aponta que cerca de 95% dos agricultores acreditam no crescimento do mercado de produtos biológicos, tal confiança é creditada, principalmente, a sua contribuição para a sustentabilidade, produtividade e economia. Outras fontes revelam que, na safra 2020/2021, o mercado de bioinsumos registrou uma alta de 46% em relação ao volume comercializado na safra anterior.  Andando um pouco mais para trás, a Spark Inteligência Estratégica constatou que, entre as safras 2018/2019 e 2020/2021, o mercado de insumos biológicos cresceu 40% ao ano. Sem dúvida, são números surpreendentes, contudo, estão longe de sintetizar os motivos para o crescente interesse dos agricultores por trabalhar com bioinsumos. Benefícios de trabalhar com bioinsumos Geralmente, quando um produto recebe uma adesão tão consistente, a justificativa não se resume a números. Ao contrário, eles nada mais são que consequência de um mix de necessidades de mercado atendidas.  Para quem já começou a trabalhar com bioinsumos há algum tempo, é possível identificar vantagens particulares, já que, quando optamos por esse tipo de produto, podemos criar composições praticamente customizadas para fins específicos. Mas, mesmo quando olhamos para os biológicos de forma ampla, podemos identificar uma série de vantagens que atendem agricultores de maneira geral, e elas vão de segurança a questões econômicas. Custo As vantagens econômicas de trabalhar como bioinsumos se desenham a partir de vários elementos da composição de custos de uma lavoura:  menor custo de produção: a vantagem financeira dos bioinsumos aparecem antes mesmo do produto chegar às prateleiras, pois seu desenvolvimento é muito mais barato que o de um químico, o que se reflete no preço final. redução dos custos em moedas internacionais: muitos dos fertilizantes e defensivos químicos usados no Brasil são importados, ou seja, variam de acordo com o câmbio, principalmente, do dólar. No caso dos insumos biológicos, em contrapartida, temos excelentes opções com produção nacional. Assim, mesmo sem abrir mão dos químicos, o produtor consegue reduzir significativamente o consumo de insumos importados em um programa de aplicação associada. ganhos com ação indireta: às vezes, ao trabalhar com bioinsumos para sanar um problema identifica-se um reflexo positivo em outro. Um produto para biocontrole de um patógeno, por exemplo, pode melhorar a nutrição da planta. Só para ilustrar de maneira mais específica, veja o que acontece no uso de inoculantes, um bioinsumo que usa bactérias para ajudar na fixação de nitrogênio.  Acontece que a muitas dessas bactérias têm a capacidade de produzir hormônios de crescimento das plantas, substâncias que acabam por estimular o aumento da densidade de pelos radiculares, da taxa de aparecimento de raízes secundárias e da superfície radicular,  melhorando, assim, a absorção de nutrientes e de água. Diante dessa reação em cadeia, a planta é beneficiada com maior capacidade produtiva, além de mais resistência a desafios ambientais. Segurança e saúde Por serem produzidos com microrganismos, materiais vegetais, orgânicos ou naturais, os insumos biológicos são biodegradáveis. Isso se traduz numa significativa queda nos riscos da atividade agrícola.  Além da questão do meio ambiente, trabalhar com bioinsumos traz avanços para a segurança do agricultor e do consumidor. Afinal, trata-se de um tipo de produto com baixíssima toxicidade, cujos resíduos não trazem prejuízos ao solo, aos alimentos ou à saúde de quem os consome. Equilíbrio ambiental Trabalhar com bioinsumos, com certeza, é uma forma de contribuir com o meio ambiente, afinal os impactos são muito menores quando aplicamos produtos naturais à terra. Nesse caso, ainda temos a vantagem de produtos em que parte considerável do desenvolvimento leva em conta a relação que os elementos envolvidos têm entre si e com o ecossistema.  Desse modo, eles usam as dinâmicas da natureza de maneira estratégica a fim de preservá-la, fazendo com que, por exemplo, o carbono gerado na produção agrícola não se perca, indo para a atmosfera. Da mesma forma, vários dos resíduos gerados na produção acabam sendo consumidos pelos microrganismos presentes no agroecossistema.  A redução no consumo de água é outra consequência que observamos ao trabalhar com bioinsumos. Como eles contribuem com a estruturação do solo, melhorando a saúde da biota e a nutrição das plantas, as raízes se fixam e se desenvolvem de um modo que contribui com o aproveitamento tanto da água como dos nutrientes da terra. De novo, um efeito em cadeia, dessa vez, refletindo na redução da necessidade hídrica. Manejo integrado Trabalhar com bioinsumos não implica em abandonar os insumos químicos para sempre. De fato, ainda há situações onde soluções biológicas não são as mais adequadas. Assim sendo, a utilização de biológicos

Agrivalle 05: April 2022

Em mais um mês, vamos ao nosso resumo mensal dos principais fatos que marcaram a economia e o agronegócio, além dos principais pontos de atenção e no que devemos ficar de olho no próximo mês. O primeiro aspecto a destacar em abril de 2022 é a volta do lockdown na China, que começa a criar problemas ao fluxo de importações do país, que caiu 0,1% em março frente ao mesmo mês de 2021. A expectativa era de um aumento de 8,4%, mas a nova onda da covid-19 tem limitado as atividades industriais e comerciais e operações nos portos. No cenário econômico nacional, seguimos com o problema da inflação em abril de 2022. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,62% em março, maior alta para o mês dos últimos 28 anos, movido principalmente pelos aumentos nos preços dos combustíveis (+6,70%) e alimentos (+2,42%). No acumulado dos últimos doze meses o índice é de 11,30%, bem acima da previsão do mercado e do governo. O índice de preços de alimentos da FAO (Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) divulgado no início de abril de 2022 alcançou 159,29 pontos em março, nova alta expressiva, agora de 12,6% em comparação com fevereiro e de 33,6% em relação a março de 2021. O valor é o maior desde o início do acompanhamento, em 1990, e foi puxado especialmente pela alta nos preços de óleos vegetais e de cereais.  Safra brasileira Atualizações nos números da safra brasileira de grãos 2021/22, divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em abril de 2022, mostram que o volume total de grãos produzidos deve ficar em 269,3 milhões de t, crescimento de 5,4% em relação à produção da safra passada; e pouco superior à previsão de março, que era de 265,7 milhões de t.  A soja foi uma das culturas mais prejudicadas pelo clima, com oferta estimada agora em 122,4 milhões de t; em 2020/21, produzimos 138,2 milhões de t, ou seja, queda de 11,4% nesse ciclo.  No milho, a oferta total deve ficar em 115,6 milhões de t, alta de 32,7% em relação à safra passada, sendo que a produção da 2ª safra (em andamento) deve crescer 45,8%, com volume estimado em 88,5 milhões de t, a depender das condições de clima; vamos ficar na torcida!  Por fim, no algodão, a produção deve ser de 2,8 milhões de t da pluma, 19,9% a mais do que as 2,4 milhões de t do ciclo anterior. Seguimos, em abril de 2022, na torcida agora para que as culturas de inverno também tenham bom desempenho! Novidades no campo para acompanhar em abril de 2022 Em relação ao progresso das operações no campo, até o último dia 16 de abril de 2022, a colheita da soja alcançou 87,1% da área total do Brasil (contra 89,9% há um ano); a colheita do milho 1ª safra chegou à 60,0% (era de 63,5% na mesma data de 2021); e o plantio do milho safrinha está praticamente concluído, com 99,8% de avanço (mesmo valor no ano passado). Com fortes estímulos da lacuna de oferta e preços internacionais, agricultores brasileiros devem intensificar as áreas de trigo no país. A StoneX estima que a área possa atingir 3,4 milhões de ha em 2022/23, o que levaria a um crescimento de 20,6% em comparação ao último ciclo; por sua vez a produção poderia superar as 10 milhões de t, volume nunca antes visto para o cereal. Exportações e importações do agronegócio brasileiro Segundo dados divulgados no começo de abril de 2022, as exportações do agro atingiram novo recorde para o mês de março, US$ 14,53 bilhões, quase 30% superior à cifra do mesmo período de 2021, de acordo com estatísticas do Mapa. Tal resultado segue sendo motivado pelos elevados preços internacionais das commodities (+27,6%), mas o volume comercializado também se intensificou (+1,4%).  Líder na pauta de exportação, o complexo soja foi responsável por mais da metade das vendas do setor, totalizando US$ 7,56 bilhões (+33,0%), com o preço médio do grão chegando a US$ 530/t, conforme noticiado em abril de 2022.  Já as carnes consolidaram novo recorde de embarques para o mês com US$ 2,10 bilhões (+31,1%), sendo US$ 1,11 bilhão de carne bovina (+55,3%) com maior valor histórico para o mês; US$ 747,90 milhões para a carne de frango (+27,2%) também conquistando recorde; e US$ 259,77 milhões para a suína (-27,8%), com queda explicada pela recuperação da produção chinesa.  Na terceira colocação aparecem os produtos florestais, somando US$ 1,36 bilhão (+29,2%), com destaque para celulose que participou com 48,05%.  Na sequência, o setor cafeeiro vendeu US$ 879,25 milhões (+51,7%) ao mercado externo, com recorde nos embarques de café verde, responsável por 93,7% de todo o montante.  Por fim, o setor sucroenergético comercializou US$ 684,97 milhões (-6,0%), reflexo da menor disponibilidade de matéria-prima durante o ciclo 2021/22.  Já as importações do agronegócio totalizaram US$ 1,42 bilhão, refletindo alta de 5,9%. Assim, o saldo da balança comercial do setor alcançou US$ 13,12 bilhões em março, valor 32,5% maior que o de 2021. Um resumo do relatório de abril de 2022 do USDA O relatório de abril de 2022 do USDA, referente à safra global 2021/22, reajustou a produção global de milho para 1.210,45 milhões de t, crescimento de 0,4% frente à previsão anterior.  As produções dos EUA e da Argentina foram mantidas em 383,94 e 53 milhões de t, respectivamente; já o volume brasileiro teve um ligeiro acréscimo de 1,8%, devendo atingir 116 milhões de t.  No relatório de abril de 2022 do USDA, as exportações do Brasil também foram calibradas para cima, de 43 para 44,5 milhões de t, enquanto os embarques ucranianos foram reduzidos em 16,4% para 23 milhões de t. Já os estoques globais do cereal devem ser ampliados para 305,46 milhões de t contra 300,97 milhões do relatório anterior. Na soja, o USDA manteve intactas a produção norte-americana e argentina, em 120,7 e 43,5 milhões de t, mas reduziu a estimativa

Regenerative systems – 5 principles

Há uma grande necessidade de transformação em torno dos sistemas de produção alimentares para que as metas de sustentabilidade do planeta sejam atingidas. Tais mudanças caminham em conjunto com os princípios de sistemas regenerativos, que possuem o compromisso de melhorar os resultados produtivos, ecológicos e sociais.  Esse conceito tem sido bastante aceito nos últimos anos em virtude do aumento da conscientização sobre os impactos da ação do homem no planeta e as mudanças climáticas. As práticas integradas a serem adotadas trazem medidas para aumentar a saúde do solo, sequestrar carbono da atmosfera, manter a qualidade da água, conservar e expandir a biodiversidade e melhorar a qualidade de vida. Por isso, caro produtor, iremos tratar nesse artigo sobre os cinco princípios dos sistemas regenerativos de produção! Solo O primeiro não poderia deixar de ser o solo, a base da produção agropecuária. Ele é cheio de organismos vivos que ajudam a liberar nutrientes que as plantas necessitam para se desenvolver, e precisa ser manejado de forma a manter e restaurar a microbiota a fim de continuar saudável e fértil para as plantas.  Alguns exemplos de práticas que ajudam esse processo podem ser: cobertura de solo durante o ano todo, para evitar que ele sofra degradação e erosão; manter forragem e material de pastagem; plantio direto para diminuir perturbações; redução de fertilizantes químicos e pesticidas; preservação das raízes vivas das culturas perenes e utilizar espécies arbóreas. Meio-ambiente Como segundo princípio dos sistemas regenerativos temos o meio-ambiente, uma vez que suas condições desenham o cenário em que qualquer prática produtiva seja desenvolvida. É importante fazer o reflorestamento de área desmatadas; restaurar as pastagens degradadas; manter a matéria orgânica acumulada no solo para, consequentemente, o sistema se encarregar de sequestrar e armazenar carbono. Água Para o princípio número três, podemos evidenciar a água, recurso esse vital para a geração e continuidade da vida. As práticas do sistema regenerativo possibilitam o aumento da percolação e retenção de água no solo, além de melhorar sua qualidade e disponibilidade.  Diminuir o uso de fertilizantes e defensivos químicos e manejar a matéria orgânica no solo auxiliam nesse processo mantendo a umidade e criando um microclima favorável para o crescimento das culturas.  Biodiversidade Partindo para o quarto ponto entre os princípio dos sistemas regenerativos, falaremos sobre a biodiversidade, a qual vem sendo negligenciada nos últimos anos. Porém, o sistema pautado na regeneração parte de uma natureza retributiva, que visa compensar os danos do passado e dedicar recursos que restaurem esse pilar tão importante para a produção. Isso pode ser feito pela diversificação nas culturas cultivadas; integrar diferentes sistemas de produção em uma mesma área – como por exemplo a agrofloresta, silvipastoreio e agrossilvipastoril; e a rotação ou sucessão de culturas. Socioeconomia Por último, mas não menos importante, trataremos do pilar socioeconômico, já que esses sistemas abrangem muito mais do que somente práticas agrícolas. Uma vez que, para implementar e colocar em prática todos os aspectos da regeneração, é preciso combinar a restauração ecológica com reformas e justiça social para garantir que as pessoas sejam capacitadas para reconstruir e desenvolver estratégias adaptativas baseadas no conhecimento ambiental. Bioinsumos nos sistemas regenerativos Nesse contexto, os bioinsumos propiciam o avanço dos sistemas regenerativos de produção, que pretende proteger as áreas produtivas e restaurar os habitats que fornecem os alimentos para toda a população do planeta.  Esse modelo de produção pode atingir cenários com ganhos para todos os lados: aumentando os lucros na fazenda, entregando alimentos com segurança aos consumidores e melhorando as condições ambientais. O que você está esperando para incorporá-los na sua propriedade? O texto “Sistemas regenerativos – 5 princípios” foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.   Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.  Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. 

Agrivalle 06: May 2022

Nossa coluna mensal inicia trazendo os destaques para a economia brasileira, em maio de 2022 onde o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chegou a 1,06% em abril, valor que é 0,56 ponto percentual menor que o índice de março (1,62%). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo dado, foi a maior variação para um mês de abril desde 1996. Com isso, o IPCA acumula alta de 3,3% em 2022, e de 12,1% nos últimos 12 meses. As maiores oscilações vieram de “alimentos e bebidas” e dos “transportes”; juntos, contribuíram com 80% do IPCA de abril. No grupo dos alimentos, as variações mais relevantes vieram com a batata-inglesa (+18,3%), o leite longa vida (+10,3%), o óleo de soja (+8,3%), o pão francês (+4,5%) e as carnes (+1,02%). Cenário de inflação de alimentos segue preocupante!  O Boletim Focus (Bacen) do Banco Central, de 02 de maio de 2022 (o mais recente divulgado até o momento), indica: IPCA com variação de 7,9% em 2022 e de 4,1% ao final de 2023; PIB (Produto Interno Bruto) com crescimento de 0,7% em 2022 e 1,0% ao final do próximo ano; câmbio fechando em R$ 5,00 e R$ 5,04, respectivamente; e, por fim, a Selic em torno de 13,25% ao final de 2022 e em 9,25% ao findar 2023. A economia permanece com as previsões relativamente estáveis, sem melhorias. Vamos seguir de olho! No agro mundial e brasileiro, segundo a FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), o índice de preços de alimentos alcançou 158,5 pontos em abril, uma queda de 0,8% em relação a março, mês em que se havia registro do maior nível histórico. Apesar da baixa, que já representa um alívio, o indicador ficou 29,8% acima do que foi registrado em abril de 2021. O comportamento verificado em maio de 2022 é resultante da queda de 5,7% no índice dos óleos vegetais e de 0,7% nos preços de cereais. Por outro lado, os índices do açúcar, da carne e de laticínios cresceram 3,3%, 2,2% e 0,9%, respectivamente. Safra brasileira de grãos em maio de 2022 No 8° boletim mensal (maio de 2022) sobre a estimativa da safra brasileira de grãos em 2021/22, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou a expectativa da oferta para o ciclo: de 269,3 milhões de t em abril para 271,8 milhões de t em maio (2,5 milhões de t a mais).  Com isso, a produção brasileira nesta safra deve ser 6,4% maior do que em 2020/21. Os principais acréscimos em termos de volume, no comparativo com os valores declarados em abril, vieram com a soja (+1,4 milhão de t), o milho (+592 mil t) e o trigo (+223 mil t).  Para a oleaginosa, a produção estimada em maio de 2022 foi de 123,8 milhões de t, 10,4% menor que o ciclo passado. No milho, a oferta total deve ficar em 116,2 milhões de t (+33,4%), sendo que a 1ª safra deve entregar 24,7 milhões de t (-0,2%), a safrinha outros 89,3 milhões de t (+47,0%) e a 3ª safra 2,2 milhões de t (+36,3%).  No trigo, que também foi destaque para o mês de maio 2022, devemos produzir 8,13 milhões de t, 6,0% a mais do que no último ciclo. Os conflitos entre Rússia e Ucrânia e os altos preços do cereal no mercado internacional têm motivado os produtores brasileiros a cultivarem o grão, tanto que a área deve ser acrescida em 30 mil ha no Brasil.  Por fim, para o algodão em pluma, a produção estimada é de 2,82 milhões de t, 19,5% a mais do que as 2,36 milhões de t do ciclo 2020/21. Na torcida para que o clima continue ajudando e estes números se concretizem! Ainda sobre o trigo, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Distrito Federal deverão plantar 280 mil ha do cereal na safra 2022/23, segundo a Embrapa Trigo, o que representa alta de 11,0% em relação ao ciclo passado, estimulada especialmente pela alta demanda e preços externos do cereal, resultados da guerra no Leste Europeu. No campo, a Conab estima que até 14 de maio de 2022, 96,8% da soja havia sido colhida no país contra 98,5% na mesma data do ano passado; Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins já concluíram as operações.  No milho, a colheita da 1ª safra encontra-se com progresso de 80,1%; era de 73,2% no mesmo período do último ciclo. Já o plantio da 2ª safra foi concluído em todo país e as lavouras encontram-se nos seguintes estágios (média nacional): 50,4% está em enchimento de grãos; 26,9% sob floração; 6,9% ainda seguem em desenvolvimento vegetativo; e 15,7% já estão em maturação.  No algodão, a Conab indica que a colheita foi iniciada nos estados do Mato Grosso do Sul e Bahia, mas o progresso ainda é lento (apenas 0,2%).  Por fim, a safra de inverno do trigo está com 16,2% das áreas plantadas frente a 8,4% na mesma data de 2021; o cereal também larga na frente! Apesar do aumento nas estimativas da oferta de milho 2ª safra (pela Conab), a Consultoria AgRural reduziu suas projeções em 5 milhões de t para a região Centro-Sul entre abril e maio de 2022, por conta da falta de umidade em algumas localidades. Segundo a consultoria, a oferta do cereal deve ficar em 80,9 milhões de t; há 30 dias, a estimativa era de quase 86 milhões de t. As regiões mais afetadas pela falta de umidade são as áreas de plantio tardio no Mato Grosso e diversas áreas no estado de Goiás. O IBGE divulgou novas estimativas para a produção de café em 2022, indicando uma colheita de 56,1 milhões de scs (60 kg), crescimento de quase 15% em comparação com o ano passado. Desse total, 38,7 milhões de scs (ou 69%) são referentes ao café do tipo arábica; enquanto que os outros 17,4 milhões de scs (31%) serão colhidas do tipo robusta. Exportações

3 farming systems – differences between agroforestry, organic farming and regenerative system​

Os diversos tipos de sistemas de cultivo possuem grande impacto nos resultados do campo e nos efeitos gerados ao planeta. Por isso, é muito importante estar atento às tendências de produção de alimentos que, atualmente, estão muito ligadas a qualidade, produtividade, rentabilidade e preocupação com o meio-ambiente.  Neste artigo, trazemos as diferenças entre três sistemas de cultivo: agrofloresta, cultivo orgânico e sistema regenerativo​. Entre vários outros, eles se destacam por reunir características bastante coerentes com as tendências que citamos acima. Agrofloresta – lavoura e floresta num só lugar O termo agrofloresta ou sistema agroflorestal (SAF) é um modelo agrícola que consegue associar a produção de cultivos agrícolas com espécies florestais. Dessa forma, os recursos naturais são conservados e, portanto, contribuem diretamente para o cultivo e manejo de diversos produtos, por impulsionar a qualidade do solo. As práticas adotadas vão desde a redução do uso de insumos de origem sintética e industrial até rotação de culturas, plantio direto e adubação verde. Cultivo orgânico – processos biológicos como base Já o cultivo orgânico pode ser definido como um processo produtivo que não utiliza adubação ou defensivos químicos, nem organismos geneticamente modificados, sendo voltado a prática de culturas baseadas em processos biológicos naturais. Essa técnica engloba a adubação natural, compostagem, minhocultura e policultura. Contudo, a produção fica sujeita aos riscos do ambiente como pragas e doenças, efeitos do clima, entre outros. Por conta disso, a produção tende a ser menor e mais demorada, demanda maior mão-de-obra e, consequentemente, os produtos acabam sendo mais caros. Sistema regenerativo – proteção e restauração do ecossistema O sistema regenerativo remete a adoção de práticas que vão além do orgânico e da sustentabilidade. Ele emprega práticas que protegem e restauram o ecossistema, uma vez que busca diminuir o uso de fertilizantes minerais tradicionais e defensivos químicos e se distanciar da prática da monocultura, ao mesmo tempo em que visa aumentar a biodiversidade e a captura de carbono pelo solo. Esse tipo de agricultura coloca em evidência os microorganismos presentes no solo, uma vez que o reestabelecimento e ampliação dessa microbiota ajuda a promover a manutenção do equilíbrio no sistema. Bioinsumos – um pilar entre sistemas de cultivo sustentáveis   A utilização de bioinsumos no geral, pode ser um grande pilar de todas essas práticas, auxiliando no combate a pragas e doenças, aumentando a fertilidade do solo e melhorando a disponibilidade de nutrientes para as plantas com produtos pouco ou até mesmo atóxicos e biodegradáveis. Esses e todos os outros sistemas de cultivo estão inseridos em um contexto de construção de um novo paradigma, que concilia a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas pelo uso humano, trazendo benefícios econômicos para o produtor e ecológicos para o ambiente. É notável e crescente a preocupação da sociedade atual com as condições ambientais do nosso planeta. A adoção de sistemas de cultivo que protegem e revitalizam o ecossistema será colocada em evidência cada vez mais, e tais práticas aliadas ao uso dos bioinsumos possibilitam continuar consolidando o Brasil como referência global em agricultura ambientalmente correta para seguir com a missão de ser o fornecedor mundial sustentável de alimentos, bienergia e outros agroprodutos. O texto “3 sistemas de cultivo – diferenças entre agrofloresta, cultivo orgânico e sistema regenerativo” foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.   Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.  Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. 

Agrivalle 07: June 2022

Iniciamos mais uma coluna Agrivalle Markets trazendo a você, amigo produtor, em parceria com a Agrivalle, nossos destaques sobre o desempenho do agronegócio brasileiro e mundial em junho de 2022. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,47%, ou 0,59 p.p. menor do que a taxa que havia sido registrada em abril (1,06%). Com isto, o indicador acumula alta de 4,78% em 2022, e de 11,73% nos últimos 12 meses. Entre os produtos analisados, que são nove, oito tiveram alta; a única exceção foi o grupo “Habitação”, que registrou queda mensal de 1,7%. Já a maior variação foi registrada com “Vestuário”, que cresceu 2,11%. “Transportes” e “Alimentos e Bebidas” também apresentam alta, apesar de desacelerarem este mês, com 1,34% e 0,48%, respectivamente. Em abril, estes dois grupos haviam registrado 1,91% e 2,06%, respectivamente. Na economia brasileira, a parcial divulgada no último dia 06 de junho de 2022 (por conta da greve dos servidores que ainda persiste, e que tem inviabilizado a publicação do Boletim Focus), o Banco Central divulgou suas estimativas para a economia brasileira, de acordo com as expectativas de mercado, em: IPCA deve ficar em 8,89% em 2022 e 4,39% em 2023; o PIB deve crescer 1,20% ao final deste ano e 0,76% no término de 2023; a taxa Selic foi estimada em 13,25% em 2022 e em 9,75% no próximo ano; e, por fim, o câmbio deve ficar em R$ 5,05 neste ano e próximo. No agro mundial e brasileiro, pelo segundo mês consecutivo, o índice de preços de alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) registrou queda, em maio de 0,6%, fechando em 157,4 pontos (era 158,5 em abril). Ainda assim, o indicador segue 22,8% maior do que o que fora registrado no mesmo mês do ano passado. Entre os produtos que lideraram a redução mensal estão os óleos vegetais e os laticínios. Do outro lado, os preços de cereais cresceram 2,2%, registrando 173,4 pontos, 29,7% a mais do que em maio de 2021. Outro grupo que cresceu foi o das carnes, que ficou em 122 pontos em maio, 0,5% maior que abril e recorde histórico. Já o trigo registrou a quarta alta mensal consecutiva, de 5,6% de abril para maio e 56,2% na comparação com maio do ano passado. Números do campo para junho de 2022 No campo, segundo estimativa de junho de 2022 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos do ciclo 2021/22 deve totalizar recorde de 271,3 milhões de t, volume 6,2% superior ao obtido na safra passada e 0,4% maior que a previsão do mês anterior (+1,1 milhões de t). Houve reajuste nos volumes da soja entre as últimas duas previsões (+0,4%), agora avaliada em 124,3 milhões de t, o que representa queda de 10,1% frente a 2020/21. O milho também apresentou acréscimo nesta estimativa (+0,6%), com oferta total de 115,2 milhões de t, 32,3% frente ao ciclo anterior. Desse montante, o cereal de primeira safra deve entregar 24,8 milhões de t (+0,3%), a safrinha 88,0 milhões de t (+44,9%) e a terceira safra 2,4 milhões de t (+47,2%).  A expectativa também é positiva para as culturas de inverno, que devem aumentar 7,7% em produção frente ao ciclo anterior, atingindo 10,1 milhões de t, com o trigo responsável por 83% desse volume (8,35 milhões de t). Por fim, no algodão os volumes se mantiveram praticamente estáveis, com ligeira queda de 0,2%, mas espera-se uma produção de 2,8 milhões de t de pluma, 19,3% superior ao que foi alcançado em 2021/22.   Já o progresso de safra foi apontado pela Conab nas seguintes condições, até 04 de junho de 2022: a colheita da soja está 99,4% concluída (99,9% há um ano); a colheita do milho verão em 86,7% (85,3% na mesma data de 2021); a colheita do milho safrinha (2ª safra) foi recém iniciada e se encontra com 3,0% (0,8% em 20/21), com destaque para os avanços no Mato Grosso (6,3%), Tocantins (2,0%) e Goiás (2,0%); no algodão, a colheita permanece em estágio prévio e/ou inicial, com apenas 1,0% das áreas totais colhidas (era de 0,6% em 05 de junho de 2021); e, por fim, o plantio de trigo registra pequeno atraso, estando com 38,6% das áreas semeadas (contra 41,5% há um ano). As boas condições das lavouras brasileiras e o ritmo acelerado nas operações têm favorecido a produção, o que explica os movimentos de alta nas estimativas da Conab, como vimos. Novidades sobre a cadeia da laranja Na cadeia da laranja, no final de maio, ocorreu um dos mais importantes eventos a nível global: a divulgação da 1ª Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do parque citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais, maior região produtora de citrus no mundo. O relatório, que é elaborado pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) em parceria com a Markestrat Group, FCAV/UNESP e FEARP/USP, apontou que devem ser colhidas 316,95 milhões de caixas (40,8 kg) em 2022/23, 20,5% maior do que a safra passada.  Entre os principais fatores que contribuíram para a previsão de alta estão: (1) as chuvas bem distribuídas no período de outubro do ano passado até maio deste ano (média de 923 mm); (2) as temperaturas mais amenas após o florescimento; e (3) uma maior carga de frutos nas plantas, que está 4,5% superior ao do último ciclo. Mesmo com a projeção de crescimento em 1/5 na colheita de laranja, vale destacar que a estimativa ficou apenas 1% acima da média dos últimos 10 anos. Como os estoques de suco estão baixos e podemos ter adversidades climáticas ainda, o cenário de preços em reais segue bom, compensando a grande alta dos custos de produção.  Números do o relatório de junho de 2022 do USDA No cenário global, o relatório de junho de 2022 do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), acerca da safra de grãos 2022/23 (a que ainda será plantada no Brasil), indica uma produção de milho em 1,186 bilhão de t, 5

Bioeconomy and bioinputs: the science of the future is here!

bioeconomia

O conceito de bioeconomia ainda é um tema de debate. A opção mais amplamente aceita defende a ideia de que se trata de um modelo econômico baseado no uso e conservação de recursos biológicos para a produção e conversão em soluções que possam ser utilizadas nas mais diversas atividades que permeiam a sociedade.  Além disso, esse termo contém grandes expectativas em cima do seu potencial para liderar o caminho do desenvolvimento sustentável, por abordar a necessidade de transição cada vez maior para insumos renováveis de fontes biológicas nos processos produtivos​. O modelo produtivo da bioeconomia propõe a manutenção da infraestrutura natural do ambiente para viabilizar o processo econômico de maneira constante no atual e contínuo contexto de crescimento da população mundial​, em virtude de oferecer inovações tecnológicas que auxiliam no equilíbrio do ecossistema, possibilitando extrair benefícios da natureza, de forma responsável, sem esgotá-la​, e prezando pela reposição natural.  A transformação para uma economia circular e de baixo carbono, com soluções baseadas em bioinovação, tem todas as características para suprir a demanda do uso de recursos naturais, energéticos e de terra, que o futuro exige. É notável ressaltar que a bioeconomia pode ser parte da solução para os grandes desafios do século 21, baseando-se em princípios de sustentabilidade, renovabilidade, circularidade e de consumo responsável, ascendendo uma sociedade mais ética, próspera e preocupada com o meio-ambiente, para que possamos viver em harmonia com a natureza. A bioeconomia visa, em seu cerne, lançar um novo paradigma econômico sustentável que impulsione a criação ou o desenvolvimento de cadeias de valor inovadoras, ao mesmo tempo em que protege o meio-ambiente. Com isso em vista, avanços em ciências biológicas, objetivos para mitigação de mudanças climáticas, desenvolvimento rural e melhor aproveitamento da biodiversidade são importantes fatores para que esse modelo possa ser colocado em prática. A bioeconomia no agronegócio Os bioinsumos, por sua vez, estão contemplados em todos esses aspectos! O conjunto de componentes vivos, comunidades e microrganismos multifuncionais são extremamente importantes para a saúde do ecossistema e impactam diretamente em resultados. A interação entre a microbiota e o sistema de produção promove serviços essenciais como a nutrição, a reestruturação física do solo e a redução de doenças, que possuem efeito crescente no aumento da produtividade, além de possibilitar a redução no uso de fertilizantes sintéticos, resistência a patógenos, dentre outros. A obtenção de conhecimento atrelado a pesquisas científicas no setor dos biológicos está intimamente ligada ao desenvolvimento de novas tecnologias que têm o potencial de auxiliar o manejo agrícola – ou de diversos outros setores – para que as atividades sejam otimizadas em termos de produção e proteção, adicionando eficiência ao sistema como um todo e assim, consequentemente, o tornando mais sustentável por meio da capacidade de regeneração daquilo que já foi consumido.  No âmbito das cadeias do agronegócio, a bioeconomia é um modelo de grande valor, dado às múltiplas possibilidades de integração entre atividades produtivas, a geração de coprodutos, o reaproveitamento de recursos e, principalmente, o uso de recursos naturais – como os biológicos – para viabilizar a produção de alimentos, bioenergia e outros agroprodutos, ao passo em que se reduz o uso de recursos finitos e/ou naturais. Nem precisamos dizer o quanto os bioinsumos contribuem neste processo! O texto Bioeconomia e bioinsumos: a ciência do futuro está aqui! foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.   Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.  Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP. 

National Bioinputs Program: what is it and why is it important?

Programa Nacional de Bioinsumos

O Programa Nacional de Bioinsumos (PNB) foi lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2020 para explorar o enorme potencial da biodiversidade brasileira e reduzir a dependência dos insumos sintéticos (resultados da extração mineral e/ou processos químico-industriais) do mercado internacional. O programa tem como principal objetivo ampliar e fortalecer o uso dos bioinsumos no Brasil, a fim de contribuir com o desenvolvimento sustentável e beneficiar o setor agropecuário, aumentando a oferta de matérias-primas (e insumos) produtivos, ao passo em que se promove um desenvolvimento sustentável do setor. Eixos temáticos do Programa Nacional de Bioinsumos A iniciativa possui diversos eixos para englobar a amplitude do universo dos bioinsumos. No âmbito de produção vegetal (1), e/ou agrícola (plantas), ela se estende para aplicações com produtos fitossanitários para controle de pragas e doenças (defensivos fitossanitários); soluções para fertilidade do solo, nutrição e tolerância de plantas a condições ambientais; e manejo de espécies vegetais. Mas também abrange o uso em sistemas de produção animal (2), abrindo leque para produtos veterinários; para alimentação animal; produção aquícola e manejo de animais. E como última vertente, a pós-colheita e processamento de produtos de origem animal ou vegetal (3). Programa Nacional de Bioinsumos – meios e fins Por meio de um conjunto estratégico de ações para o desenvolvimento de alternativas para a produção agrícola, pecuária e aquícola, considerando dimensões econômicas, sociais, produtivas e ambientais, o Programa Nacional de Bioinsumos (PNB) procura estimular a adoção de ativos sustentáveis baseados no uso de tecnologias, produtos e processos desenvolvidos a partir de recursos renováveis, por meio da ação integrada dos setores de ciência, tecnologia e inovação, produção e o mercado.  Uma diretriz fundamental que o plano visa é propor um marco regulatório que fomente o uso e produção de bioinsumos, impulsionando pesquisa, inovação e desenvolvimento de novas tecnologias, produtos, serviços, informações e conhecimento ao setor como um todo, tendo em vista que as questões regulatórias são atualmente um dos principais desafios para seu desenvolvimento. O programa também contribui na elaboração de normas para a instalação de biofábricas que irão otimizar o registro dos produtos, processo essencial para garantir a segurança na fabricação destes produtos, bem como o controle de qualidade necessário aos processos de multiplicação; além de estimular o financiamento através da oferta de crédito e outras vantagens econômicas. Sem contar, no estímulo à capacitação técnica e a criação de outras novas iniciativas estaduais e municipais para impulsionar o crescimento do setor.  Como consequência do fortalecimento da cadeia de bioinsumos, objetiva-se a geração de renda para o país, novos empregos e maior qualidade de vida tanto para o produtor quanto para o consumidor. Espera-se ainda melhorar o posicionamento do Brasil como grande fornecedor global sustentável de alimentos, bioenergia e outros agroprodutos, mostrando seu modelo inovador de produção, o qual limita os prejuízos ao ambiente e possibilita uma produção mais eficiente e com menos impactos ao planeja. A política foi feita para acolher produtores de todos os tamanhos, desde orgânicos até convencionais, trazendo benefícios econômicos, ambientais e colocando o sistema de produção de alimentos inserido na bioeconomia, tão almejada nos dias de hoje. O Programa Nacional de Bioinsumos é um passo essencial para fortalecimento do setor, especialmente neste momento de crescimento expressivo e abertura de grandes oportunidades; ainda que existam aspectos a serem aperfeiçoados ao longo do tempo. Os bioinsumos vem como grande complemento aos insumos tradicionais, viabilizando um manejo integrado e melhores resultados no campo. Acompanhado do crescimento relevante do interesse (e uso) destes produtos pelos agricultores, nos alegra saber que já existem planos (políticos e/ou organizacionais) que visem o estímulo e ampliação de seu uso. Boas alternativas ao Brasil e ao futuro do agro brasileiro! O texto Programa Nacional de Bioinsumos: o que é e qual a sua importância?​ foi escrito por: Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio.   Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, formado em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP e aluno de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.  Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, graduada em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e aluna de mestrado na FEA/USP em Ribeirão Preto – SP.